Nesta semana, os meninos do Hanson desembarcam no Brasil para quatro shows da turnê “Middle Of Everywhere 25th Anniversary World Tour”, que comera os 25 anos de carreira da banda formada pelos irmãos Isaac, Taylor e Zachary. Sim, meu povo, 25 anos já, como o tempo voa, né? Quem não lembra deles três novinhos conquistando o mundo com sucessos como “MMMBop” e “Save Me” (que fez sucesso no Brasil na trilha de “Laços de Família”)? Pois é, o tempo passou, eles cresceram, fizeram pencas de filhos e continuam na ativa lançando músicas novas ao longo dos anos.
E já que eles estão prestes a voltar ao país, o hugogloss.com bateu um papo por telefone com o caçula Zac para saber o que podemos esperar desse novo show, que já passou pela Europa e América do Norte. Muito simpático e bem-humorado, Zac falou sobre o clipe do novo single deles, “I Was Born”, que ficou uma fofura com a participação de onze dos doze filhos do trio (Taylor tem 5, Zac tem 4 e Isaac tem 3).
O baterista ainda revelou quais são as inspirações musicais deles atualmente, falou sobre os fãs brasileiros e comentou aquelas declarações polêmicas que fizeram sobre Justin Bieber, durante uma entrevista para uma rádio australiana.
Enfim, bota “MMMBop” pra tocar e vem ler nossa entrevista com esse muso:
HG: Oi, Zac!
ZH: Oi!
HG: Como vai?
ZH: Tudo certo, tô aqui nos EUA ainda antes de começar a turnê.
HG: Mara! “I was born” já está disponível e é incrível, queria te dar os parabéns.
ZH: Muito obrigado. Estamos muito felizes com ela.
HG: Adorei que vocês colocaram seus filhos no clipe. Ficou muito fofo!!
ZH: O clipe está ligado a tudo de importante que a música representa. Apesar de ter nossos filhos e de eu ter ficado muito feliz com a presença deles, não é sobre as crianças, é mais sobre a mensagem da música. Quando estávamos escrevendo essa música, sempre imaginamos crianças pensando no futuro. É algo que acho que, infelizmente, perdemos quando vamos crescendo. Paramos de falar sobre o futuro, de sonhar alto. Acho que quando o medo e a rotina assumem o controle, perdemos essa perspectiva sobre essa capacidade de mudar o mundo, se for nossa vontade.
HG: Foi difícil gravar com eles? Porque já é difícil manter uma criança concentrada, imagina 11.
ZH: Por sorte, não gravamos com todas ao mesmo tempo, mas em grupos de 2 ou 3 na frente da câmera. Mas elas estavam todas lá. Mas nossos filhos são maravilhosos, cada um é único, acho que não dá pra ver no clipe tanto quanto ao vivo, mas cada um queria aparecer de uma forma diferente. Uns queriam se fantasiar, outros só se apresentar pra câmera, outros tocar seus instrumentos. Alguns tiveram que ser subornados, outros foram espontaneamente. Foi um dia incrível. Eles adoram a música, todos eles se identificaram com ela, então foi legal tê-los a bordo.
HG: É uma música muito pop, né? É por aí que vocês estão indo agora?
ZH: Bom, a gente já fez isso antes, né? É nossa música. Há lados diferentes da banda que se sobressaem em cada disco. Mas esse tipo de som mais intenso, com certeza se destaca mais. Você vê isso bastante no nosso último disco, “Anthem”. Lançamos músicas todo ano apenas online, e tem muitas músicas ali que são mais hinos, mais dançantes. Acho que você vai ver isso no nosso próximo disco. Mas ainda estamos em fase de criação. O álbum ainda está tomando forma, então não quero determinar nada a essa altura, apenas que estamos felizes demais com ele.
HG: Ainda sobre as crianças, alguma delas já mostra interesse por uma carreira na música, assim como seus pais, que começaram tão cedo?
ZH: Sabe o que é interessante, não posso falar pelos filhos dos meus irmãos, mas com relação aos meus filhos, há um volume imenso de criatividade. Com certeza existe uma inclinação pra artes plásticas e música, eles estão começando a tocar. Mas não sei, é algo que devo deixar eles experimentarem e decidirem se é pra eles. Essa foi a beleza da minha experiência, meus pais nunca me obrigaram, nunca me pressionaram, eles apenas nos diziam quando éramos bons em algo. Eles diziam “Nossa, vocês cantam muito bem” e a gente respondia “Sério?”, então praticávamos mais e mais. Eu quero fazer o mesmo com meus filhos, incentivá-los. Vamos ver. Eu ficaria muito surpreso se nenhum deles levar música a sério. Mas vamos ver.
HG: Vocês estão em turnê agora. Como vocês conciliam as viagens com a família?
