A bruxaria e a magia estão de volta – com um toque de nostalgia! 30 anos após o lançamento original, “Abracadabra 2” marca o retorno das temidas irmãs Sanderson. Para honrar esse comeback, Bruno Rocha, o nosso Hugo Gloss, entrevistou as protagonistas Bette Midler e Kathy Najimy, nesta quarta-feira (28). Bem-humoradas como sempre, as atrizes revelaram quem teve a brilhante ideia da sequência, contaram como foi reencontrar a equipe após tanto tempo e foram sinceronas sobre a influência da tecnologia na trama.
O retorno das irmãs Sanderson
Originalmente lançado em outubro de 1993, o clássico da Disney “Abracadabra”, ou “Hocus Pocus” na versão original, conta a história de Winifred, Sarah e Mary Sanderson, três bruxas más que desejam se tornar jovens e imortais – mas precisam devorar criancinhas para isso! Com o sucesso absoluto do filme original, a ideia de uma sequência partiu de ninguém mais, ninguém menos que Bette Midler.
“Eu tive a impressão de que todos estavam na mesma página a respeito disso, mas eu, de fato, comecei a falar sobre isso uns dez anos após o primeiro filme sair. Eu comecei a dizer: ‘Bem, parece que dez anos após sua estreia, o filme anda sozinho!’. E, após os outros próximos dez anos, são vinte agora, eu comecei a ligar para o meu agente e dizer: ‘Nossa, está indo tão bem!’. Para que mais você ligaria para o seu agente vinte anos depois?”, contou Bette.
A veterana ainda enfatizou como a repercussão do filme, mesmo três décadas após o lançamento, além da necessidade de produzir conteúdo para o streaming, ajudaram o projeto a tomar vida. “Eu acho que, como o regime do estúdio mudou, todos veem as coisas de forma diferente quando alguém novo chega pra sacudir a poeira. Finalmente, eles disseram que havia chegado o momento. Eu acho que é porque eles têm o Disney+ e eles precisam de conteúdo, o que eles querem é conteúdo. Bem, eles queriam algo significativo! E, acredite ou não, este filme é muito, muito significativo”, enfatizou Midler.
Além disso, segundo ela, o clássico conta com um público fiel que nunca deixou a magia acabar, o que ajudou muito na aprovação da sequência. As estrelas garantiram que, acima de tudo, os fãs fizeram isso acontecer. “Quando você faz um filme, faz o próximo, e não sabe como será a recepção, você só espera que eles [os fãs] gostem. Então, nós ficamos um pouco chocados quando saiu do cinema, foi para a televisão e conquistou um público tão loucamente entusiasmado! Portanto, creio que foram eles que, na verdade, motivaram a ideia de uma sequência”, disse Kathy.
Bette concordou com a opinião da colega de elenco, e elogiou o público: “Se não fosse pelos fãs, nós provavelmente ainda não o teríamos feito. Eu ainda estaria batendo na porta, falando: ‘Alô?!’, mas, não, foram os fãs que fizeram acontecer!”.
30 anos depois…
Muito pode acontecer em três décadas, como a forma de consumir entretenimento ou as novas gerações. Por isso, as artistas contaram como foi “reencarnar” as bruxas de Salem. Kathy, que vive Mary Sanderson no longa, confessou que não encontrou dificuldades. Já Bette, por sua vez, refletiu sobre os desafios físicos após 30 anos, além da influência da pandemia da Covid-19 nas gravações.
“A personagem apenas voltou com tudo para mim. Tem a boca, uma alteração… Mas ela não tem uma história de passado muito complicada. Foi absolutamente fácil, eu nem pensei muito sobre isso. Eu a encarnei direto“, admitiu Najimy. A intérprete de Winifred, no entanto, refletiu sobre os desafios de recuperar o “poder“. “Sendo trinta anos depois, você se preocupa que o ‘seu poder’ tenha diminuído. Então, você tem que estar atenta a si mesma, usar a sua energia sabiamente, pois você está trinta anos mais velha. Você não escuta mais tão bem, não vê mais tão bem…“, destacou Bette.
“E estamos todos usando máscaras! Então, parte do tempo, você realmente não consegue ouvir o que as pessoas estão te falando. E você não sabia quem era quem, pois todos usavam máscaras. Então nós os víamos somente do nariz para cima!“, completou a atriz, sobre os desafios em gravar um filme durante a pandemia.
Reencontro do elenco
Elas ainda relembraram, com familiaridade, como foi reencontrar todos no set de gravação para mais uma produção icônica e cheia de bruxaria. Najimy enfatizou como estava empolgada para trabalhar com todos de novo: “Eu estava extremamente animada de estar junto a todos, estava extremamente animada de simplesmente lembrar um passo de dança ou uma fala. Eu estava assim!“.
Bette ainda deu um spoiler sobre os ‘easter eggs’ que foram incluídos no novo filme, especialmente para os fãs. “Nossa esperança é que, acima de tudo, os fãs, que nos colocaram aqui, apreciem, que eles encontrem os easter eggs, as pequenas coisas que foram inseridas apenas para eles, e que eles vejam estes personagens amados numa nova aventura. Entrando na aventura mesmo. E quem sabe o que vai acontecer com eles? Não ver a mesma coisa de sempre, ano após ano, mas ter algo novo para assistir“, comemorou.
Bruxaria X Tecnologia
Como era de se esperar, bruxas imortais não se dão bem com a tecnologia! Nem feitiço funcionou, e as veteranas assumiram – e foram bem sinceronas – que foi desafiador gravar o filme com os novos aparatos tecnológicos. Midler se declarou analógica de carteirinha, admitiu que não abre mão do contato humano, e confessou ser inimiga do chroma key, também conhecido como tela verde ou azul.
“Eu vou ‘sair do padrão’ e eu vou dizer que toda esta tecnologia não fez a coisa ser mais fácil. Só fez tudo ser mais difícil. Me desculpem, mas eu vou falar sem ressalvas! Eu simplesmente acho que… Sim, é moderno, e as pessoas ficam animadas com isso, mas eu sou uma pessoa analógica. Eu simplesmente gosto de seres humanos. Eu gosto das coisas que os seres humanos criam. É isso o que faz um bom trabalho“, declarou Bette, enquanto se desculpava.
A atriz argumentou que, com a tela verde, é muito mais difícil imaginar as cenas acontecendo, e admitiu que, para ela, essa tecnologia não carrega o mesmo valor emocional que o contato humano. “Eu só vou dizer que eu acho tela azul e tela verde muito complicado. Tela azul não tem a mesma carga emocional, para mim. Então a sua imaginação precisa trabalhar além do normal, não é?“, questionou Bette para a companheira de elenco, que concordou. Kathy ainda acrescentou: “Sim. E, muitas vezes, você está fazendo cenas com pessoas que não estão lá, então você realmente está apenas conversando com uma tela azul. É um pouco diferente, é um ajuste“.
O longa foi dirigido por Anne Fletcher e tem estreia nesta sexta-feira, 30 de setembro, no Disney+. Confira a entrevista completa:
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