Nesta quinta-feira (16), Daniel Alves passou por uma nova audiência sobre a acusação de estupro que enfrenta na Espanha. O jogador está preso desde o dia 20 de janeiro, em Barcelona, acusado de agredir sexualmente uma mulher no final do ano passado. Segundo o UOL, a defesa de Alves mudou a versão sobre o episódio mais uma vez, e afirmou que houve “penetração consensual” entre ele e a jovem de 23 anos.
O advogado Cristóbal Martell, responsável pela defesa do atleta, deu o novo depoimento na Audiência Provincial de Barcelona, enquanto a Justiça analisa o recurso que pede a liberdade provisória do lateral da Seleção Brasileira. Além do representante, a advogada da vítima, Ester García López, e a procuradora do Ministério Público Espanhol também participaram da audiência.
Inicialmente, Daniel havia alegado que não conhecia a jovem. Logo após, ele afirmou que a moça tinha feito sexo oral nele. Mais recentemente, o atleta admitiu pela primeira vez que houve penetração vaginal, mas sem detalhar se havia sido ou não de forma consensual.
Na semana passada, testes de DNA comprovaram que houve penetração no caso. Segundo o jornal El Periódico, laudos forenses entregues pela polícia da Catalunha à Justiça de Barcelona confirmaram que restos de sêmen coletados no exame de corpo de delito da vítima e em vestígios colhidos no banheiro da discoteca, são mesmo do jogador brasileiro.
Apesar dos exames comprovarem a presença de sêmen, Cristóbal alegou que eles “não caracterizam agressão sexual”. Além disso, segundo ele, “a ausência de lesões na denunciante é um indício de que não houve uma relação forçada”. No depoimento, o advogado afirmou que as imagens das câmeras de segurança mostram que a jovem de 23 anos “entrou voluntariamente no banheiro onde estava o jogador brasileiro”. Ao deixar o local, após o fim da audiência, o advogado não quis gravar entrevista.
Enquanto isso, Ester García López disse que manteve o mesmo posicionamento das audiências anteriores, e pediu que o jogador continue preso. De acordo com a advogada da vítima, ainda existem indícios concretos de que Alves deixará a Espanha e virá ao Brasil em um avião particular caso seja solto. “Como acusação particular, mantivemos a mesma posição que tivemos na contestação ao recurso: entendemos que ele deve ficar preso sem fiança. O risco de fuga continua elevado e não faz nem um mês que ele está na prisão”, disse.
“Pensando nos interesses da minha cliente, o fato de que ele possa ser solto é um atentado à integridade psicológica dela. Que ele fique livre e ela esteja reclusa, é algo que a Justiça e o Estado em geral não podem permitir. Não seria justo que ele ficasse em liberdade enquanto minha cliente está aprisionada e em trauma”, acrescentou ela, em conversa com os jornalistas. A decisão sobre a liberdade ou não do jogador deve ser emitida até esta sexta-feira, 17 de fevereiro.
Relembre o caso
Daniel Alves foi preso em 20 de janeiro, após ser acusado de agressão sexual na Espanha. Segundo a denúncia, que está na Justiça da Catalunha, uma mulher de 23 anos declarou que foi estuprada pelo jogador durante uma festa em Barcelona, em 30 de dezembro de 2022.
A juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, do Juizado de Instrução 15 de Barcelona, ordenou a prisão preventiva e sem direito a fiança do atleta. Segundo uma fonte revelou à AFP, ao determinar a prisão, a juíza levou em conta as condições financeiras do jogador, o fato de ele não ter raízes no país, e a ausência de um acordo de extradição entre Brasil e Espanha.
De acordo com o ‘El País’, a mulher, de 23 anos, não pretende receber qualquer indenização. A jovem quer apenas que se faça justiça e que Daniel Alves fique preso. Enquanto isso, as autoridades seguem investigando o ocorrido, tomando depoimento de testemunhas, realizando a perícia do local e avaliando os exames médicos. Ele pode pegar até 12 anos de prisão caso seja condenado.