Bem pouco antes de morrer, a rainha Elizabeth II ainda tinha seu inseparável diário, conforme revelado na biografia escrita por Robert Hardman, intitulada “Charles III: New King. New Court. The Inside Story”. Um trecho obtido pelo The Telegraph registrou as últimas palavras da monarca. A rainha faleceu aos 96 anos de idade, em setembro de 2022, após mais de sete décadas à frente da Família Real Britânica.
“Edward veio me ver”, foi o que escreveu Elizabeth logo antes de falecer, se referindo a seu secretário particular, Sir Edward Young. Ela também falou sobre a posse dos novos membros do Conselho Privado. “Acontece que ela ainda estava escrevendo o diário em Balmoral dois dias antes de sua morte. Seu último registro foi tão factual e prático como sempre“, explicou o autor do livro.
O diário era usado pela rainha para fazer anotações sobre seus compromissos, e não sentimentos, com o objetivo de manter sua memória em dia. “Não tenho tempo para registrar conversas, apenas eventos”, relatou ela, anos atrás.
O biógrafo que descobriu o diário contou que o rei Charles agora segue os passos da mãe e também faz anotações. “Ele não escreve grandes diários narrativos como costumava fazer, mas registra lembranças e reflexões sobre o evento do dia“, revelou Hardman. Alguns insights do rei já foram lidos, como quando o trecho de sua opinião sobre a transferência da soberania de Hong Kong foi vazado, em 2006.
O livro também relata a reação dos membros do Palácio de Buckingham ao diagnóstico de câncer do monarca, no início do ano. “Os olhos estão firmemente voltados para o presente”, escreveu o autor. “Embora os preparativos para o funeral real sejam sempre rotineiramente revisados (por planejadores militares e governamentais), é significativo e reconfortante saber que não houve ligação para o mestre dessas cerimônias, Earl Marshal“, completou.
O Palácio de Buckingham anunciou o diagnóstico do rei em 5 de fevereiro, uma semana depois que ele foi liberado de um hospital de Londres após uma cirurgia de próstata aumentada.