A assessoria de Titi Müller se manifestou sobre uma decisão da Justiça que a impede de falar sobre o ex-marido, Tomás Bertoni, e sua família nas redes sociais. Em um comunicado divulgado na tarde de hoje (23), a equipe da apresentadora lamentou como ela tem sido obrigada a se calar em meio ao julgamento de sete ações judiciais. O texto ainda citou casos de violências física e psicológica.
“Por força de uma liminar que prevê pena de multa, a apresentadora Titi Müller está restrita em seu direito de se manifestar a respeito das sete ações que correm na Justiça entre as partes. Um novo recurso contra essa decisão anticonstitucional será pedido pelas advogadas que a representam”, iniciou o texto. A nota ainda detalha o que a apresentadora teria sofrido desde a gravidez.
Segundo o comunicado, recentemente, Titi até conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido. “As violências psicológica e física sofridas pela apresentadora se iniciaram ainda durante sua gravidez, em 2020. O receio de que o caso se tornasse público, agravando a já conturbada relação com o pai de seu filho, fez com que ela evitasse a denúncia formal até o limite de suas forças e de sua segurança, o que ocorreu em 05 de agosto de 2021. Uma medida protetiva concedida pela Justiça para garantir sua integridade está em vigor desde 13 de fevereiro de 2023”, acrescentou.
“Com 15 anos de uma carreira que engloba as mais diversas temáticas contemporâneas na TV e nas redes sociais, de comportamento e política a música e viagens, Titi está tolhida de abordar publicamente o assunto mais presente e relevante em sua vida atual: a maternidade. Uma violação de direito que extrapola sua condição de comunicadora e atinge a todas as mulheres e mães”, encerrou o texto.
Entenda o caso
Uma reportagem da GloboNews, divulgada nesta quinta-feira (23), trouxe alguns detalhes de toda a situação. Titi e Tomás Bertoni, da banda Scalene, são pais de Benjamin, de 3 anos. Os dois foram casados por dois anos, mas a relação chegou ao fim em 2021. Segundo os relatos da apresentadora à Justiça, as violências só aumentaram após a separação. De acordo com sua defesa, além da violência física, Müller estaria sofrendo também de uma violência institucional.
“Nós estamos falando de uma pessoa que está em situação de violência. Ela tem algumas ações, não é só uma ação, e nós estamos atuando nessa ação que está investigando violência doméstica narrada pela nossa cliente, bem como uma ação cível, vinculada às violências que também foram narradas pela vítima”, disse uma das advogadas da artista. O processo corre em sigilo, mas a defesa confirmou algumas das informações obtidas pela equipe.
Segundo a reportagem do “Estúdio i”, Tomás teria até admitido que submeteu Titi a violência psicológica, verbal e física durante o processo de divórcio. Entretanto, o músico teria feito a confissão apenas com a condição de que isso ficasse sob sigilo por 15 anos. Tudo isso na presença da então advogada do casal. No entanto, esse termo com a admissão das violências não foi incluído na homologação do divórcio.
Tomás entrou com um pedido de desistência do processo e Titi concordou. A defesa afirmou que a apresentadora não queria entrar numa batalha judicial e, por isso, assinou o documento naquele momento. Então, a Justiça homologou a extinção do processo, sem possibilidade de recurso. “A gente tem o acusado assinando, confessando as violências que praticava. Esse termo foi protocolado no Judiciário, foi pedido que fosse homologado, entretanto, foi pedida a desistência por conta do lado do Tomás. Acredito que tenha sido percebido que seria prejudicial — e de fato é”, pontuou a advogada.
Durante o processo de separação, Tomás admitiu que submeteu Titi à violência psicológica, verbal e física.
A confissão foi feita com condição de que ficasse sobe sigilo por 15 anos.
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— GloboNews (@GloboNews) February 23, 2023
Com o fim do casamento e as dificuldades da relação, Titi relatava dificuldades na criação do filho nas redes sociais, e começou a apontar o que seria um certo descaso por parte de Tomás. “Essa questão toda de busca por justiça foi realmente para que ela veja seu ex-companheiro responsabilizado de todas as demandas e principalmente por busca de convivência e criação de forma saudável e responsável”, disse a defesa.
Contudo, Titi foi surpreendida com a decisão do Judiciário que determinava o seu silêncio. A Justiça concedeu uma liminar movida pela família de Tomás que proíbe a apresentadora de falar sobre o músico o qualquer outro integrante da família nas redes sociais. A justificativa era a de que isso asseguraria “sua imagem e integridade moral”. Bertoni, vale lembrar, é filho de Torquato Jardim, ex-ministro da Justiça do governo de Michel Temer.
Tomás Bertoni se manifesta
Alice Kok, advogada de Bertoni, falou sobre a liminar contra as falas públicas de Titi. “Existe, de fato, uma tutela inibitória na esfera cível, muito ao contrário de buscar silenciar a senhora Tielen, como ela alega, busca somente inibir falar agressivas que são direcionadas ao ex-marido, ao senhor Tomás, e à família do senhor Tomás, e a tutela existe também como forma de resguardar, de proteger o menor, que é a figura mais importante de toda essa situação”, afirmou.
Pelas redes sociais, o próprio Tomás também comentou o assunto e negou as acusações de violência. “Desde o início do processo de separação, mesmo diante de ataques e retaliações feitos nas esferas públicas e privadas, optei pelo caminho da conversa e do alinhamento de forma pessoal e no particular. Hoje, por falta de acesso ao processo completo, que está correndo sob segredo de Justiça, a reportagem veiculada na GloboNews sobre a minha relação com Titi e o nosso filho levou o debate para um campo de suposições, caindo em um lugar que não confere com a veracidade dos fatos e do caso. A própria investigação tem demonstrado, em todas as etapas, que as alegações de violência não correspondem à verdade”, afirmou o artista.
Tomás rebateu as acusações de “descaso” e tentou justificar a liminar. “Sou plenamente presente na rotina do nosso filho em todas as frentes e esferas, do âmbito escolar a consultas médicas, de passeios a viagens, algo que faço com amor e tenho como prioridade (e não por alguma determinação judicial ou combinado). Todas as medidas judiciais foram tomadas após muitas tentativas de boa convivência e diálogo com Titi. A ação cível – confirmada em duas instâncias – não impede manifestações sobre a maternidade, nem de forma alguma a silencia de nada, apenas impede ataques a mim e minha família e, principalmente, busca proteger minha paternidade”, pontuou.
O integrante da Scalene ainda devolveu acusações: “No processo de separação, comportamentos inadmissíveis por parte de Titi, que foram de chantagem, ameaças e agressões à invasão de propriedade, colocando em risco a integridade física de pessoas próximas, acabaram tornando o caminho judicial como o único possível para garantir um meio, no mínimo, pacífico para que a paternidade e a maternidade sejam exercidas em prol da criança e não em prol de curtidas, compartilhamentos e engajamento. O único objetivo é o crescimento saudável do nosso filho”.
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