Como lidar com a adolescência e os dilemas intensos da juventude? Esses são os principais questionamentos de “A Última Festa”, comédia romântica esperta dirigida por Matheus Souza, em cartaz nos cinemas. A equipe do hugogloss.com conversou com Caíque Nogueira, intérprete de Juliano, o “vilão” da trama, que detalhou as gravações inesquecíveis em Portugal, sua primeira cena de sexo e a sintonia do elenco.
“A Última Festa” se passa, inteiramente, na festa de formatura de um quarteto de amigos: Nina (Marina Moschen), Nathan (Christian Malheiros), Bianca (Thalita Meneghim) e Marina (Giulia Gayoso). Durante a noite de comemoração, cada um deles enfrenta as mudanças que vêm com a nova fase, enquanto tentam resolver os enroscos de suas relações, sejam elas românticas ou platônicas.
Parte da história tem como foco Nathan (Malheiros), que passa por uma série de desafios na tentativa de ficar com o garoto que considera “a pessoa mais bonita do mundo” – no caso, Juliano (Caíque Nogueira). O papel foi o primeiro da carreira de Nogueira que envolveu uma cena de sexo.
“Foi a primeira [cena] dessa maneira que eu já gravei na minha vida. É claro que a gente grava muito mais do que vai para o filme, no fim das contas, mas eu acho que foi muito respeitoso. (…) Meu personagem ele é todo tatuado e eu não tenho nenhuma tatuagem no corpo, então eu tive que fazer muitas tatuagens várias vezes, tinha todo um processo de já começar a ficar peladão antes de entrar no set. Então, no set, eu já estava pronto, foi tranquilo. Foi muito bom de fazer, de quebrar isso daí também, porque foi super artístico, super bonito, com uma fotografia maravilhosa. O filme é especial e [a cena] tem sua importância na história”, contou o ator.
De acordo com Caíque, não houve nenhum combinado entre ele e Christian. “A gente beijou para valer, porque no cinema tem que ser pra valer, né? [risos] No cinema, a tela tá enorme, se faltar uma língua, se ficar oco esse beijo, não tem verdade nenhuma. A gente aqui é brasileiro, a gente beija com língua, vamos fazer verdade nessa história! [risos] Não rolou nenhum combinado, a gente foi fazendo na hora. O Matheus [Souza] deixou a gente super à vontade e disse: ‘Entrem nos personagens e conduzam essa cena, como cada um faria no momento’. E assim, ficou super sutil na verdade, porque todas as cenas de sexo acabam juntas no filme, não ficou uma coisa longa, foi dividindo, não ficou tão explícito. É um pouco mais tranquilo do que poderia ser“, refletiu.
Além da experiência de gravar cenas íntimas, Nogueira enfrentou outro desafio inédito em sua carreira: retratar um relacionamento LGBTQIA+. A experiência foi catártica para Caíque, que se abriu sobre sua sexualidade e a importância da representação no cinema. “Eu fiquei muito feliz de fazer meu primeiro personagem da bandeira LGBTQIAP+, até porque eu sou da bandeira, já me relacionei com homens e já me relacionei com mulheres”, contou ele.
“E eu amei, por mais vilanesco que o Juliano, meu personagem, seja, eu amei dar voz para ele, dar vida para ele, porque independente do que ele está fazendo ali de maldade, de deboche, de acidez, eu consigo enxergar a vulnerabilidade nele também. (…) Tudo isso que ele gera [no filme] vem totalmente de uma insegurança que nós da bandeira sofremos muito. Não que a gente vá pro caminho vilanesco, mas tem quem vá. (…) Então é muito importante que a gente fale sobre isso e consiga esmiuçar as personalidades e a razão das pessoas serem da maneira que são e conseguir enxergar com amor e cuidar disso e melhorar isso”, declarou.
