Hugo Gloss

Daniel Alves: Par de tênis seria chave para entender o que aconteceu em banheiro de boate, diz jornal

Daniel Alves será julgado em fevereiro após ser acusado de agressão sexual (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

O processo em que Daniel Alves é acusado de agressão sexual segue se desenrolando na Espanha. Nesta sexta-feira (3), o jornal “La Vanguardia” revelou como um par de tênis poderia ser a chave para decifrar algo importante no caso. O calçado teria como confirmar ou negar a presença do jogador no banheiro da boate em que uma jovem diz ter sido vítima do jogador brasileiro.

Segundo a publicação espanhola, Daniel estava em um ponto cego das imagens registradas pelas câmeras de segurança. No entanto, a filmagem mostra um par de tênis brancos no reflexo de um espelho no momento em que a jovem entra no banheiro. A acusação tentará provar que os calçados são do jogador, e usaria a gravação para afirmar que é Daniel quem segura a porta para que a moça entre no banheiro. Em seu relato, ela afirmou que o brasileiro teria insistido diversas vezes para que ela entrasse no sanitário.

A defesa, por sua vez, trabalha para provar que os tênis não pertencem a Daniel. Os advogados tentam usar o argumento para afirmar que o atleta não estava dentro da cabine naquele momento. Eles tentam indicar que a jovem teria entrado no banheiro por vontade própria, dois minutos depois do jogador, e que não havia uma “situação de dominação ou medo” naquela ocasião.

Daniel Alves está preso na Espanha após ser acusado de agressão sexual. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

De acordo com o jornal, a jovem alega que teria entrado no banheiro pelo temor de que fosse agredida ao sair da boate, ou que alguém “colocasse algo em sua bebida”. A acusação utiliza esta versão para justificar o fato de ela não ter saído imediatamente do local onde estava com Daniel. Já a defesa acredita que as gravações poderão provar inconsistências no depoimento da mulher.

Ainda hoje, a expectativa era de que a Justiça da Espanha coletasse mais uma série de relatos fundamentais para o caso. Duas amigas que acompanharam a jovem teriam de prestar depoimentos à juíza Anna Marín. Outros funcionários da boate também estavam agendados para serem ouvidos: o porteiro, que teria visto a jovem chorando na saída; o diretor da boate, que ouviu a acusação dela ainda no local e chamou a polícia; e um garçom que convidou três jovens a se juntar a Daniel Alves e um amigo numa mesa reservada.

Relembre o caso

Daniel Alves foi preso em 20 de janeiro, após ser acusado de agressão sexual na Espanha. Segundo a denúncia, que está na Justiça da Catalunha, uma mulher de 23 anos declarou que foi abusada sexualmente pelo jogador durante uma festa em Barcelona, em 30 de dezembro de 2022.

A juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, do Juizado de Instrução 15 de Barcelona, ordenou a prisão preventiva e sem direito a fiança do atleta. Segundo uma fonte revelou à AFP, ao determinar a prisão, a juíza levou em conta as condições financeiras do jogador, o fato de ele não ter raízes no país, e a ausência de um acordo de extradição entre Brasil e Espanha.

Daniel Alves foi acusado de agredir sexualmente uma mulher de 23 anos durante uma festa. (Foto: Getty)

De acordo com o ‘El País’, a mulher, de 23 anos, não pretende receber qualquer indenização. A jovem quer apenas que se faça justiça e que Daniel Alves fique preso. Enquanto isso, as autoridades seguem investigando o ocorrido, tomando depoimento de testemunhas, realizando a perícia do local e avaliando os exames médicos. Ele pode pegar até 12 anos de prisão caso seja condenado.

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