Vencedor do BBB3, André Augusto Ferreira Fontes, também conhecido como Dhomini, foi indiciado por lesão corporal leve, após agredir o dono de um bar em Goiânia no último mês, confirmou o delegado Wellington Ferreira nesta terça-feira (18). A pena prevista para o crime pode variar de três meses a um ano de prisão.
O ex-brother é acusado de agredir o empresário Ailton Gomes Maranhão e também o advogado dele, Artur Camapum. Nas imagens que repercutiram nas redes sociais, é possível ver o momento em que Dhomini invade o estabelecimento de Ailton, localizado no Jardim América, e o aborda com socos, derrubando objetos ao redor. O caso aconteceu no dia 13 de junho. Assista!
Ex-BBB Dhomini agride dono de bar em Goiânia pic.twitter.com/54GJpOjGxb
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) June 14, 2023
Na época, Artur Camapum afirmou ao g1 que a vítima chegou a desmaiar durante as agressões. Ele também relatou ter sido alvo das agressões de Dhomini enquanto tentava filmar a situação.
O julgamento está marcado para 24 de novembro de 2023, informou o Splash UOL. Segundo o veículo, a defesa das vítimas afirmou que não houve contato do ex-BBB para tentar um acerto sem a necessidade de envolver a Justiça. Ao g1, o ex-participante do reality da Globo disse que aguardará a audiência.
Entenda o caso
Logo após a repercussão das imagens, Dhomini alegou que era um dos sócios do bar, mas estava tentando se desfazer do negócio há mais de 40 dias, após um suposto desvio de dinheiro no local e apropriação indébita. Segundo ele, as agressões aconteceram enquanto tentava recuperar alguns pertences. No momento em que estava desparafusando itens do caixa, Ailton Maranhão teria feito uma ameaça, o que deixou o ex-BBB descontrolado. “Ele passou atrás de mim e disse que ia acabar com a minha vida. Falou ‘Eu sei onde você mora’, e, aí foi a hora em que eu perdi a razão, erradamente, e fui pra cima dele”, narrou ao g1 recentemente.
O dono do bar, por sua vez, afirmou que a ameaça nunca ocorreu. “Nunca houve isso na vida. Nunca ameacei ele. Como vou ameaçar? Nunca houve ameaça”, disse Ailton. Em sua versão, Dhomini nunca fez parte da sociedade, mas era um “parceiro comercial” do bar. Ele explicou que seu único sócio era Leonardo Scaff, que rebateu a acusação e confirmou que Dhomini fazia parte do quadro societário da empresa.
A situação toda se complicou por causa de dívidas. De acordo com Scaff, o negócio chegou ao fim depois que Maranhão tirou seu filho do contrato social com a promessa de que o valor respectivo seria pago no futuro, mas isso nunca foi feito. “Nós tínhamos uma conta bancária do bar, onde movimentávamos uma outra conta de pessoa física, com a ciência do Ailton. Nós realizávamos várias transferências entre essas contas, incluindo pagamentos para o bar”, esclareceu Leonardo.
Entretanto, a defesa de Ailton alegou que Dhomini “tomou as dores” de Leonardo. “Na hora não teve nada que motivasse começar uma briga. O senhor Leonardo, que era o interessado, já tinha mandado o pessoal devolver os itens”, disse o advogado de Maranhão, Arthur Camapum, em nota ao site.
Segundo os representantes da vítima agredida, Scaff estaria fazendo uma manobra para que seu filho fosse inserido como sócio-administrador com a intenção de receber um empréstimo bancário no valor de R$ 300 mil. “Não há promessa de pagamento de valores. Depois que a sociedade foi desfeita, o Scaff apresentou uma planilha anexa alegando que teria direito a receber os valores”, alegou a defesa.
Ailton também ressaltou que a sociedade chegou ao fim após os sócios perceberem que o negócio não estava sendo lucrativo, e que notou transferências sem explicação nas contas do bar. “Existe quase R$ 40 mil em transferências da conta da empresa para a conta do irmão do Scaff com a descrição ‘cobrir conta’. Até hoje não se sabe o destino desse dinheiro, se foi empréstimo ou se o irmão realmente emprestou dinheiro para a empresa, pois só o Scaff tinha acesso à conta”, continuou.
Dhomini se pronuncia
Nas redes sociais, Dhomini também se manifestou e deu sua versão da história em vídeo que não está mais disponível. “Eu sou sócio de um bar com mais três pessoas: eu, Beto Brasil, Leo Scaff e Ailton Maranhão. Aproximadamente há 40 dias houve um desacordo comercial e, de lá pra cá, tem várias tentativas de fazer um acordo em que saíssem os três da sociedade e o Ailton assumisse o bar. Nós fomos traídos, nós fomos roubados, e ninguém sabe o que está acontecendo”, disse na época.
Ele continuou: “Como não conseguimos realizar o acordo, eu e meus outros dois sócios, fomos até o nosso bar para poder pegar as coisas que nós compramos para amenizar o nosso prejuízo. Tudo tem nota fiscal e comprovante de pagamento. Durante essa ação de que os três sócios estavam desmontando o bar, aconteceu a confusão. E estava tudo armado. As palavras que eles pronunciaram tinham sido armadas pra poder criar aquela situação”.
Por fim, Dhomini pediu desculpas pela atitude e lamentou não ter procurado à Justiça para resolver o caso. “Nada justifica aquilo que eu fiz, eu estou errado, eu peço desculpas. Eu não devia ter perdido a cabeça, eu devia ter procurado uma delegacia, mas eles sabiam como me fazer perder a cabeça e foi isso que eles fizeram. Durante o tempo que a gente estava recolhendo as coisas que a gente comprou com o nosso dinheiro, ele passava atrás e fala baixinho ‘Você tá f*dido, vou acabar com a sua vida'”, concluiu.
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