Identificação com a trama e bastidores das gravações
O grupo de “A Última Festa” encara os típicos dilemas da juventude, como amor, sexo, sexualidade, amizade e o bullying, tema com o qual Nogueira se conectou, já que foi vítima das provocações dos colegas na época do colégio – justamente por ser diferente da maioria. “O personagem do Christian sofre bullying no colégio… e eu era o garoto que sofria bullying no meu colégio, teve gente expulsa por fazer bullying comigo. Justamente porque eu sempre andei com as meninas, sempre jogava queimada, não estava na galera do futebol porque eu não gosto, minha mãe era professora do colégio… eu sofria uma pressão maior ainda. Então eu me identifico muito com esse garoto que não se encaixava com os outros garotos”, relembrou.
“Eu nunca gostei de nenhum menino no colégio, sempre gostei das meninas. Sempre me apaixonei pelas meninas, namorei com as meninas. Nunca brotou nenhuma dúvida [sobre sexualidade], mas eu sentia que eu não era igual aos outros meninos. Eu tinha essa dúvida no olhar também, quando eu olhava às vezes pros caras nos filmes, eu ficava: ‘Será que eu gosto desse cara ou eu quero ser esse cara?’. Eu tive algumas dúvidas assim”, contou Nogueira.
O ator se diz orgulhoso das reflexões que o filme propõe e guarda com carinho, a sintonia do elenco e a filmagem feita inteiramente do outro lado do Atlântico. “As gravações em Portugal foram um sonho. Eu sinto que eu nunca mais vou viver o que eu vivi gravando esse filme, por isso eu tenho tanto carinho não só pelo elenco, como pela equipe e pelo projeto. (…) Foi um dos melhores momentos da minha vida, eu nunca vou esquecer”, concluiu.
Confira abaixo o bate-papo na íntegra:
HG – Esse é o seu terceiro filme. Você começou lá atrás aos 14 anos como Colírio, da Capricho, foi blogueiro, apresentador, roteirista, e hoje tem uma empresa de produção de conteúdo. Atuar é agora seu foco principal?
CN – Atuar já foi muito o meu foco principal, mas a vida me fortificou muito, me fortaleceu muito para eu enxergar o artista múltiplo que eu sou e hoje conseguir me dividir em todas as frentes que a vida me oferece. Eu acredito que eu sou tudo, que eu faço tudo o que eu faço hoje, porque eu sou ator. A minha formação artística e entender a sensibilidade que é ser artista através de ser ator, fez com que eu me tornasse com certeza um bom diretor, um bom roteirista, um bom produtor, um bom parceiro de cena. Eu me vejo com muitas boas relações dentro do meio artístico porque meu lado humano desenvolveu muito nas minhas vulnerabilidades sofridas no meio artístico. E não, atuar não é a minha prioridade, mas eu amo muito fazer e eu tô sempre aberto, eu sempre arranjo um espacinho na agenda, porque agora eu deslanchei em alguma frentes. Já foi minha prioridade, mas hoje, com outros focos, sempre vou ter espaço para a atuação porque eu amo, é a minha raiz.
HG – Essa raiz remonta para sua infância, com o teatro. Como você foi disso para a Capricho e a TV?
CN – Eu sempre fiz teatro, comecei com oito anos de idade com a Monah Delacy, mãe da Christiane Torloni, que é o único cursinho de teatro que tem em Petrópolis, que é de onde eu sou. A Capricho me descobriu pela internet, me convidaram para fazer uma parada que deu muito certo, ninguém tinha noção da dimensão que iria tomar. Mudou a minha vida. Eu olho [para trás] e vejo um menino muito ingênuo, sendo jogado na jaula dos leões com todos os holofotes possíveis, porque naquela época a gente viveu muita coisa louca. Era o começo de tudo, não tinha alguém pra gente se inspirar… A gente chegou na internet quando tudo era mato.
Penso que isso me construiu muito como artista, porque eu venho dessa geração da internet em que a gente precisava se produzir. Para mim, ser um artista completo é você se produzir, é se movimentar, é criar, é bater na porta e vender o próprio projeto, é mandar e-mail… então eu aprendi a ser artista assim, né? Sou muito grato de ter começado profissionalmente na Editora Abril, na Capricho, na MTV, e depois ter ido fazer faculdade, estudei fora também… Sempre consegui manter meus estudos através do meu trabalho. Minha mãe é professora e lá em casa hoje eu tenho, graças a Deus, a chance de poder ajudar a minha família com o meu trabalho, porque eu nunca desisti da minha arte e dos meus propósitos.
