Ex que queimou maratonista olímpica viva morre quatro dias após a sua vítima no Quênia

A morte de Dickson Ndiema Marangach foi confirmada nesta terça-feira (10)

O agressor da maratonista olímpica Rebecca Cheptegei morreu devido às queimaduras que sofreu após jogar gasolina e atear fogo à atleta, dentro da própria casa da ugandense, no Quênia. Segundo a BBC News, Dickson Ndiema Marangach faleceu quatro dias depois da morte de sua vítima.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (10), por um responsável pelo serviço de comunicação do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH), onde ele ficou internado, na cidade de Eldoret. “Perdemos Dickson Ndiema ontem à noite por volta das 20h“, confirmou a instituição.

O caso de Rebecca veio à tona em 1º de setembro, quando ela foi internada em estado grave depois de ter o corpo queimado por Dickson. Ela foi socorrida por vizinhos e levada a um hospital de Trans-Nzoia County, na fronteira entre Quênia e Uganda.

De acordo com o boletim de ocorrência, o homem invadiu a casa da maratonista enquanto ela estava na igreja com as filhas, de 9 e 11 anos. Após elas retornarem para a residência, Dickson jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das crianças.

Rebecca na maratona do Campeonato Mundial de Atletismo de Budapeste 2023. (Foto: Getty)

O boletim apresentou Rebecca e Dickson como “um casal que constantemente tinha discussões familiares“. Em relatório registrado pela polícia local e obtido pela Associated Press, os dois teriam discutido sobre o terreno onde a casa da maratonista foi construída. Ao jornal local The Standard, o comandante da polícia do Condado de Trans-Nzoia, Jeremiah ole Kosiom, ainda informou que a polícia apreendeu “uma lata de cinco litros” pertencente a Dickson e “um celular queimado que seria de Rebecca” para análise forense.

Dickson sofreu ferimentos em 30% do corpo no ataque. Rebecca teve 75% do corpo queimado. Ela faleceu aos 33 anos, no dia 5 de setembro. Segundo a BBC News, o funeral da maratonista ugandesa ocorrerá no dia 14 de setembro em seu país de nascimento.

Continua depois da Publicidade

Os dirigentes do atletismo e ativistas dos direitos das mulheres condenaram o assassinato. O presidente do Comitê Olímpico da Uganda, Donald Rukare, denunciou o ocorrido, no X. “Um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta. Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres”, afirmou. A Athletics Kenya, confederação de atletismo do Quênia, apontou que “a morte prematura e trágica é uma perda profunda” e exigiu “o fim da violência de gênero”.

Rebecca Cheptegei iniciou sua carreira como corredora profissional em 2010, aos 19 anos. Ela participou dos Jogos Mundiais Militares CISM do Rio de Janeiro, em 2011, representando as Forças de Defesa do Povo de Uganda, e terminou em terceiro lugar na corrida de 1500 m. A atleta ainda ficou em 2º na Meia Maratona de Cantalejo e em 10º na corrida de 10 km em Lisboa.

Em 2021, a ugandesa venceu o Campeonato Mundial de Corrida de Montanha e Trilha em Chiang Mai, Tailândia, e, no ano seguinte, a Maratona de Pádua. Cheptegei garantiu o segundo lugar nos 10k no Campeonato de Uganda. Já nas Olimpíadas de Paris, a corredora ficou na 44ª posição.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques