Steven van de Velde ficará alojado em um local separado da Vila Olímpica, sem contato com outros atletas e a imprensa, durante as Olimpíadas de Paris. Em 2016, o jogador de vôlei de praia da seleção holandesa foi condenado a quatro anos de prisão, depois de se declarar culpado por estuprar uma menina britânica de 12 anos.
A decisão foi anunciada pelo Comitê Olímpico Holandês (NOC), que declarou ter sido um pedido do próprio atleta e seus colegas de equipe. A organização também informou que a medida tem como objetivo “garantir um ambiente esportivo seguro para todos os participantes olímpicos“, e que está “de acordo com a prática padrão” adotada pela entidade.
O caso aconteceu em 2014, quando van de Velde tinha 19 anos. Ele revelou ter conhecido a vítima através do Facebook, e viajado de Amsterdã para o Reino Unido, para encontrá-la pessoalmente. Embora estivesse ciente de que a vítima era virgem e menor de idade, o atleta a forçou a ter relações sexuais.
O crime foi descoberto depois que a menina, que não teve a identidade revelada, foi até uma clínica médica para tomar uma pílula do dia seguinte, sob orientação de Steven. Em 2016, ele foi condenado a quatro anos de prisão por estupro. Durante a sentença, a juíza Francis Sheridan declarou que “uma criança jovem, ingênua e tola formou a visão de que você a amava“.
“Na realidade, você só a conhecia na internet, nunca a tinha conhecido antes e tinha plena consciência da diferença de idade. O dano emocional que foi causado a essa criança é enorme. À medida que ela amadurece, ela terá que perceber que você não é o homem legal que ela pensou que você era e esperava que você fosse“, afirmou Sheridan, segundo a BBC Sport.
O jogador retomou sua carreira no vôlei de praia após cumprir apenas 12 meses de sua sentença. Em junho deste ano, ele acabou selecionado para integrar a equipe holandesa nos Jogos Olímpicos de Paris, que terão início nesta sexta-feira (26). “Após a sua libertação, van de Velde procurou e recebeu aconselhamento profissional. Ele demonstrou aos que o rodeavam – privada e profissionalmente – autoconhecimento e reflexão“, informou o comitê ao veículo.
A organização afirmou, ainda, que o retorno do jogador ao esporte atendeu às diretrizes estabelecidas pela Federação Holandesa de Voleibol em seu “Registro de Integridade de Diretrizes”, que estabelece condições para o retorno de atletas após condenações.
O Comitê Olímpico Internacional (COI), por sua vez, informou que a seleção dos atletas para as Olimpíadas é de responsabilidade dos comitês de cada país.