Morreu na madrugada desta terça-feira (20), o estudante Luan Augusto, de 16 anos. O menino é a segunda vítima do ataque no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná. A jovem Karoline Verri Alves, de 17 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no pátio da instituição. Luan e Karoline eram namorados.
A morte foi confirmada pela família, que autorizou a doação dos órgãos do rapaz. Ele estava internado em estado grave no Hospital Universitário de Londrina, após ser atingido por um disparo na cabeça.
De acordo com informações da Polícia Militar, o autor do ataque, de 21 anos, era ex-aluno da instituição e utilizou um revólver calibre 38. Ele teve acesso ao local, dizendo que iria até a direção para solicitar documentos. Segundo o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Amarantino Ribeiro, o rapaz fez pelo menos 16 disparos dentro do colégio.
O homem foi imediatamente detido pelas autoridades e as câmeras de vigilância da instituição de ensino foram recolhidas pelos agentes. Em depoimento, o suspeito afirmou que escolheu as vítimas “aleatoriamente” e que não tinha qualquer vínculo com os adolescentes. Ele será investigado por homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que além da arma, o criminoso tinha um caderno com anotações sobre ataques em escolas. Os familiares do rapaz disseram às autoridades que ele é esquizofrênico e que faz tratamento para a doença. Um outro jovem de 21 anos foi preso e um adolescente de 13 anos foi apreendido, suspeitos de ajudar a planejar o ataque, segundo o secretário Hudson Teixeira.
Uma professora relatou à CBN que os alunos ouviram o primeiro barulho e pensaram que fosse uma bombinha. Entretanto, com a continuidade do som forte, eles teriam ficado assustados. Ela ajudou os estudantes a fugir para ruas próximas do colégio pelo portão de entrada.
O ataque foi interrompido graças à ajuda de Joel de Oliveira, de 62 anos, que conseguiu imobilizar o atirador. “Quando eu encontrei o rapaz, ele estava colocando a arma em cima de um banco, não sei se para recarregar a munição ou se porque já pensava em parar com o ataque. Na hora, a única coisa que veio na minha mente foi falar que eu era policial, para tentar segurar ele“, relatou ao jornal O Globo.
“Eu penso que ele pode ter confundido o celular que estava na minha mão com uma arma depois que me identifiquei como policial. Então, ele se virou, deitou no chão e eu perguntei se ele tinha mais armas no corpo. Ele negou”, relembrou.
Após o atentado, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias. As aulas da instituição foram suspensas por tempo indeterminado.
Ataques em escolas
Em março, um adolescente de 13 anos esfaqueou seis pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, e provocou a morte de uma professora. Já em abril, um homem de 25 anos matou quatro crianças com uma machadinha em uma creche de Santa Catarina.
Somente em 2022 e 2023, o Brasil teve seis ataques com mortes nas escolas. Ao todo, 53 pessoas foram assassinadas em atentados em instituições de ensino desde 2011, sendo 7 somente no último ano. Segundo dados do governo federal, 225 pessoas já foram presas por ameaças a escolas.
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