Atraco em versão coreana e o sucesso estrondoso de “Round 6“! O ator Park Hae-soo esteve no Brasil este mês para a CCXP e participou do painel da Netflix no evento. Além de “Squid Game“, Park está em outra superprodução da plataforma: “La Casa de Papel: Coreia“. Em bate-papo com Bruno Rocha, o Hugo Gloss, o ator falou sobre o sucesso de “Round 6” e o destino de seu personagem na trama. Ele ainda comentou sobre os personagens inéditos da versão coreana de “La Casa de Papel” – que já tem a primeira temporada disponível. Ah, o artista também se arriscou no português e foi só elogios ao país. Pode voltar sempre, viu?!
Em “Round 6”, Hae-soo interpreta Cho Sang-woo, um homem inteligentíssimo e ambicioso que se envolve na violenta competição baseada em jogos de criança ao lado do melhor amigo de infância, o protagonista Seong Gi-hun (Lee Jung-jae). O personagem, no entanto, acaba se revelando o antagonista da história, trai os amigos por ganância e tem um final trágico.
“Eu não o interpretei pensando que ele fosse o antagonista, pensei que ele é um ser muito dominado pelo capitalismo, que é muito fiel aos seus instintos como um humano que vive dentro do sistema capitalista. Acredito que pelo fato do personagem ser muito fiel e ligado aos seus instintos isso o torna muito humano. Por ele ser muito motivado a alcançar o que quer dentro da situação que foi dada, muitas pessoas se viram projetadas nisso e meio que se sentiram representadas de alguma forma. Acho que isso se tornou uma coisa talvez até um pouco antagônica dentro da série”, explicou.
Apesar de controverso, o ator garantiu que foi prazeroso interpretar Sang-woo. Segundo ele, o destino do antagonista foi “adequado” para a história. “Tem um certo prazer em representar alguém que vai se destruindo pelos seus instintos. Para um ator é muito interessante interpretar um personagem assim, porque você tem a oportunidade de representar uma coisa que ele não necessariamente vai viver. Vai viver dentro da série, dentro da peça, dentro da obra somente”, contou.
No entanto, o público descontou a raiva do personagem em Park, e isso o magoou. “Uma coisa que eu não gostei é o fato de muitas pessoas terem me odiado pelo personagem. Sim, recebi muito hate e comentários negativos. De certa forma foi bom que ele tenha morrido na primeira temporada. Por outro lado, é uma pena. Mas talvez tenha sido melhor assim”, refletiu.
A série se consagrou como um dos maiores sucessos da plataforma de streaming. Semanas após a estreia, a produção se tornou o conteúdo mais assistido da história da Netflix, com seus 111 bilhões de espectadores – batendo com folga a detentora anterior do título, “Bridgerton“, que foi vista por 82 milhões de usuários no lançamento da 1ª temporada.
Atualmente “Round 6” segue no topo, com 1,65 bilhões de views. No bate-papo, Park admitiu que já imaginava que a série seria bem recebida pelo público. “Quando eu estava fazendo a gravação, já senti que era um pouco especial. Pelo tema, por ser uma questão humana muito universal. Ela era muito especial pela temática. Mas não imaginei que estaria aqui para falar dela”, ponderou.
Muito do sucesso, segundo o ator, vem do tema inesperado, que envolve jogos infantis tradicionais, ganância e morte ao mesmo tempo. “O tema era muito forte e os entretons dessa obra apareciam e transpareciam nesse roteiro que falava de jogos de morte, que transformava em jogos mortais, jogos de crianças – que eram puros. Então, ao ler o roteiro, eu ficava pensando em como isso seria transformado depois com a edição, com toda a montagem, que nuances apareceriam na obra final… E assim estou aqui”, continuou.
Se os fãs precisam esperar pela segunda temporada de “Round 6”, os novos episódios de “La Casa de Papel: Coreia” já estão disponíveis. Na adaptação, ele vive Berlim, personagem polêmico, mas fundamentado. A série original chegou ao fim em 2021, após cinco temporadas. Para Hae-soo foi uma honra fazer parte do projeto que, segundo ele, se diferencia em alguns aspectos da trama espanhola.
“Eu já era apaixonado pela história, gostava porque era ação de bandidos dentro de um espaço de emissão de dinheiro, eu já gostava há um tempo. Então, ao fazer essa nova versão, fiquei pensando no que seria interessante e por que fazer isso na Coreia. O que teria de valor fazendo essa refilmagem em ‘La Casa de Papel – Coreia’. A Coreia do Sul é um país que ainda é dividido em dois países. Ela ainda está em guerra, literalmente. Então era importante não somente trazer o tema da Coreia, mas colocar essa história da Coreia em si, da divisão da Coreia e quais são os nossos sentimentos em relação a isso. Esse é o diferencial de ‘La Casa de Papel – Coreia’”, explicou.
De acordo com o ator, a segunda parte apresenta novos personagens que não estão na produção original, “que se adaptam à realidade coreana” e trazem o país para o projeto. “Aparecerão novos personagens da Coreia na ‘Parte 2’. É uma temporada que vai trazer o mesmo sentimento da obra original, mas agora transformado e voltado para a Coreia. E é uma coisa universal que vai ser compartilhada com os fãs. Os atores coreanos são muito apaixonados, acredito que isso vai entrar em sintonia com os fãs brasileiros que são apaixonadíssimos, que também são muito passionais. Também teremos muitas cenas de ação e coisas bastante fortes nessa segunda parte. Trabalhei muito duro nessa continuação da série”, revelou.
Na entrevista, ele encheu a bola do Brasil e dos fãs, afirmando que sempre quis visitar o país, mas sem saber se teria oportunidade em algum momento. Park Hae-soo se mostrou grato pela passagem e pela recepção que encontrou por aqui. “Eu sempre me interessei muito pelo Brasil, que está do outro lado do mundo, pelo povo, pelo país, pela cultura. Sempre tive essa expectativa, porque já ouvi falar de festivais, do Carnaval, do samba do Brasil e das praias do Rio de Janeiro, do Cristo Redentor. Além disso, sempre ouvi falar que os fãs brasileiros são muito apaixonados, e me perguntava: ‘Será que alguma vez eu vou ao Brasil?’. Eu tinha muito interesse em vir como pessoa. Agora tive essa oportunidade e fico muito feliz de estar aqui, nesse momento, com vocês”, elogiou. “Cheguei, Brasil!”, arrematou o astro, em português. Fofo demais, né?!
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