Eu abri a produtora para fazer conteúdos audiovisuais para a TV, que era o meu sonho trabalhar com programas de TV, eu fiquei cinco anos no Multishow e me apaixonei por esse universo. Eu comecei apresentando um programa na MTV, mas eu trabalhei em produções e roteiros no Multishow. Seguindo a minha carreira artística, eu consigo enxergar a potência que é ser um produtor junto que é ser o artista que eu sou, que dubla, que atua, que comunica e que topa todos os trabalhos que arrepiam e mexem de alguma forma, independente da idade que eu tenha.
HG – Como surgiu o convite para esse filme, e como foram as gravações em Portugal?
CN – O convite para o filme não foi bem um convite, porque eu fiz testes como todo mundo. Eu já tinha trabalhado com o Matheus antes, eu amo o trabalho do Matheus, me identifico. Ainda assim, depois de ter trabalhado em ‘Ana e Vitória’ com ele, eu vi que estavam rolando os testes para esse filme, vi que ia ser rodado em Portugal e falei: ‘Gente, que sonho, imagina?’.
Mandei e-mail para a Marcela Altberg, que enfim, foi a primeira pessoa que me aprovou na série do GNT que eu fiz no começo da minha carreira, do Luiz Fernando Veríssimo. E aí fui passando pelas etapas do teste. Até que o Matheus me ligou e falou: ‘Caíque, então, você topa fazer cena de sexo? Topa ficar peladão?’. E eu falei: ‘Matheus, tá maluco? Bora!’. E ele falou: ‘Par do Christian, bora?’. E eu falei: ‘Bora, agora!’. E ele falou: ‘Então bora, que o personagem é superimportante para a história’.
As gravações em Portugal foram um sonho. Eu sinto que eu nunca mais vou viver o que eu vivi gravando esse filme, por isso eu tenho tanto carinho não só pelo elenco, como pela equipe e pelo projeto. E como o personagem aparece pontualmente no filme, eu não sou um dos protagonistas, eu fiquei durante o processo todo em Portugal, porque a gente tinha preparação, mas eu aproveitei e viajei. Ia pra Roma e voltava enquanto a galera estava gravando, então assim, eu realmente aproveitei. Foi um dos melhores momentos da minha vida, eu nunca vou esquecer.
HG – O filme, que se passa inteiramente durante uma única festa, passeia por algumas dúvidas e descobertas típicas dos adolescentes, como autoafirmação, amor, sexualidade e liberdade. E dá a tônica intensa para essa fase da vida. Como foi a adolescência pra você?
CN – Foi muito diferente, né? Porque da noite pro dia, a internet não existia [como hoje]. Eu escutava muito: ‘Ser famoso na internet, é como ser rico no Banco Imobiliário, não serve para nada’. Eu sou dessa época, o Gloss sabe muito bem, ele me viu nascer na internet. [risos] Então, eu não entendia muito bem. (…) Para lidar com isso aos 14 anos, eu tinha um contrato com a Capricho em que eu não podia sair em foto com bebida alcóolica, eu não podia aparecer fumando e eu não podia posar pelado. Eu amava essa cláusula, que eu não podia posar pelado. Não que eu quisesse [posar], mas eu adorava ser proibido. [risos] E eu não podia falar palavrão nas redes sociais. Tanto que eu sou tranquilo com o meu Twitter, porque eu tinha uma multa muito maior que qualquer cancelamento se eu falasse palavrão nas redes sociais. [risos] Então, eu tinha um certo cuidado. Mas eu sempre fui um garoto muito tranquilo, nunca dei trabalho para os meus pais, nunca dei PT em festa, nunca causei… Então eu realmente decidi doar minha adolescência para hoje me tornar o artista que eu sou.
HG – Pra qualquer adolescente já é uma fase conturbada. Viver isso aos olhos do público certamente foi mais difícil. Em algum momento, você chega a lamentar coisas vividas ou não vividas, diante dessa atenção?
