Dois dias após ser presa por ofensas homofóbicas a um homem em um shopping da zona oeste de São Paulo, a jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira voltou a ser flagrada, nesta segunda-feira (16), proferindo ataques a moradores do prédio onde vive. Em vídeos divulgados nas redes sociais, ela chama os vizinhos de “b*iola depilada”, grita repetidamente que um deles “dá o c*” e afirma que o homem “não tem p*nto”.
A nova denúncia foi feita por Gustavo Leão, que publicou o relato sobre o episódio no condomínio. “Hoje Matteus Câmara, Danilo Amorim e eu fomos vítimas de ataques homofóbicos graves e revoltantes dentro do nosso próprio condomínio”, escreveu. Segundo ele, Adriana costuma adotar uma postura agressiva com outros moradores: “Ela é uma mulher lúcida, plenamente consciente de seus atos. Não se trata de um surto ou desequilíbrio. Trata-se de uma postura arrogante e recorrente”.
Apesar de ter cometido o mesmo crime, Gustavo afirma que Adriana segue livre. “Mesmo sendo reincidente, pois neste final de semana aconteceu o mesmo no Shopping Iguatemi. Isso é inaceitável”, denunciou. No mesmo relato, ele agradeceu aos vizinhos e à Polícia Militar, que teria conduzido a agressora até o 2º Distrito Policial, no centro de São Paulo. “Agora, tomaremos todas as medidas legais, e já estamos dando entrada em uma queixa-crime na Polícia Civil. Homofobia não é opinião. Não é desabafo. É crime. E precisa ser tratado como tal”, finalizou.
Assista aos vídeos:
Jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira volta a cometer homofobia em SP pic.twitter.com/rKlhZLt462
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) June 17, 2025
Ao hugogloss.com, Gustavo contou que tudo ocorreu em um prédio de Higienópolis por volta das 16h, mas não teria sido a primeira vez. “A gente já vinha passando por isso há alguns dias com ela, mas hoje foi a gota d’água. Ela fez isso na frente de todo mundo, o prédio inteiro presenciou. As calúnias dela sempre foram gratuitas”, relatou. Segundo ele, Adriana voltou a ser solta após o novo ocorrido porque uma queixa crime precisa ser prestada em uma delegacia de Polícia Civil. “O que a gente poderia fazer a gente já fez”, lamentou.
Leão também lembrou a prisão de Adriana no sábado (14), quando ela foi detida em flagrante por chamar o gerente de projetos Gabriel Galluzzi de “b*cha nojenta” e “assassino” dentro de uma cafeteria no Shopping Iguatemi. O caso foi registrado como injúria no 14º Distrito Policial de Pinheiros. Segundo o relato, ela começou a gritar com o atendente e, ao ser repreendida, passou a ofendê-lo com insultos homofóbicos.
“Ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar ‘pobre’, ‘b*cha’, todas as palavras de baixo calão possíveis… ‘b*cha nojenta’, ‘pobre’, ‘você não deveria estar aqui’”, relatou uma testemunha.

Depois de quatro horas na delegacia, a jornalista gravou um vídeo em que disse ter sido vítima de deboche e etarismo, e afirmou que reagiu após ser provocada. “Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada […] Aí, ele se manifestou, disse ‘fala baixo’, ‘cala a boca’. […] Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de ‘b*iola’. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de ‘velha’”, declarou. Ainda segundo ela, o episódio ocorreu enquanto lidava com uma questão de saúde: “Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese […]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone”.
O Shopping Iguatemi lamentou o ocorrido e afirmou, em nota, que prestou todo o apoio necessário às autoridades. “O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância”, disse o texto. Relembre detalhes, clicando aqui.
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