Após o sucesso estrondoso de “WAP”, Cardi B resolveu repetir a dose e apostou em uma nova parceria com Megan Thee Stallion. “Bongos” chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira (8) e, para comemorar a novidade, a rapper conversou com Bruno Rocha, o Hugo Gloss, sobre a influência brasileira na produção, bem como sua paixão pelo funk. Cardi também abriu o jogo sobre a parceria ainda não lançada com Ludmilla, seu desejo de vir ao Brasil, a paixão pelo Bonde das Maravilhas e muito mais!
Se “WAP” é um hit totalmente influenciado pelo rap norte-americano, “Bongos” é sua irmã latina e promete ser tão viciante quanto a primeira parceria da dupla. Segundo Cardi B, apesar de soar como um ritmo espanhol, a batida da canção é, de fato, inspirada pelo funk brasileiro — um dos ritmos favoritos da rapper.
“Então, eu ouvi essa batida. Automaticamente, eu amei. E muita gente, muita gente mesmo, ficou confusa. Porque muita gente acha que é tipo, tipo um ritmo espanhol, mas na verdade é funk. Está me entendendo? É funk. Mas tem um toque, quase parece que é… Parece uma mistura, mas na verdade é funk”, afirmou ela. “Funk, então, é latino. Com ‘latino’, eu quero dizer tipo… Algo brasileiro é latino”, pontuou.
Em meio ao longo processo de desenvolvimento do single, Cardi passou por uma série de versões e, por fim, decidiu incluir componentes hispânicos, como trechos da letra em espanhol e outros elementos visuais no vídeo. Ainda assim, para deixar a produção “completa”, a artista se deu conta de que precisaria incluir um convidado especial.
Ela relembrou: “Quando eu estava trabalhando nessa faixa, ela parecia muito incompleta porque o ‘bong, bong, bong, bong, bong, bong’ estava entre os meus versos e estava muito longo. Então, nós pensamos: ‘Isso precisa de um artista convidado’. E eu pensei: ‘Ok, deixe-me tentar fazer a música toda sozinha’. Então, quando fiz a música toda sozinha, parecia apenas uma música muito longa. Parecia apenas uma frase muito, muito longa. Faltava algo. Então, minha equipe disse: ‘Acho que, tipo, você deveria convidar alguém. Nós imaginamos com um artista que fale espanhol’. E eu fiquei tipo: ‘Eu imagino um artista espanhol, mas também vejo, tipo, Megan Thee Stallion'”. E eles ficaram tipo: ‘Sério? Sério?’. Porque isso dá uma vibe mais tropical e tipo, eu senti que… Senti que ela ia arrasar com essa batida! E é exatamente o que ela fez”.
A rapper revelou que escolheu Megan, pois acredita que ela compreende bem seu processo de criação. “Eu mandei a música para ela e ela imediatamente, nos versos dela, ela sempre faz versos longos porque gosta de me dar variedade. E eu pensei: ‘Isso é exatamente o que eu ouvi na minha cabeça’. Eu sabia! Mas… Quando você sabe, você sabe”, destacou.
Assim como fugiu do óbvio com o beat de “Bongos”, a artista também apostou num conceito diferenciado para o videoclipe, que também foi lançado na madrugada de hoje (8). Cardi garantiu que o intuito foi surpreender o público com algo “fora da caixinha”. “Megan e eu, de propósito, fizemos a capa da música em uma direção diferente do videoclipe e da música. Porque não queríamos que as pessoas, tipo, esperassem pelo que vamos fazer. Eu não quero que as pessoas… Eu quero que as pessoas pensem, que, tipo, o videoclipe vai ser como WAP. Mas não é”, disse ela.
O resultado foi uma produção colorida, dançante e cheia de charme. Assista abaixo:
Funk na veia
Questionada sobre sua propensão aos ritmos brasileiros, Cardi afirmou que apesar de não compreender as composições, sempre usa o funk como “trilha sonora” de seu dia a dia. “A questão é que eu amo. Eu apenas simplesmente amo a música de vocês. Mas claramente, tipo, eu não entendo muito bem o idioma. É difícil para mim pronunciar os nomes dos artistas, mas isso é realmente o que eu ouço quando quero me exercitar, quando quero me animar, quando quero me sentir inspirada, porque é algo que não ouço todos os dias no meu mundo. E é algo diferente e que me faz feliz”, afirmou ela.
Ainda de acordo com a cantora, as canções do Brasil surgiram como uma alternativa alegre às composições mais tristonhas que têm dominado as paradas norte-americanas nos últimos anos. “Sinto que muitas pessoas não estão fazendo músicas felizes, e tipo, sinto que muitos brasileiros… Não apenas no funk porque eu não ouço só funk brasileiro, mas outras coisas diferentes também. Então é tipo, isso apenas me faz bem. Me faz feliz. E é incrível porque a música é assim. Eu nem sequer estou entendendo o que vocês estão dizendo, mas está me fazendo realmente me sentir muito bem. Então, eu amo vocês. Amo e espero que o funk cresça cada vez mais e mais e mais e mais e mais”, declarou ela.
Parceria com Ludmilla
O carinho pelo Brasil é tanto que, além de “Me Gusta”, single dividido com Anitta, Cardi procurou trabalhar com outros artistas nacionais, entre eles Ludmilla. As duas se reuniram em 2019 para gravar uma parceria, que acabou nunca vindo a público, o que frustrou alguns fãs. Desde então, trechos da canção vieram à tona online, mas a versão final nunca foi lançada.
Questionada sobre o motivo da decisão, Cardi confessou que não desistiu do projeto, mas não estava certa de sua performance e, por isso, gostaria de regravá-la antes de presentear os fãs. “Ainda tenho a música. Mas a questão é que eu nunca… Sobre a música com a Ludmilla, eu fiz o meu verso. Ela me ajudou. Fiz o meu verso, um pouco em inglês, e ela me ajudou com o meu verso em português. E aí… Soou meio… Eu gravei só uma vez. Eu tenho que gravar novamente. Foi isso”, justificou ela.
Para a artista, a exigência dos admiradores brasileiros pesou na hora da produção. “A questão é que eu tive que gravar de novo porque sempre ouço dizer que os brasileiros, se você tentar fazer um verso na língua deles, e você não for verdadeiro, e não acertar, eles acham muito ruim. E eu nunca quero fazer isso errado. Mas eu amo!”, garantiu ela.
Artistas favoritos
Durante o papo, a voz de “Lit Thot” creditou Ludmilla e Anitta como as responsáveis por apresentá-la ao funk. No entanto, a artista garantiu que já tem uma série de artistas brasileiros favoritos, entre eles Kevin O Chris, e ainda o grupo carioca Bonde das Maravilhas.
“Fui apresentada ao funk assim: conheci o funk porque eu estava olhando o Instagram e vi e ouvi uma música da Ludmilla e da Anitta. ‘Sai, sai…Sai da minha frente. Sai, sai…’ [“Onda diferente”, canção de Anitta, Ludmilla e Snoop Dogg] Essa foi a primeira música que ouvi que… Sabe? O primeiro funk que eu ouvi e disse: ‘Nossa, eu amo isso, eu gosto disso’. Então eu fui para o YouTube e continuei ouvindo a música. Sabe quando você ouve uma música no YouTube e vai ouvindo as músicas recomendadas? Então comecei a ouvir várias, fui clicando sem parar”, recordou.
Além da dupla, Cardi curtiu outros artistas brasileiros. “Ouvi Kevin O Chris e comecei a clicar em muitas coisas diferentes. E meu cérebro simplesmente, eu só pensei, tipo… Era só isso que eu queria ouvir por meses, e meses, anos e anos. Agora é algo que simplesmente está dentro de mim. Então ambas [Anitta e Ludmilla] realmente me apresentaram ao funk com aquela única música que tocou nos Estados Unidos”, contou ela.
Retorno ao Brasil
Apesar do apreço pelo país, Cardi nunca se apresentou em solo brasileiro. Em 2019, a rapper tinha data certa para se encontrar com os fãs, já que seria uma das headliners do Rock In Rio. Entretanto, no último momento, ela cancelou a apresentação por “motivos pessoais”, e foi substituída por Ellie Goulding.
Desde então, os planos para se apresentar por aqui nunca se concretizaram. Quando questionada sobre o assunto, Cardi garantiu que deseja realizar shows por aqui e que tem grandes sonhos para as performances – entre eles uma possível participação do Bonde das Maravilhas.
“Sim [pretendo ir ao Brasil]. Mas o que eu realmente quero muito fazer quando eu for aí… Eu quero muito, muito, muito, muito aprender a dançar como vocês. Eu não consigo acertar por nada nessa vida. Não consigo fazer o ‘quadradinho’ de jeito nenhum. Sabe o que eu adoraria fazer? Adoraria fazer uma apresentação e fazer essa dança que eu vi, eu não sei como se fala o nome delas. Bonde das Maravilhas. Eu amaria… Adoraria subir no palco com elas e fazer a dança delas. (…) Mas tenho que aprender, tipo, literalmente tenho que aprender. Eu adoraria trazê-las, para o meu palco. Faríamos um grande show”, prometeu a cantora. “Eu tenho que ir para o Brasil porque sinto que já faço parte de vocês”, finalizou.
Assista ao papo completo abaixo:
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