CN – Eu não sinto falta de nada, sabe? Algumas coisinhas… Não tive festa de formatura, porque eu estava trabalhando muito na época e eu tive que fazer supletivo, meio que parei de estudar. Depois eu passei na faculdade, fiz o vestibular, fiz minha faculdade, deu tudo certo, mas no colégio eu não fiz o ensino médio porque eu estava trabalhando muito. Eu gravava o programa na MTV na época, morava em Petrópolis, enfim, fui morar no Rio, uma grande bagunça. Mas assim, eu sou muito tranquilo, porque sempre esteve tudo no controle, eu nunca me meti em nenhuma polêmica na minha vida. É bom falar isso baixo, porque vai que me enfiam numa polêmica só porque eu tô gritando que nunca me meti em uma polêmica? [Risos]
De certa forma eu sou muito feliz de ter uma carreira contínua, sempre trabalhei minha vida inteira, sempre trabalhei no meio artístico desde que comecei a trabalhar, nunca parei, nem que eu estivesse dublando, as pessoas não estavam me vendo, mas eu estava lá de alguma forma. Eu sou muito feliz de não ter precisado de nenhum polêmica e de não ter precisado de nenhum relacionamento e de não ter precisado trabalhar na Globo para ter a carreira que eu tenho hoje. E é claro, muita gente vai falar: ‘Que carreira? Não vejo’, porque as pessoas não veem o que a gente está fazendo. Mas às vezes as pessoas estão assistindo, tem gente por trás que elas não fazem ideia, que estão realizando aquilo ali.
HG – Você se identificou com algum dos dilemas do longa?
CN – Tem muita coisa que eu me identifico. Muita coisa mesmo, coisas que as pessoas nem imaginam. O personagem do Christian, que sofre bullying no colégio… eu era o garoto que sofria bullying no meu colégio. Tanto que essa virada da Capricho foi quase uma virada de olhar no espelho e falar: ‘Eu sou esse cara?’. Porque eu sofri muito bullying no colégio, teve gente expulsa por fazer bullying comigo. Justamente porque eu sempre andei com as meninas, sempre jogava queimada, não estava na galera do futebol porque eu não gosto, minha mãe era professora do colégio… eu sofria uma pressão maior ainda. Então, no colégio, eu me identifico muito com esse garoto que não se encaixava com os outros garotos, mas eu nunca gostei de nenhum menino no colégio, sempre gostei das meninas. Sempre me apaixonei pelas meninas, namorei com as meninas. Nunca brotou nenhuma dúvida [sobre sexualidade], mas eu me sentia muito diferente dos meninos.
Eu sentia que eu não era igual aos outros meninos. Eu tinha essa dúvida no olhar também, quando eu olhava às vezes pros caras nos filmes eu ficava: ‘Será que eu gosto desse cara ou eu quero ser esse cara?’. Eu tive algumas dúvidas assim. E o personagem do Christian tem um pouco disso com o meu personagem. E eu acho que o meu personagem, ele significa aquela pessoa que a gente vê de longe e admira muito, principalmente pelas redes sociais. E quando a gente chega perto dela, ela não é nada daquilo que a gente pensou.
Eu acho que o filme traz a reflexão de que quando a gente é adolescente, a gente acha que tudo é o fim do mundo. E quando a gente vai passando, a gente vê que só piora e que aquilo ali não era nada. Outra coisa é que os protagonistas acabam disputando qual o assunto, quem merece mais atenção dos outros amigos. Isso me traz um conforto, esse conflito na cabeça de que a gente sempre acha que as nossas dores são maiores do que tudo que está acontecendo. E às vezes os nossos amigos estão passando pelo mesmo momento ou por dores maiores ou tão grandes quanto. Assim como na vida, os personagens fazem parte da nossa trajetória de evolução, todo mundo passa na sua vida para evoluir, seja errado ou seja certo, são aprendizados, evoluções, essas são as grandes lições do filme. Junto de uma grande lição de que amizade é o que fica, que precisamos pegar quem está do nosso lado pelas mãos e seguir juntos.
HG – No longa, o seu personagem é o crush de um dos protagonistas, o Christian Malheiros. E em determinado momento, o desejo se realiza. Como foi gravar a cena de sexo com ele?