ZH: A resposta curta é não conciliamos. É muito estranho ser uma banda e viajar o mundo. As normas sociais, o horário comercial, a semana de cinco dias não existem, sabe. Você passa muito tempo longe, mas também longos períodos dentro de casa. São os ossos do ofício. É como trabalhar no circo, você acompanha o circo. Eu levo minha esposa e filhos comigo muitas vezes, dependendo da turnê. Meus filhos mais velhos já estão na escola, então a gente tem que pensar em quando dá pra faltar, mas faz parte do estilo de vida do músico. Mas acho muito bom. A gente não esconde das crianças o tanto de trabalho que dá ser uma banda. Quero mostrar pra eles que, o que quer que eles façam, é possível, desde que se aceite que você quer uma vida extraordinária, você vai ter um estilo de vida também extraordinário. O que quer dizer que muitas coisas comuns não vão fazer parte dela, mas também que você vai ter oportunidades que poucas pessoas têm: viajar o mundo, conhecer fãs de todo lugar, conhecer autoridades, pular de prédios, o que for.
HG: Em 2011, um jornalista brasileiro perguntou ao Taylor se era mais prazeroso dar vida a filhos ou a hits (clica aqui pra ver). Queria te fazer a mesma pergunta…
ZH: Filhos ou hits? [Ele ri bastante] Bem, quando eu penso em hits, não penso na palavra prazer. Pra mim soa como algo sexual…
HG: Hahaha! E como você vê a evolução da música de vocês nesses 25 anos?
ZH: É interessante, com certeza há músicas como “MMMBop”, onde dá pra ouvir o Doo-Wop dos anos 50, 60, vem daí uma inspiração, tem algo dos Jackson 5, e se você compara com o EP que lançamos no começo do ano, há várias músicas que são o que “MMMBop” poderia ter sido. Mas, pra minha banda, eu espero é um crescimento natural, uma evolução. Não é que hoje nossa música seja melhor, mas a habilidade de ouvir algo na mente e tornar aquilo real, você fica melhor nisso. Você trabalha mais rápido e trabalhando mais rápido você consegue passar ainda mais sua alegria com o trabalho. Dá pra ouvir a facilidade. Espero que estejamos melhores, mas não gosto de criticar nossas músicas antigas. Mas provavelmente o que ouço nos nossos últimos discos é a diferença entre nossas vozes. Cada um de nós desenvolvendo seu próprio estilo e isso aparecendo mais nitidamente nos álbuns. O jeito que o Isaac canta, o jeito que o Taylor canta, o jeito que eu canto. Dá pra ouvir os três na banda muito mais do que quando começamos. É o principal elemento do nosso amadurecimento que dá pra ouvir ao longo dos discos.
HG: Como vocês conseguiram crescer nesse ambiente, se mantendo sempre íntegros, sempre responsáveis, sem escândalos, o que é tão comum na indústria da música?
ZH: Odeio me gabar de algo que parece tão comum. “Ei, você cresceu e não é um maluco!”. Acho que o motivo de sermos vistos como pessoas normais ao invés péssimos exemplos de pessoas deve ser porque os motivos pelos quais fazemos música são muito humildes. Não estamos nessa banda pra sermos famosos ou ricos. O ofício é transformar essas emoções em canções e depois colocar nas prateleiras, compartilhar com as pessoas. É um mecanismo de defesa pra mim. Sempre me perguntam como consegui crescer sob tanta atenção, mas tenho a grande sorte de poder escrever sobre isso, sobre o isolamento, sobre a alegria, sobre conhecer algum ídolo ou subir no palco na frente de 20 mil pessoas e transformar isso em música. Ou sobre se apaixonar por uma menina linda na plateia que talvez eu não veja nunca mais, mas posso escrever uma música sobre essa experiência, sobre amor e perda. Então você processar tudo isso se torna seu ofício e é um benefício em dobro. Você não apenas ajuda a viver sua vida sem se tornar um mau exemplo, algo que ninguém quer pra si, mas também, com sorte, te ajuda a se tornar cada vez melhor.
HG: Como uma banda independente, como é o desafio de competir com grandes gravadoras e milhões investidos em publicidade?
ZH: Pra ser bem sincero, é o dinheiro. Você nunca vai ter o dinheiro das grandes gravadoras pra comprar mais outdoors, mais anúncios online ou espaço nas rádios, shows especiais etc. Você nunca vai ter esse tipo de recurso. Mas quando abrimos nossa gravadora em 2003, pensamos que pra se manter em uma indústria em constante transformação, onde a tecnologia impacta cada vez mais a cada ano, queríamos estar na posição de se adaptar também. Não queríamos ser passivos dentro de um sistema imenso e lento. Queríamos ter a liberdade de ter nossas ideias e realizá-las, sem esperar por aprovação. É difícil ser menor e se comparar com o disco da Taylor Swift que recebeu X milhões de dólares em publicidade, e saber que não dá pra gastar o mesmo porque você é de uma gravadora pequena, com dez empregados e só. Mas o que temos desde muito cedo na nossa banda é uma dedicação incrível dos nossos fãs. Não no sentido de “a gente curte a sua música”, mas sim no sentido de “vocês são minha banda”. Esse investimento basta pra gente seguir em frente e continuar sempre se reinventando, sempre expandindo nossos horizontes, tentando sempre sonhar mais alto.
