Filho de Cid Moreira diz que pai foi um “fantoche” na mão da esposa e aponta destino do testamento

O jornalista adotou Roger nos anos 2000

Cid Moreira faleceu no dia 3 de outubro. Após sua morte, Roger Moreira, seu filho adotivo, compartilhou detalhes sobre a relação com o pai. Ele comentou sobre seus sentimentos em relação a Cid e abordou o casamento de 20 anos do jornalista com a esposa, Fátima Moreira.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Roger — que foi adotado por Cid nos anos 2000 — descreveu o pai como “um coitado”. Ele também fez acusações sobre a suposta manipulação que o jornalista teria sofrido ao longo de sua união com Fátima. “A imagem que fica para mim é de um coitado, um fantoche na mão dessa mulher, que se aproveitou do estado de saúde dele para transferir bens e se apropriar do dinheiro”, acusou Roger. “Dele não tenho rancor nem raiva, apesar de tudo”, acrescentou.

Roger Moreira prosseguiu, afirmando que a madrasta convenceu Cid a elaborar um testamento que excluía os filhos do jornalista. Ele, que atualmente tem dois processos na Justiça contra Fátima, acredita firmemente que o documento será anulado.

“Ela vendia imóveis com valores muito maiores, fez negociações suspeitas e sonegou esses valores. Deu baixa em duas empresas dele e abriu uma só com ela como proprietária para que o dinheiro dos trabalhos dele entrassem nessa conta”, apontou.

Roger e o pai, Cid Moreira. (Foto: Reprodução/Record)

Suposto abuso

Embora não guarde rancor do pai, Roger não hesitou em criticá-lo e fez acusações ainda mais graves. Ele alegou que Cid foi vítima de maus-tratos por parte de Fátima, que teria oferecido comida estragada ao apresentador e o deixado sozinho durante todo o dia. Roger afirmou ter recebido essas informações de um caseiro que trabalhou para Moreira por mais de 20 anos, e também mencionou que Fátima teria tido casos extraconjugais.

Ele também diz ter sido abusado sexualmente pelo jornalista, com quem cortou relações em 2006. Entre 1991 e 2000 – época em que ele e Cid viajavam juntos e dividiam um quarto -, Roger afirmou ter sido abusado por mais de 1400 vezes.

“Me tratei e tomei medicamentos por anos. Na época não tinha a cabeça de hoje nem a real noção de que era abuso”, declarou. O homem afirmou que masturbação e mão nas partes íntimas foram alguns dos atos sofridos nas mãos do pai famoso.

Por fim, Roger ressaltou que os abusos chegaram aos ouvidos de pessoas na TV Globo, onde Cid trabalhava. Na emissora, Roger diz que era chamado de “garotão do Cid”. “A adoção, concluída em 2001, foi uma maneira que ele encontrou de encobrir esses casos na mídia”, apontou.

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Defesa de Fátima se pronuncia

Com a repercussão das acusações de Roger, o F5 contatou a defesa de Fátima Moreira. A viúva do jornalista não quis dar depoimento, reforçando estar em reclusão com os irmãos, no interior de São Paulo, para passar pelo luto. Na próxima quarta-feira (9), ela participará de uma missa de sétimo dia em homenagem a Cid, em Taubaté.

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No entanto, seu advogado, Davi de Souza Saldaño, se manifestou. Em nota ao veículo, ele negou as acusações feitas por Roger, apontado que as alegações dele “causam repulsa”.

“Roger Moreira e seu irmão, Rodrigo Moreira, também ajuizaram ações autônomas pleiteando indenização por danos morais de cunho afetivo, cada qual atribuindo à causa o valor de aproximadamente R$ 1 milhão. Tais pleitos foram totalmente julgados improcedentes”, declarou.

Cid Moreira faleceu em 3 de outubro. (Foto: Reprodução/Globo)

O advogado reforçou que a dupla teria “imputado falsas acusações” contra Maria de Fátima Sampaio Moreira, entre elas a prática de maus-tratos ao idoso, bem como cárcere privado, desvio patrimonial e outros delitos relacionados à administração do patrimônio do jornalista.

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“Em razão da inconsistência das provas apresentadas, foi apurada a prática de denunciação caluniosa por parte dos filhos, sendo ambos denunciados pelo Ministério Público por tais atos”, disse Davi.

Saldaño nega, também, a teoria de que Cid Moreira foi “manipulado” quando estava em estado de senilidade e incapaz de gerir o próprio patrimônio. Laudos periciais teriam comprovado que Cid estava “em pleno gozo de suas faculdades mentais”.

O advogado negou, também, as acusações de abuso sexual. “O judiciário rejeitou a acusação e determinou a extração de cópia com remessa ao Ministério Público para a devida apuração de possível prática de denunciação caluniosa por parte de Roger, procedimento que se encontra atualmente em tramitação perante a 2ª Promotoria de Investigação Penal da Barra da Tijuca”, concluiu.

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