CN – Foi a primeira dessa maneira que eu já gravei na minha vida. É claro que a gente grava muito mais do que vai para o filme, no fim das contas, mas eu acho que foi muito respeitoso. Eu me dei muito bem com o Christian, a gente tem muita coisa em comum. O que fica é querer entregar um trabalho maneiro, foi super tranquilo, de verdade. Óbvio que a gente fica meio nervosinho, porque quer que tudo dê certo. Meu personagem ele é todo tatuado e eu não tenho nenhuma tatuagem no corpo, então eu tive que fazer muitas tatuagens várias vezes, então tinha todo um processo de já começar a ficar peladão antes de entrar no set. Então, no set, eu já estava pronto, foi tranquilo. Foi muito bom de fazer, de quebrar isso daí também, porque foi super artístico, super bonito, com uma fotografia maravilhosa. O filme é especial e [a cena] tem sua importância na história.
HG – Teve algum tipo de combinado?
CN – Não rolou nenhum combinado, a gente beijou para valer, porque no cinema tem que ser pra valer, né? [risos] No cinema, a tela tá enorme, se faltar uma língua, se ficar oco esse beijo, não tem verdade nenhuma. A gente aqui é brasileiro, a gente beija com língua, vamos fazer verdade nessa história! [risos] Não rolou nenhum combinado, a gente foi fazendo na hora. O Matheus deixou a gente super à vontade e disse: ‘Entrem nos personagens e conduzam essa cena, como cada um faria no momento’. E assim, ficou super sútil na verdade, porque todas as cenas de sexo acabam juntas no filme, não ficou uma coisa longa, foi dividindo, não ficou tão explícito. Achei super delicado. É um pouco mais tranquilo do que poderia ser. Mas achei muito lindo a gente trazer uma cena assim pro cinema, que muitas pessoas já viveram e que precisam se enxergar nessa tela. É muito importante estar fazendo projetos como esse, me sinto feliz de fazer parte e quero muito que todo mundo assista.
HG – Como você se sentiu ao dar vida a um romance entre dois homens? E como você lida com a própria sexualidade?
CN – Eu fiquei muito feliz de fazer meu primeiro personagem da bandeira LGBTQIAP+, até porque eu sou da bandeira, já me relacionei com homens e já me relacionei com mulheres. E eu amei, por mais vilanesco que o Juliano, meu personagem, seja, eu amei dar voz para ele, dar vida para ele, porque independente do que ele está fazendo ali de maldade, de deboche, de acidez, eu consigo enxergar a vulnerabilidade nele também. Por mais vilanesco que ele possa ser, no fim das contas o bem sempre vence, né? Então a maldade dele gera um bem muito grande pro personagem do Christian, gera um despertar. E como essas pessoas também são muito importantes, falando dessas pessoas que tiram a gente do lugar de conforto, muitas vezes um lugar horrível, mas desperta em outro lugar, assim como eu consigo enxergar que ele precisa ser essa pessoa pra se fortalecer, provavelmente por diversas inseguranças que existam na vida dele.
Seja de uma família que não está com ele, seja por quão rejeitado ele já foi, ele precisava oprimir para não ser o oprimido. Então ele cria um desafio ali pro Christian desenvolver ao longo do filme, em troca desse desafio, o personagem ganharia um momento com ele. Então tudo isso que ele gera vem totalmente de uma insegurança que nós da bandeira sofremos muito. Não que a gente vá pro caminho vilanesco, mas tem quem vá. Isso tudo vem de uma maldade que é gerada ali, quando a gente é criança. Então é muito importante que a gente fale sobre isso e consiga esmiuçar as personalidades e a razão das pessoas serem da maneira que são e conseguir enxergar com amor e cuidar disso e melhorar isso.
HG – Já tem mais planos para a atuação?
CN – Eu já gravei meu quarto filme, é uma participação especial também num filme da Disney que não posso contar mais sobre, mas foi uma grande surpresa pra mim. É um elenco que eu amo, fiquei muito feliz com o convite, mesmo, e acho que estreia esse ano ainda. Também tô dirigindo o programa Samba Coração, da Band, e realizando três documentários com a minha produtora. Tô muito feliz com 2023, vou ter muita coisa para jogar para o mundo.