HG: Quem são suas referências na música hoje? Quem vocês andam ouvindo?
ZH: Nesse momento, estou pensando muito sobre o que vem pela frente para os Hanson, então não estou ouvindo muita música. Estou pensando em compor e planejando o que vai entrar no álbum. Mas posso dizer que tem muita gente que admiro no momento. Mark Ronson é incrível. Bruno Mars é um enorme talento, Ed Sheeran é um gênio e a Adele… Até mesmo Harry Styles, fizemos um cover de uma música de seu novo CD, ficamos impressionados com a qualidade do disco dele. Tem grandes músicos por aí. Sempre tem bons e maus, o difícil é separar.
HG: E quanto ao Justin Bieber?
ZH: [Risos] O que tem ele?
HG: Vocês falaram sério ou foi uma piada? (Clica aqui pra entender)
ZH: Ah, não sei se fora da Austrália as pessoas sabem, mas os coalas têm um tipo de clamídia. Então estávamos brincando sobre os coalas e o Justin Bieber, fazendo graça. Porque ele canta bem, mas também tem fama de ser meio nojento, você sabe, prostitutas, coisas assim. Daí a piada fazia sentido. Mas era só uma piada. Não tenho nenhum problema com ele.
HG: Vocês estão voltando ao Brasil, o que os fãs podem esperar dessa vez?
ZH: Então, esse é um convite pros nossos fãs, quer vocês tenham ido a muitos shows nossos ou nenhum, pra celebrar a história que compartilhamos. O show tem músicas de todos os CDs, então não importa o que você conheça, vai ter coisa ali que você já ouviu. Desde “MMMBop” até “I Was Born”. De certa forma, é a história da nossa música ao longo dos anos. Continuamos sendo uma banda por causa do que sentimos pelo próximo projeto, pela próxima música. Mas a essa altura, tanta gente passou a nos acompanhar no meio do caminho. Talvez elas conheçam um CD, ou dois, ou cinco. Tem fãs mais jovens do que “MMMBop”, com 18, 19, 17 anos. Então sentimos que é hora de parar e observar essa história: olhar pra tudo que passamos, para as memórias que temos juntos. Feito isso, podemos seguir em frente, sabendo que nos demos tempo o bastante de refletir sobre tudo de bom que aconteceu com a gente. Então é uma comemoração nossa com nossos fãs. Não da gente, mas da experiência que compartilhamos. Daí seguimos em frente.
HG: Vocês têm fãs muito fiéis. Especialmente no Brasil. Qual sua lembrança dos fãs brasileiros? Por que eles são bem animados, bem intensos, né…
ZH: Quando você fala em fãs fiéis, a primeira coisa que penso é no Brasil. São fãs incríveis, às vezes parece que não importa em que parte do mundo a gente esteja, sempre tem um fã brasileiro viajando pra ver o show. E isso não é normal, fãs viajando pra todo canto. Acho que a cultura brasileira é de pessoas muito intensas e dá pra ver isso nos shows, no jeito que eles cantam, que eles dançam, que eles gritam “te amo” ou “toca aquela”. É uma experiência muito especial. Eles se movimentam, quando no show a gente começa a pular, o público todo pula junto. O resultado é uma experiência fantástica, inesquecível. Algo que a gente espera ter de novo.
HG: Maravilha! Então pra encerrar, dá pra mandar uma mensagem pros seus fãs brasileiros?
ZH: Claro! Então, como eu disse. Essa turnê é uma grande comemoração dos 25 anos dos Hanson. Não é uma comemoração de um álbum, não é pra comemorar a primeira vez que os brasileiros provavelmente ouviram falar da banda, lá por 1997, 1998, quando lançamos “MMMBop”. É pra celebrar toda nossa história com a música e junto a isso todas as nossas memórias, as experiências que dividimos, as músicas que significam algo pras pessoas. Então convidamos vocês a se juntarem a nós. Quer você já tenha ido a um show nosso, quer não. Porque não seríamos uma banda e não estaríamos aqui hoje sem o apoio dos fãs, dos fãs brasileiros, ao longo de todos esses anos. Se eles não tivessem continuado a comprar nossos CDs, nossas blusas, os ingressos pros nossos shows, escolhendo a gente ao invés de outra banda, quando eles poderiam ter ido assistir a um outro show e, ao invés disso, vieram a um nosso. Então minha mensagem é “Obrigado!” e, por favor, juntem-se a nós nessa grande comemoração.
HG: Obrigado, Zac, estamos esperando vocês.
ZH: Obrigado!
Fofo, né? A banda tem quatro shows marcados aqui no Brasil: um no Rio de Janeiro, no dia 24, outro em Belo Horizonte, no dia 25, em São Paulo, no dia 26, e o último em Salvador, no dia 27. O hugogloss.com fez uma promoção babadeira para ganhar “Meet & Greet” dos shows. Clica aqui para conferir o resultado.