Tandara Caixeta, jogadora da seleção brasileira de vôlei, foi suspensa nesta quinta-feira (5), após ter um resultado adverso em um exame antidoping. A substância ostarina, que é proibida em competição e fora de competição, foi detectada em um teste da atleta, realizado antes das Olimpíadas de Tóquio. Já na tarde de hoje (6), a equipe da jogadora se manifestou sobre o caso.
Após ser notificada sobre o resultado do exame, Tandara deixou os Jogos Olímpicos e já embarcou de volta para o Brasil. Na manhã desta sexta, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) confirmou que a suspensão foi determinada pela detecção da ostarina nos exames. Segundo o médico Guilherme Renke, colunista da página EU Atleta, a substância pertence a uma classe de anabolizantes e pode ajudar no ganho de massa muscular.
“Ela [ostarina] tem ação anabolizante, aumenta a massa muscular, a força e a performance”, disse o especialista em Endocrinologia e Metabologia, confirmando que “é doping“. “Vem sendo muito usada no fisiculturismo e em outros esportes, especialmente de endurance, de ciclismo, corrida, que são catabólicos. No vôlei, ajuda na potência, na amplitude do salto, aumenta a força, deixa o tempo de reação mais rápido, aumenta amplitude do saque e do passe. E a pessoa se cansa menos”, disse o médico ao GE.
Confira a íntegra da nota da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem abaixo:
“Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) esclarece que o processo de controle de dopagem do caso da atleta da seleção brasileira feminina de vôlei, Tandara Caixeta, seguiu todos os padrões internacionais estabelecidos pela Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA).
Informamos que a coleta do material biológico da atleta foi realizada fora de competição, em 7 de julho de 2021, no Centro de Treinamento de vôlei de quadra da seleção, em Saquarema/RJ, mesmo momento em que todas as demais atletas da equipe também forneceram o material.
Ao receber, no dia 5 de agosto de 2021, o resultado do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), único credenciado pela WADA na América Latina, foi constatada a presença da substância Ostarina, que pelo Código Brasileiro Antidopagem implica na aplicação obrigatória de uma suspensão provisória da atleta.
A Ostarina é uma substância não especificada, proibida em competição e fora de competição. Pertence a classe: S1.2 Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMS da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-WADA.
A ABCD seguirá os trâmites processuais do caso em sigilo para proteger os direitos da atleta”.
Equipe de Tandara se manifesta e a defende da acusação de doping
Com os novos detalhes informados pela ABCD, a equipe jurídica de Tandara falou hoje (6) sobre o caso. Em nota, divulgada pelas redes sociais da atleta, o episódio foi classificado como uma “situação extremamente desgastante e traumática”. A defesa da jogadora afirmou que pretende provar que o contato com a substância foi acidental e reforçar sua inocência.
“Confiamos plenamente que comprovaremos que a substância Ostarina entrou acidentalmente no organismo da atleta e que não foi utilizada para fins de performance esportiva”, diz o texto. A nota também ressaltou que não é a primeira vez que um atleta se contamina com ostarina. “Recentemente, inúmeros atletas no Brasil foram vítimas de incidentes envolvendo a Ostarina (SARM-S22), a ponto de a ANVISA intervir para proibir a comercialização de tal substância em território nacional”, completou o comunicado.
A equipe de Tandara pontuou que isso não descredibiliza a importância da jogadora, visto que uma contraprova do exame ainda não foi avaliada. “Até o momento, sequer foi analisada a contraprova da urina da atleta (amostra B), portanto, salvo melhor juízo, não se afigura razoável qualquer pré-julgamento de uma atleta íntegra, sem quaisquer antecedentes e que há anos contribui para as conquistas do voleibol brasileiro”, menciona o pronunciamento. De acordo com a defesa, a estrela do vôlei não se manifestará publicamente até a decisão final.
Confira a íntegra abaixo: