Eu ouvi dominação mundial? A música latina, com destaque para o ritmo do reggaeton, vem ganhando muito espaço e respeito em mercados internacionais nos últimos anos. O porto-riquenho Ramón Luís Ayala Rodríguez, mais conhecido como Daddy Yankee, faz parte e tem grande importância nesse movimento cultural.
O cantor de 42 anos, vencedor de 6 ‘Grammy Latin Awards’, conseguiu emplacar o hit “Gasolina” nas paradas internacionais ainda em 2004, época em que o reconhecimento para esse gênero em países não latinos era bastante reduzido. Com a crescente do mercado, Yankee manteve seu legado de sucesso ao lançar, em parceria com Luís Fonsi, “Despacito”, single que explodiu em todos os cantos do globo e quebrou recordes inacreditáveis! Seu videoclipe é o de maior acesso na história do YouTube, contando hoje com quase 6.4 BILHÕES de visualizações, marca nunca antes atingida por nenhum outro artista.
A febre, claro, também pegou em cheio o Brasil, que agora é novamente arrebatado por um hit de Yankee: “Con Calma”. A canção com mais de 600 milhões de streams no Spotify desponta nas paradas nacionais e pode ser ouvida em “Bom Sucesso”, novela das 7 da TV Globo. Em entrevista exclusiva ao hugogloss.com, o artista se empolgou ao falar sobre a conquista, reconhecendo a relevância da teledramaturgia por aqui.
“É tão legal poder fazer parte de uma telenovela do Brasil, cara! Vocês têm uma cultura muito grande de apreciadores desse tipo de conteúdo e sei muito bem disso! Finalmente, eu consegui atingir um marco bem importante aí no Brasil“, vibrou. Daddy ainda se derreteu, enquanto comentava sobre nosso país e sobre nossa música, e revelou ter conversas com Anitta para uma parceria entre eles. “Tenho uma relação super legal com ela. Outro dia, nós estávamos conversando sobre fazer uma nova música juntos. Espero que a gente consiga fazer algo bem ‘quente’“, desejou.
Confira a entrevista com Daddy Yankee na íntegra!
HG: A música latina tem ganhado muito espaço em mercados internacionais nos últimos anos. Você conseguiu esse feito 15 anos atrás com o super hit “Gasolina”. Como você se sente como um dos precursores desse movimento?
DY: Quando lançamos “Gasolina”, nós emplacamos o reggaeton em um nível mundial, então é muito bom ver que agora, depois de 15 anos, colhemos frutos e resultados de um trabalho muito duro. Finalmente vemos o reggaeton sendo respeitado em uma escala global.
HG: “Despacito”, canção sua e de Luís Fonsi, foi outro marco nessa escalada latina. Foi a primeira música em espanhol, desde Macarena, em 1996, a alcançar o topo das paradas dos EUA, no qual permaneceu imbatível por 16 semanas. O que essa faixa mudou em sua vida?
DY: “Despacito” definitivamente me colocou na primeira página diante de uma nova geração no mundo da música. Essa canção também mudou a percepção que grupos de nacionalidades diferentes (dos latinos) olhavam pra gente. As pessoas não sabiam que existia uma cultura de verdade por trás de “Despacito”. O que quero dizer é, assim como você falou na primeira pergunta, 15 anos atrás, com “Gasolina”, a gente tinha estabelecido o que era o reggaeton, mas muitas pessoas achavam que era aquilo. Só uma música. Quando elas ouviram “Despacito”, perceberam que não era só uma música, mas sim uma cultura, um movimento latino, que consagrou seu lugar na música. Graças a “Despacito”, Fonsi e eu fomos colocados, junto desse movimento urbano, sob a luz dos holofotes mais uma vez.
HG: Como foi trabalhar com Justin Bieber no remix?
DY: Foi ótimo! Trabalhar com ele foi uma honra imensa, eu respeito muito esse garoto. Ele é muito talentoso e fez um trabalho maravilhoso no remix. Definitivamente, essa junção de um artista internacional com os latinos teve um impacto muito grande em diferentes grupos sociais e étnicos.
HG: Desde “Despacito”, muitos artistas não latinos que nunca haviam se preocupado com esse gênero, passaram a gravar canções no estilo. Acha que, de certo modo, existe um oportunismo nisso?
DY: Sim, 100%. Essa revolução do reggaeton mudou o rumo do jogo. Anos atrás, se você emplacasse um hit nas paradas mainstream, você era visto como um artista global, mas com a gente não era bem assim. Finalmente, essa revolução nos trouxe ao lugar onde esperávamos estar por tantos anos. A música é global. Agora, estando de novo nos charts, percebemos que temos que criar música pro mundo, e não só para um país.
HG: Já sofreu preconceito por cantar música latina? Ainda existe esse tipo de julgamento?
DY: Nossa, sim! Lá no início, quando o ritmo era menos conhecido, as pessoas não entendiam esse movimento, porque as raízes dele vêm das ruas. Então, as pessoas não sabiam muito e tinham até medo disso. Mas pouco a pouco, nós as ensinamos a como respeitar e aprender mais sobre nós. Mas com certeza, no início, sofri preconceito e sentia que tinham medo de mim.
HG: Você gravou “Corazón”, com a Claudia Leitte, em 2016, e desde então não fez mais nenhuma parceria no Brasil. Por quê?! Acompanha algum artista daqui? Com quem mais do nosso país você gostaria de fazer um feat?
DY: Bom, minha melhor amiga daí é a Claudia! Nós nos conhecemos e eu gosto bastante dela, é uma ótima pessoa! Mas claro, gostaria também de fazer uma colaboração com a Anitta! Tenho uma relação super legal com ela. Outro dia, nós estávamos conversando sobre fazer uma nova música juntos. Espero que a gente consiga fazer algo bem “quente”.
HG: O que acha do funk? Você provavelmente já conhece esse gênero por conta da amizade com a Anitta, né?
DY: Cara, eu amo funk! Na verdade, eu amo tudo sobre o Brasil! O país de vocês é tão inspirador!
HG: Que bom! Obrigado por dizer isso!
DY: É claro! Vocês têm uma cultura tão rica aí… Eu amo muito tudo sobre o Brasil! A vibe, as batidas, todos os gêneros de música que vocês têm por aí… Eu amo mesmo! Eu escuto diversos estilos de música daí, porque isso me mantém motivado!
HG: Seu novo hit “Con Calma” está bombando no Brasil, tá tocando até na trilha sonora de uma das novelas mais populares daqui! Você sabia?
DY: Oh! Eu ouvi falar disso, sim! Me sinto ótimo em relação a isso! É tão legal poder fazer parte de uma telenovela do Brasil, cara! Vocês têm uma cultura muito grande de apreciadores desse tipo de conteúdo e sei muito bem disso! Finalmente, eu consegui atingir um marco bem importante aí no Brasil! Vejo isso como uma oportunidade imensa do país todo escutar minha música e me sinto muito grato por isso.
HG: E como surgiu a ideia de convidar Katy Perry para fazer um remix da música?
DY: Bom, a ideia foi de trazer respeito! Gosto de produzir as coisas sempre em um nível respeitável e inesperado. As pessoas não estavam, nem de longe, imaginando uma colaboração minha com Katy Perry, e eu gosto de fazer coisas desse tipo! Dessa maneira, a gente consegue surpreender bastante os ouvintes. E a colaboração foi muito legal! A Katy é demais, super humilde e pra mim foi uma honra poder trabalhar com ela.
HG: Sua última vez no Brasil foi em 2016, certo?! O que mais gostou daqui? Há algo que não te agradou? Quando volta?
DY: Sim, foi isso mesmo. Eu fui para gravar o vídeo com a Claudia e, como disse, foi só amor! E quero voltar o mais rápido possível! Se vocês me quiserem aí, é só pedirem que eu vou amar voltar, pra mostrar minhas habilidades em qualquer show ou festival que estiver rolando… Espero ir em breve! Aí me lembra demais de Porto Rico, sabe… Eu amo o Brasil!