Justiça do Paraná decreta prisão do ex-jogador da seleção brasileira de vôlei Giba; saiba detalhes

Giba, ex-jogador da seleção Brasileira de vôlei, não vai acabar 2020 com uma boa notícia. O curitibano teve sua prisão decretada pela Justiça do Paraná, conforme confirma seu advogado, José Silvério Santa Maria. O motivo é a falta de pagamento da pensão alimentícia para os dois filhos – Nicoll, de 16 anos, e Patric, de 12 anos – com a também ex-jogadora Cristina Pirv.

Essa não é a primeira vez que o atleta recebe essa notícia – há três anos, Giba quase foi preso pelos mesmos motivos. Porém, dessa vez, o curitibano se encontra no Brasil, no Rio de Janeiro, onde mora com a atual esposa Maria Luiza Daudt, e a filha, nascida em agosto desse ano, Brianna.

Entenda o caso

A batalha entre Giba e Cristina está sendo travada há anos em segredo de justiça – Pirv, que é representante legal dos dois filhos e hoje mora com ambos na Romênia, sua terra natal, reclama que o atleta deve cerca de R$ 300 mil.

Em 2018, o ex-campeão mundial teve prisão de 60 dias decretada pelo não pagamento da pensão. Porém, a ordem baseada no artigo 528 do Código de Processo Civil não chegou a ser executada – antes do mandado ser expedido, a defesa de Giba conseguiu liminar para suspender a decisão até a realização de uma audiência. O jogador se encontrava na Coreia do Sul na época, pois estava representando a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) nos Jogos Olímpicos de Inverno.

O caso então chegou a público, após uma entrevista concedida por Pirv ao site Olhar Olímpico, do UOL, também em 2018. Durante a conversa, foi revelado que a dívida de Giba era de cerca de R$82 mil e que desde 2017, o jogador tenta a redução da pensão dos filhos, estipulada em R$ 10 mil na época. Hoje, com correções, a pensão está em cerca de R$ 15 mil. Há dois anos, para evitar a prisão, Giba precisou pedir um empréstimo de R$ 90 mil a amigos para completar o valor de R$ 150 mil e pagar uma ação movida por Cristina após a solicitação de redução dos valores.

Em entrevista ao Globo Esporte, o ex-atleta alega que, desde que parou de jogar, seu faturamento caiu drasticamente e que, mesmo como embaixador da FIVB, vive de palestras e campanhas publicitárias e não possui renda suficiente para pagar o valor de pensão estipulado durante o divórcio.

Continua depois da Publicidade

“Cansei de ficar quieto. São sete anos em que eu estou tomando porrada, em que ela (Cristina Pirv) procura a imprensa e expõe as crianças divulgando valores de processos que deveriam ser sigilosos. É inadmissível fazer isso com os nossos filhos”, afirmou o atleta. “Se eu fosse um pai ruim, como ela diz, você acha que as crianças me ligariam todo dia, mandariam mensagem!? Veja as minhas fotos com os meus filhos nas redes sociais”, reforçou.

O advogado também afirma que Giba já teria dividido o patrimônio no processo de separação de Pirv – as propriedades incluem uma casa num condomínio de luxo em Curitiba, dois apartamentos e uma casa na Romênia. Além da renda gerada pelo alugueis desses imóveis, Cristina é proprietária de uma academia de vôlei na Romênia e trabalha como palestrante, razões pelas quais a defesa do atleta aponta que a ex-mulher tem rendimentos suficientes para dividir os custos mensais dos filhos.

“Nós temos documentos comprovando que, entre 2017 e 2018, a Cristina movimentou valores acima de R$ 900 mil de várias fontes, mas ainda assim informou à imprensa que era pessoa carente com dificuldades de suprir as necessidades dos filhos”, disse o advogado de Giba ao Globo Esporte. José Silvério ainda citou a Constituição Brasileira para justificar o argumento da defesa, dizendo que ela “estabelece igualdade entre homens e mulheres separados” na divisão de valores da criação dos filhos.

Continua depois da Publicidade

Segundo o programa da TV Globo, o Ministério Público do Paraná havia dado um parecer favorável ao ex-jogador em relação à redução dos valores de pensão mensais. Ainda assim, a juíza da 7ª Vara da Família de Curitiba determinou na sexta-feira (18), a execução do mandado de prisão do curitibano e o pagamento imediato e integral do valor devido em pensão alimentícia.

Apesar do risco, Giba afirmou ao programa que espera que a situação tenha um desfecho rápido. “O que eu realmente quero é o direito de ver os meus filhos… Já faz 11 meses que eu não os vejo. Eu não aguento mais. Que isso possa se resolver o mais rápido possível para que eles tenham uma tranquilidade e quando forem adultos não precisem mais ver essas brigas”, revelou Giba. “No fundo, eles não têm nada a ver com isso. Eu prezo pelo bem e pela segurança dos meus filhos. Pago mais do que a metade do que eles precisam pra viver com conforto. Não aceito ser pintado como esse monstro que ela (Cristina Pirv) tenta criar”, finalizou.