A final de solo da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024 continua dando o que falar, mesmo após quase uma semana do término da competição. A controvérsia envolve a medalha de bronze, que inicialmente foi concedida à norte-americana Jordan Chiles, mas posteriormente foi dada à romena Ana Barbosu. Hoje (15), Chiles se pronunciou novamente em uma nota publicada no Instagram após a decisão final sobre a situação.
Na mensagem, a atleta expressou sua gratidão pelo apoio recebido após perder a medalha de bronze e ser rebaixada para a 5ª colocação, atrás de Barbosu e da outra atleta romena, Sabrina Voinea.
“Estou impressionada com o amor que recebi nos últimos dias. Também sou extremamente grata a minha família, companheiros de equipe, treinadores, torcedores, USAG (USA Gymnastics) e USOPC (U.S. Olympic & Paralympic Committee) por seu apoio inabalável durante este momento difícil”, começou ela.
Jordan lembrou o apelo feito, destacando que sua equipe apresentou provas de que sua pontuação estava dentro dos parâmetros estabelecidos pela competição. “Ao comemorar minhas conquistas olímpicas, ouvi a notícia devastadora de que minha medalha de bronze havia sido retirada. Confiei no recurso interposto pela USAG, que deu provas conclusivas de que minha pontuação seguiu todas as regras. Este apelo não teve êxito”, detalhou.
Chiles considerou a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Corte Arbitral do Esporte (CAS) como injusta e ressaltou que a controvérsia gerou ataques de cunho racial nas redes sociais: “Eu não tenho palavras. Esta decisão parece injusta e é um golpe significativo, não apenas para mim, mas para todos que defenderam minha jornada. Para aumentar a tristeza, os ataques espontâneos de motivação racial nas redes sociais são errados e extremamente prejudiciais. Dediquei todo o meu coração e alma a este desporto e tenho muito orgulho em representar a minha cultura e o meu país”.
Ela também enfatizou que continuará competindo: “Nunca vacilarei nos meus valores de competir com integridade, lutar pela excelência, defender os valores do espírito desportivo e as regras que ditam a justiça. Tenho orgulho de torcer por todos, independentemente do time ou país. Encontrar a alegria novamente foi uma mudança cultural e adoro ver outras pessoas abraçando isso. Sinto que dei permissão a todos para serem autênticos com quem são”.
“Agora estou diante de um dos momentos mais desafiadores da minha carreira. Acredite em mim quando digo que tive muitos. Abordarei este desafio como fiz com outros – e farei todos os esforços para garantir que a justiça seja feita. Acredito que no final desta jornada, as pessoas que estão no controle farão a coisa certa”, concluiu a ginasta.
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Relembre o caso
Jordan Chiles recebeu 13.666 em sua apresentação, ficando em quinto lugar. No entanto, os norte-americanos contestaram a nota, que foi revisada e aumentada para 13.766, subindo a colocação da atleta para terceiro e empurrando Barbosu.
Dias depois da competição, a FRG entrou com recurso para que o pedido de revisão de nota feito pela Federação de Ginástica dos EUA durante a prova do solo fosse derrubado. A equipe norte-americana teria feito esse pedido fora do prazo. No dia 10, o recurso foi acatado pela Corte Arbitral do Esporte e a nota de Chiles caiu. A ginasta foi para a quinta colocação do ranking.
As romenas Ana Barbosu e Sabrina Voinea ficaram com o terceiro e quarto lugar, respectivamente. As três atletas envolvidas no caso começaram a receber ataques na internet. Barbosu chegou a se solidarizar com Chiles. A norte-americana se pronunciou e disse que iria se afastar das redes sociais para cuidar da saúde mental.
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