As Olimpíadas de Paris 2024 podem ser a última competição de Rebeca Andrade, pelo menos na categoria “individual geral” – que envolve os quatro aparelhos da ginástica artística. Foi o que a ginasta disse em entrevista coletiva nesta terça-feira (30), após a conquista da medalha de bronze por equipes, ao sinalizar seu receio em “preocupar os fãs” ao falar de aposentaria.
“Enquanto meu corpo aguentar eu estou aqui. Mas é importante preparar os fãs, porque quando a gente se despede é muito difícil. Mas acredito que todas nós temos um futuro brilhante pela frente e a gente tem que aproveitar todos os momentos”, disse.
A própria atleta foi quem tocou no assunto, ao ser questionada por uma repórter do “The New York Times sobre a possibilidade de ocupar o espaço deixado por Simone Biles após sua aposentadoria – que também pode ser depois dos Jogos Olímpicos deste ano.
“Eu não sei se eu estarei aqui. Uma hora o esporte encerra, é um ciclo, eu aceito super bem, mas vamos ver o que futuro vai preparar para a gente. Vamos ver o que o esporte vai preparar para a gente quando a gente não fizer mais ginástica“, continuou Rebeca.
O desgaste físico também é uma questão para a ginasta, que é generalista, ou seja, atua em todos os aparelhos. Só nas Olimpíadas, ela já realizou nove apresentações e ainda tem outras oito. Rebeca só não chegará ao teto de 18 porque não se classificou para a final individual nas barras paralelas.
“Realmente, para mim é muito difícil fazer o individual geral muitas vezes. Para meus membros inferiores, depois de tantas lesões. Porque eu não tenho só lesão no joelho direito, tenho no esquerdo, uma em cada pé. Enquanto meu corpo aguentar, eu vou estar aqui. Pode ser que eu não faça todos os aparelhos. Que eu faça três, dois, um”, completou a atleta.
Em outras entrevistas, ela já comentou que um dos motivos para chegar tão longe foi a preocupação com a saúde mental. A ginasta usa uma bolsa de estudos oferecida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para cursar a faculdade de psicologia.
Rebeca já havia revelado também que a rotina tem sido puxada. “Eu treino de manhã e de tarde e faço a faculdade presencial à noite. É corrido, muito cansativo, mas prazeroso. Apesar dos treinos e das competições, minha média está em 9, o que é bem alta e fico muito feliz todas as vezes que vejo essa nota. A minha psicóloga me influenciou, sim, na escolha e sou muito feliz com ela, amo a psicologia“, explicou. Nosso cristalzinho, sim!
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