Nesta segunda-feira (17), o jogador Daniel Alves prestou novo depoimento à Justiça da Espanha. O brasileiro está preso desde o dia 20 de janeiro, em Barcelona, acusado de estuprar uma mulher em uma boate da cidade no final do ano passado. Desta vez, segundo a imprensa local, Alves afirmou que houve uma relação sexual “consentida por ambas as partes”.
Inicialmente, Daniel havia alegado que não conhecia a jovem e negou qualquer tipo de contato. Logo após, confrontado por imagens de câmeras de segurança, ele afirmou que a moça tinha feito sexo oral nele. Mais recentemente, o atleta admitiu pela primeira vez que houve penetração vaginal. Agora, ele enfatizou que o ato teria se dado de forma consensual. Para justificar as diferentes versões, o jogador afirmou que mentiu em juízo para tentar esconder a infidelidade de sua – agora – ex-esposa, Joana Sanz.
A audiência desta semana foi solicitada pelo próprio atleta. No país, um acusado pode fazer esse tipo de pedido quantas vezes achar necessário. Além de Alves, estavam presentes seus advogados, Cristóbal Martell e Arnau Xumetra, além da representante da vítima, Ester García, e a promotora Elisabeth Jiménez. A sessão durou 20 minutos.
Durante o depoimento, o jogador voltou a afirmar que não houve estupro e que a denunciante foi ao banheiro da boate por “sua própria vontade”. Para “endossar” a fala de Daniel, a defesa dele levou as imagens das câmeras de segurança do local, alegando que “não há indícios de que houve agressão sexual”. As imagens estão em poder dos advogados de ambas as partes e do Tribunal de Justiça da Catalunha, mas não podem ser divulgadas.
Para os advogados, o clima entre o acusado e a vítima seria de “descontração” antes do fato ocorrido e da denúncia da jovem. Segundo a defesa, a relação mostrada nas câmeras estaria “longe do contexto e cenário de intimidação ambiental necessária para dobrar a capacidade da vítima”. Ao final do depoimento, o jogador foi levado novamente para a prisão. No entanto, seus representantes devem pedir mais uma vez sua liberdade provisória nesta semana.
Em fevereiro, a Justiça da Espanha negou o primeiro pedido, apontando para o número de indícios que existe contra o atleta e que o risco de fuga de Daniel Alves para o Brasil complicaria o andamento do processo. Ainda não há data para o julgamento do caso.
Relembre a prisão de Daniel Alves
Daniel Alves foi preso em 20 de janeiro, após ser acusado de agressão sexual na Espanha. Segundo a denúncia, que está na Justiça da Catalunha, uma mulher de 23 anos declarou que foi estuprada pelo jogador durante uma festa em Barcelona, em 30 de dezembro de 2022.
A juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín, do Juizado de Instrução 15 de Barcelona, ordenou a prisão preventiva do atleta e sem direito a fiança. Segundo a Agence France-Presse, ao determinar a prisão, a juíza levou em conta as condições financeiras do jogador, o fato de ele não ter raízes no país, e a ausência de um acordo de extradição entre Brasil e Espanha.
De acordo com o ‘El País’, a mulher não pretende receber qualquer indenização. A jovem quer apenas que se faça justiça e que Daniel Alves fique preso. Enquanto isso, as autoridades seguem investigando o ocorrido, tomando depoimento de testemunhas, realizando a perícia do local e avaliando os exames médicos. Ele pode pegar até 12 anos de prisão caso seja condenado.