Mais de um ano após o fim da Copa do Mundo do Catar, Richarlison se emocionou bastante ao relatar um período conturbado que viveu depois do mundial. O jogador da Seleção Brasileira chegou a entrar em depressão e cogitou desistir da carreira no futebol.
Em uma entrevista sincera à ESPN, o atleta relembrou que a tristeza pela eliminação do Brasil nas quartas de final do campeonato se agravou com a descoberta de problemas na família. “O que eu passei depois da Copa do Mundo e descobrindo coisas aqui dentro em casa de pessoas que conviveram comigo mais de sete anos é loucura”, recordou o camisa nove.
Ele disse que, na época, pensou em largar tudo por ter chegado em seu limite. “Chegar para o meu pai, que foi o cara que correu atrás do meu sonho, assim, e falar ‘pai, quero desistir’, é coisa de louco. Tinha acabado de disputar uma Copa do Mundo. No meu auge… E estava chegando no meu limite mesmo, sabe… Não vou falar se matar, mas eu estava numa depressão ali e estava querendo desistir”, contou, emocionado.
Os ataques que Richarlison sofreu após a derrota contra a Croácia fizeram com que a depressão se intensificasse. “Eu estava sofrendo muitos ataques depois da Copa e, junto desses problemas dentro de casa, afetou muito. Logo eu, que parecia que era forte mentalmente. Depois da Copa, parece que desabou tudo”, complementou o jogador de 26 anos. “Eu só pensava besteira… No Google mesmo eu só pesquisava besteira, só queria ver besteira de morte”, desabafou.
A doença fez com que o atacante procurasse um acompanhamento psicológico. Hoje, cinco meses depois, ele relatou já ter percebido melhoras nos sintomas. “Hoje eu posso falar: ‘procure um psicólogo’. Você que está precisando de um psicólogo, procure porque é legal você se abrir assim, você estar conversando com a pessoa. Eu tinha esse preconceito antes, achava que era frescura, que estava doido. Minha família mesmo há pessoas que acham que quem vai para o psicólogo é doido. Eu descobri isso e achei maravilhoso. Foi a melhor descoberta que tive na minha vida mesmo”, reforçou.
Richarlison ainda concluiu se mostrando contente por ser um exemplo para outras pessoas com o mesmo problema. “Hoje a professora veio me agradecer por estar levando isso para o mundo do futebol, para o mundo extracampo também, porque é muito importante e, querendo ou não, salva vidas”, finalizou. Assista à entrevista na íntegra: