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Nataly Helen Martins, que confessou ter assassinado a adolescente grávida Emelly Azevedo Sena para ficar com seu bebê, revelou que procurou outras mulheres grávidas antes de conhecer a vítima. Em depoimento à Polícia Civil do Mato Grosso, nesta quinta-feira (13), a mulher disse que viu uma “oportunidade” de ter mais um filho quando se encontrou com a jovem.
Segundo informações do UOL, que teve acesso ao depoimento, Nataly explicou que conheceu Emelly em um grupo de gestantes e a atraiu informando que doaria roupas de bebê. “Eu estava procurando na rua, em casas de abrigo, pessoas que não queriam ter neném porque eu queria ser mãe novamente e eu não posso. Só que eu não achei, e tive essa oportunidade infeliz“, declarou.
A autora do crime contou que estava grávida e perdeu um bebê há seis meses, mas não contou aos familiares. “Não falei para ninguém, mas na verdade parecia [que estava grávida], porque minha barriga cresceu, meus seios tinham leite, era como se eu estivesse [grávida], mas fiz o exame e eu não estava“, explicou.
Nataly, de 25 anos, também fazia relatos da falsa gestação nas redes sociais. Mãe de outros três filhos, ela dizia ter engravidado após fazer uma laqueadura, sem detalhar o caso. Em outra publicação, a criminosa chegou a postar imagens de que teria uma menina durante um chá revelação. O advogado da família, Icaro Vione de Paulo, falou que “a notícia do suposto nascimento foi recebida com muita alegria” pelos parentes.

Em outro trecho do depoimento, Nataly disse que acordou a adolescente após dar um mata-leão, e pediu desculpas. “Ela acordou e eu pedi desculpas, falei que ia cuidar da neném, aí eu a enforquei com um fio“, detalhou. Ela afirmou ter asfixiado Emelly com um fio depois de imobilizá-la.
Contudo, a perícia mostrou que a causa da morte foi o corte abdominal sofrido pela vítima. Segundo o perito Jacques Trevizan, Emelly apresentava lesões em formato de “T” na barriga e ainda estava viva quando o bebê foi retirado. Nataly utilizou sacolas plásticas para abafar os gritos da adolescente. Ainda, a criminosa alegou que pensou em desistir do assassinato enquanto falava com a jovem, mas que a situação “foi virando uma bola de neve”.
Nataly declarou: “Depois que eu tinha cavado o buraco, que ela chegou, sentou e conversou comigo, eu já não queria mais fazer [o crime]. Só que ela já estava lá, o ‘trem’ já estava lá, eu ia falar o que depois? Foi virando uma bola de neve“. O corpo de Emelly foi encontrado na quinta (13), no quintal de uma casa, em Cuiabá. Ela estava grávida de 9 meses.
A necrópsia apontou, ainda, que a vítima teve mãos e pés amarrados, além de ter a barriga aberta por um objeto cortante. A diretora da Perícia Oficial e Identificação Técnica de MT, Alessandra Mariano, afirmou que Emelly também teve lesões no pescoço, o que corrobora com a versão de Nataly.

A autora do crime foi presa após ir ao hospital com a recém-nascida e levantar suspeitas da equipe médica. Ela alegou que havia dado à luz, mas não apresentava sinais de que tivesse passado por uma gestação recente. O marido de Nataly, Cristian Albino Cebalho, também foi detido em flagrante por suspeita de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas foi liberado após a criminosa afirmar que agiu sozinha.
Nataly falou que sofreu abortos, mas os escondeu da família porque tinha o sonho de ser mãe novamente. Ela também afirmou que cavou o buraco para enterrar o corpo de Emelly antes da chegada da adolescente no local. Ainda segundo o UOL, a recém-nascida está no hospital e passa bem. Não há informação sobre o que acontecerá com a criança.
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