Robinho revela que recebeu “apoio total” de Neymar, após conversas chocantes sobre caso de violência sexual serem reveladas: “Me mandou mensagem”

Nos últimos dias, o caso de Robinho tem causado ainda mais revolta desde a divulgação de trechos de conversas e da decisão judicial que culminaram na sua condenação por um caso de violência sexual de grupo na Itália, em primeira instância, em 2017. Enquanto recorre da decisão em liberdade, o jogador deu entrevista à Fox Sports neste sábado (17), e revelou que recebeu o apoio de Neymar.

Neymar e Robinho jogaram juntos no Santos Futebol Clube em 2010. Agora, o atacante do Paris Saint Germain entrou em contato com o atleta condenado[Neymar] me mandou mensagem… Ele deu total apoio, disponibilizou o pessoal que conseguiu provar a inocência dele. A gente costuma se falar mais de coisas boas do que coisas ruins, né? Mas ele também me deu apoio”, disse Robinho.

Robinho lembrou do caso de Neymar e Najila Trindade, e disse que recebeu apoio do jogador. (Fotos: Getty/Reprodução/Record TV)

Robinho recordou o caso de Neymar e Najila Trindade – em que Neymar foi acusado de estupro pela modelo, mas teve a ação arquivada, enquanto ela responde pelo crime de fraude processual. “Pra você ver que não é um fato difícil de acontecer, já aconteceu com outros que você acabou de citar, com o Neymar”, comentou ele.

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Durante a conversa com Benjamin Back, Robinho lembrou da ocasião em que soube de sua acusação no caso, momento em que admitiu adultério à esposa. “Cheguei chorando e abri a verdade. Posso falar o que for aqui, mas o mais importante é o que sou dentro de casa. Contei para ela o que aconteceu, ela chorou e disse que estamos juntos. Falou que a verdade sempre vence e que provaria minha inocência”, recordou ele, que se define como “cristão e seguidor de Cristo” pelas redes sociais.

Robinho concedeu uma nova entrevista à Fox Sports. (Foto: Reprodução/Fox Sports)

O atleta tentou defender sua inocência, afirmou que a vítima teria dado o consentimento no ato e, novamente, declarou que seu maior “erro” teria sido a infidelidade à esposa. No entanto, Robinho opinou que o episódio foi importante em sua vida, e disse que foi isso que o fez se converter: “Se não tivesse acontecido isso, eu não seria o homem que sou hoje. Que sirvam de exemplo, que respeitem as esposas. Está comigo desde os 15 anos, está comigo pelo que eu sou e não pelo que tenho”.

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De acordo com a Gazeta Press, Robinho até alegou que esse caso – e outros – seriam tentativas de “tirar dinheiro” dos astros do futebol. “São muitos exemplos negativos, como esse. Que os mais jovens foquem na carreira e tomem cuidado. As pessoas querem tirar dinheiro. Não sou o último caso, outras mulheres tentaram tirar dinheiro de jogadores”, completou o esportista.

“Talvez eu estivesse pior, não tão bem fisicamente, não teria prolongado minha carreira. Eu me converti, mudei. Estou em paz com Deus, sei que Deus tem algo muito maior para a minha vida. Nada vai tirar a minha alegria, mas para quem me ama é difícil ver tantas mentiras sobre a minha vida”, falou Robinho.

Confira a entrevista aqui:

https://youtu.be/pDLWK8O2r5Q

Robinho culpa feminismo por consequências em sua carreira

Na última sexta-feira (16), Robinho falou pela primeira vez com a imprensa após a suspensão de seu contrato com o Santos. Ao UOL Esporte, o jogador comentou sobre a divulgação da transcrição de conversas suas e trechos da decisão judicial da Itália, e ainda deu algumas declarações polêmicas.

Na entrevista, o jogador culpou o feminismo pelas consequências que tem sofrido, e ainda disparou um comentário, que vem sendo interpretado como transfóbico nas redes sociais. “Infelizmente, existe esse movimento feminista. Muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, pra falar o português claro“, disparou Robinho. Sim, é isso mesmo que você leu. Robinho, que admitiu em áudio interceptado pela justiça italiana, ter feito sexo com uma mulher sem o consentimento dela, ou seja um estupro, acredita que a revolta que tem recebido seja culpa do movimento feminista.

Durante o papo com o UOL, Robinho contrariou os áudios e negou ter participado de um estupro da vítima (Foto: Reprodução/UOL)

Robinho negou que teria participado do estupro coletivo, mas admitiu seu envolvimento com a garota. “Ela tocou em mim, eu toquei nela, por cerca de 15 minutos, mas não houve relação sexual, penetração, nada disso. Então, eu fui para casa e, no dia seguinte, meus amigos contaram que haviam tido relação sexual com ela. Com o consentimento dela”, alegou o jogador. Nos áudios, entretanto, o atleta já havia admitido ter feito sexo oral com a vítima, e que sabia que ela não estava consciente por conta do consumo de bebidas alcóolicas. Para Robinho, é como se sexo oral não fosse uma relação sexual, e que o fato de alguém não estar consciente durante o ato não caracterizasse um estupro.

Assista a alguns trechos aqui:

https://twitter.com/deboraazara/status/1317503665545093127?s=20

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Entenda o caso

A reportagem do “Globo Esporte” revelou nesta sexta-feira (16) trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram Robinho a ser condenado em primeira instância por violência sexual de grupo na Itália, em novembro de 2017. Nas conversas, o jogador admitiu que teve relações sexuais com a vítima e que ela estava “completamente bêbada” a ponto de “não saber nem o que aconteceu“.

Robinho foi condenado por violência sexual em 2017 (Foto: Reprodução/Santos TV)

O caso ocorreu em uma boate de Milão chamada ‘Sio Café’ na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho, outros cinco brasileiros teriam participado do ato – classificado pela Procuradoria de Milão como “violência sexual” – contra uma jovem de origem albanesa. No entanto, apenas o jogador e Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão.

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Os outros quatro acusados deixaram a Itália no decorrer da investigação e, por isso, estão sendo processados num procedimento à parte, explicou o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, ao ‘GE’. Robinho e Ricardo foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”.

A decisão do Tribunal de Milão foi contestada pelos condenados. Os advogados dos dois apresentaram recurso e a Corte de Apelo de Milão iniciará a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro.

Confira a íntegra do caso, a transcrição das conversas, os relatos revoltantes e a série de manifestações contra a contratação do jogador, clicando aqui.