A polícia da Espanha apontou o que pode ter causado o acidente que matou Diogo Jota, atacante do Liverpool e da seleção de Portugal, e seu irmão, André Silva, do Penafiel, na madrugada desta quinta-feira (3). Segundo a Guarda Civil, o Lamborghini em que os dois viajavam pegou fogo após sair da pista durante uma ultrapassagem na rodovia A-52, em Zamora, no noroeste do país.
“Um veículo saiu da pista pela calçada pela esquerda. A investigação aponta para um acidente de trânsito devido ao estouro de um pneu durante uma ultrapassagem. Como consequência do acidente, o carro se incendiou, e ambos os ocupantes morreram”, informou a corporação em comunicado ao jornal El País.
As autoridades investigam se o estouro do pneu foi provocado pelo excesso de velocidade aliado ao mau estado de conservação do trecho. A velocidade máxima permitida na via é de 120 km/h, mas a suspeita é de que o carro estivesse acima do limite no momento da ultrapassagem, o que pode ter contribuído para o estouro de um dos pneus. Testemunhas ainda relataram ao jornal terem passado por problemas no mesmo trecho onde ocorreu o acidente.
Segundo a polícia, o impacto foi tão violento que o carro incendiou rapidamente, e as chamas se espalharam pela vegetação próxima antes de serem controladas pelos bombeiros. Um vídeo mostrou o estado do carro após o acidente.
Veja:
Diogo Jota car accident 😭 pic.twitter.com/XCTj6lTZbm
— Pëëc (@steelboy234) July 3, 2025
De acordo com a CNN Portugal, Diogo Jota optou por viajar de carro por recomendação médica após uma cirurgia pulmonar. A viagem tinha como destino o Reino Unido, onde o jogador se reapresentaria ao Liverpool para a pré-temporada nesta sexta-feira (4).
O acidente
A tragédia foi registrada na província de Zamora, por volta de 00h30 no horário local (19h30 em Brasília), na região de Cernadilla. De acordo com a Guarda Civil espanhola, o carro em que os irmãos estavam teria tido um pneu estourado durante uma tentativa de ultrapassagem, o que resultou na perda de controle e, posteriormente, no acidente fatal.

O veículo pegou fogo e ficou completamente carbonizado. As equipes de emergência, incluindo bombeiros, unidades médicas, a Guardia Civil e profissionais do centro de saúde local, foram acionadas imediatamente. No entanto, os dois irmãos já estavam sem vida quando foram encontrados.
A identificação dos corpos só foi possível inicialmente graças ao documento do veículo. Ainda assim, segundo autoridades locais, a confirmação formal da identidade das vítimas exigiu testes de DNA, já que os corpos estavam irreconhecíveis. O forte impacto e o incêndio dificultaram os trabalhos de resgate.

O atacante do Liverpool tinha 28 anos e havia se casado com a namorada de longa data, Rute Cardoso, no dia 22 de junho. O atleta deixa três filhos. A última publicação dele nas redes sociais ocorreu horas antes do acidente, justamente sobre o casamento. “Um dia que nunca vamos nos esquecer”, escreveu.
Silva tinha 25 anos e atuava na mesma posição que o irmão, pelo FC Penafiel, da segunda divisão de Portugal. Ele estava prestes a iniciar a terceira temporada consecutiva no clube, com contrato válido até junho de 2026. André também passou pelas categorias de base do FC do Porto, Boavista Sub-23 e Famalicão Sub-23. Além do futebol, Silva havia concluído recentemente um curso universitário em Gestão. Ao lado de Jota, chegou a criar uma empresa na área.
Diogo, por sua vez, iniciou a carreira profissional no Paços de Ferreira, passou pelo Porto e pelo Wolverhampton, da Inglaterra. O craque chegou em 2020 ao Liverpool, pelo qual conquistou três títulos: uma Premier League, uma FA Cup e uma Copa de la Liga. No início do mês, ele havia acabado de ganhar a UEFA Nations League, com a seleção portuguesa.

Em nota, a Federação Portuguesa de Futebol lamentou as mortes dos atletas. “Muito mais do que o fantástico jogador, com quase 50 internacionalizações pela Seleção Nacional A, Diogo Jota era uma extraordinária pessoa, respeitado por todos os colegas e adversários, alguém com uma alegria contagiante e referência na comunidade. Perdemos dois campeões. Os falecimentos de Diogo e de André Silva representam perdas irreparáveis para o Futebol Português e tudo faremos para, diariamente, honrar o seu legado”, declarou.
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