Australiana que foi detonada por performance de breaking nas Olimpíadas vira nº 1 do mundo; entenda

Rachel Gunn foi duramente criticada por performance em Paris, e virou alvo de críticas nas redes sociais

O breaking fez sua estreia nas Olimpíadas de Paris e gerou uma onda de comentários na internet, especialmente devido à performance da australiana Rachel Gunn, conhecida como Raygun. Após se tornar alvo de piadas pela sua atuação nos jogos, a dançarina acabou se consagrando como a número um do mundo na categoria.

Gunn alcançou o 1º lugar no ranking mundial da World DanceSport Federation (WDSF). Na lista divulgada ontem (9), a australiana aparece como líder com os 1000 pontos conquistados na vitória do WDSF Oceania Championship, em 2023.

Gunn aparece no 1º lugar do ranking mundial. (Foto: Reprodução/WDSF WORLD RANKING)

Essa performance foi a mesma que a classificou para os Jogos de Paris. Nas Olimpíadas, ela acumulou um total de 0 pontos ao longo de três disputas – perdendo para Estados Unidos, França e Lituânia por 18 a 0.

A classificação não considera o desempenho de Gunn em Paris, apenas os dois campeonatos de 2023. Assim, os pontos de Rachel no Campeonato Continental da Oceania em outubro do ano passado foram determinantes para sua 1ª posição.

A organização leva em conta as quatro principais performances dos últimos 12 meses, com validade de 52 semanas a partir da data do evento. Os pontos de Gunn devem expirar em 28 de outubro de 2024, o que significa que a classificação mudará novamente, coincidindo com a realização da próxima WDSF Breaking for Gold World Series em Xangai.

A colocação de Gunn gerou diversos comentários nas redes sociais e questionamentos sobre os critérios utilizados pela DanceSport Federation para a criação do ranking. A organização foi forçada a se manifestar nesta terça-feira (10), esclarecendo que a lista atual não considera alguns campeonatos com cotas limitadas de atletas, como os Jogos Olímpicos de Paris. Portanto, a penúltima colocação de Raygun na Olimpíada não afetou sua pontuação no ranking mundial.

Outros campeonatos que não contribuíram para o ranking foram as duas últimas qualificatórias olímpicas de 2024: a etapa de Xangai, entre 16 e 19 de maio, e a de Budapeste, entre 20 e 23 de junho.

De acordo com a federação, a japonesa Riko Tsuhako — a 2ª colocada no ranking mundial — acumulou os mesmos 1000 pontos de Raygun, mas a australiana venceu o Campeonato Continental da Oceania antes do campeonato em que Riko foi campeã, o WDSF Breaking for Gold World Series. As datas desses eventos foram usadas como critério de desempate entre as duas.

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Pausa na carreira

A performance de Gunn em Paris se tornou viral e ela foi alvo de todos os tipos de comentários, com internautas a chamando de “canguru” e criando vários memes. Além disso, sua escolha de roupa, o uniforme da equipe australiana, foi comparada ao streetwear urbano usado por outras competidoras. Relembre o caso aqui.

Inicialmente, Gunn lidou com a situação com bom humor, demonstrando orgulho em representar seu país. No entanto, em um vídeo divulgado no Instagram, ela expressou tristeza com o crescente ódio que vinha enfrentando.

No desabafo, Rachel agradeceu a seus apoiadores, mas afirmou que a onda de comentários negativos têm sido “devastadora”. “Eu realmente aprecio a positividade e estou feliz por ter trazido um pouco de alegria para suas vidas; era isso que eu esperava,” iniciou. “Mas eu não sabia que isso também abriria a porta para tanto ódio, o que, francamente, foi bastante devastador. Embora eu tenha ido lá e me divertido, levei isso muito a sério. Trabalhei muito na preparação para as Olimpíadas e dei tudo de mim, de verdade”, destacou ela.

Raygun em competição de breaking nas Olimpíadas de Paris (Foto: Getty)

Gunn também mencionou que algumas pessoas ultrapassaram os limites com suas “brincadeiras”. Além dos comentários, foi criada uma petição no Change.Org questionando a legitimidade do processo de seleção que a levou a Paris para representar a Austrália.

Gunn, que é professora na Universidade Macquarie em Sydney, na Austrália, fez um apelo final. “Estarei na Europa por algumas semanas para um tempo de inatividade pré-planejado, mas eu realmente gostaria de pedir à imprensa que por favor pare de assediar minha família, meus amigos, a comunidade Australian Breaking e a comunidade mais ampla de dança de rua”, pediu ela. “Todo mundo já passou por muita coisa por causa disso, então peço que vocês respeitem a privacidade deles. Ficarei feliz em responder mais perguntas no meu retorno à Austrália. Obrigado a todos”, concluiu.

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