A diva Chrissy Metz, mais conhecida por seu papel de Kate Pearson em “This Is Us”, abriu seu coração sobre momentos difíceis de sua vida em seu novo livro de memórias “This Is Me: Loving the Person You Are Today” (“Esta sou eu: Ame a pessoa que você é hoje”, em tradução livre).
Em trecho da publicação divulgado nesta quarta (21) pela People, da qual a atriz é a nova capa, ela falou sobre como foi crescer sofrendo abusos físicos e psicológicos do padrasto, que ela chama de Trigger, por conta de seu corpo. Sua mãe, Denise, o conheceu após ter sido abandonada pelo pai da atriz, um ex-oficial da Marinha, quando Chrissy tinha oito anos e seus irmãos Monica e Philip tinham 15 e 13 anos, respectivamente.
“Minha mãe se casou com Trigger no cartório. Logo depois ela engravidou novamente, de outro menina, Abigail. Trigger amava seus dois filhos biológicos e foi até mesmo acolhedor com Morgana [sua outra irmã]. Comigo nem tanto. Minha mãe estava sempre no trabalho, então ela não via como ele me tratava. Meu corpo parecia ofendê-lo, mas ele não deixava de olhar, especialmente quando eu estava comendo. Ele brincava sobre colocar uma fechadura na geladeira. Nós tínhamos vivido com uma falta de comida por tanto tempo que quando tinha, eu sentia como se tivesse que comê-la antes que ela desaparecesse. A comida era minha única felicidade. E então, comecei a esconder meus alimentos. Eu levantava no meio da noite e comia. Eu escondia comida para comer no banheiro. Cookies, chips, coisas que eu poderia comer o mais rápido possível para evitar que fosse vista. Coisas que me dariam a breve felicidade de entorpecimento“, escreveu Chrissy.
E ela continuou falando sobre as agressões que sofreu do padrasto. “Eu não lembro porque o Trigger me bateu na primeira vez. Ele nunca deu um soco no meu rosto. Apenas no meu corpo, a coisa que mais o irritava. Ele me empurrava, me dava tapas, dava socos no meu braço. Ele me acertava se achasse que eu estava errada. Eu me lembro de estar no chão da cozinha depois que ele tinha me derrubado, e eu estava implorando para saber o que eu tinha feito. Ele apenas me empurrou com força com o pé“. Que horror, gente!
“Quando eu tinha quatorze anos, Trigger começou a me pesar. Ele pegava a balança do banheiro e batia forte no chão da cozinha. ‘Bem, suba nessa maldita balança’, Trigger gritava. ‘É isso que você precisa entender’. Quando eu subia, ele se sentava numa cadeira ao lado e gritava todas as vezes: ‘Deus todo-poderoso! Por que você está engordando?’. Eu olho pra minhas fotos daquela época e ficaria feliz se tivesse aquele tamanho agora. Mas eu me achava gigantesca. A essa altura, a surra tinha aumentado. Uma vez ele me bateu e eu olhei diretamente em seu rosto. Se eu tivesse uma arma, pensei, atiraria em você”, escreve ela.
Apesar de tudo, Chrissy admitiu que se arrependia de ter esses pensamentos, já que amava o padrasto. “Depois, fiquei tão chateada comigo mesma. Como eu poderia pensar isso sobre essa pessoa que eu amava tanto? Porque eu realmente o amava. Este homem fez mais por mim do que meu pai fez. Ele era esperto e me permitia acompanhá-lo em silêncio assistindo aos documentários de Ken Burns sobre a Guerra Civil, na televisão. Eu me agarrei a estes pontos de conexão porque eu precisava descobrir a razão dessa pessoa fazer o certo comigo como provedor, mas ser incapaz de me amar“.
Ela finalizou contanto que Trigger mudou seu comportamento e eles acabaram se entendendo. “Temos um relacionamento [amigável] agora. Eu realmente o amo e me importo com ele“.