Walewska Oliveira: Marido dá relato à polícia e informa mensagem recebida da atleta antes de falecimento

A ex-jogadora da Seleção Brasileira faleceu na noite desta quinta-feira (21), aos 43 anos, em São Paulo

Walewska Oliveira e marido

[Alerta Gatilho] O boletim de ocorrência sobre a morte de Walewska Moreira de Oliveira, divulgado nesta sexta-feira (22), trouxe trechos do depoimento de Ricardo Alexandre Mendes, marido da atleta. Segundo o corretor de imóveis, ele recebeu uma mensagem da esposa por volta das 18h, falando sobre o “relacionamento desgastado de ambos”. Ele foi informado sobre o falecimento pela administração do condomínio. Os dois eram casados há 20 anos.

O caso foi registrado como “morte suspeita” no 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins. O documento da Polícia Civil apontou que a jogadora caiu do 17º andar do prédio em que morava, na região central da capital. No momento da queda, ela estava no salão de festas do local. De acordo com o relato de Ricardo, ele chegou ao apartamento do casal por volta de 17h30 e afirmou não saber que a esposa já estava no prédio.

Ainda segundo o boletim, às 18h07, Walewska enviou uma mensagem de texto para o marido falando sobre o “relacionamento desgastado de ambos”. Em torno de 18h29, ele recebeu uma mensagem no grupo do prédio, o alertando sobre o falecimento. A ocorrência foi registrada pelas autoridades às 18h09 de quinta-feira (21), com a comunicação oficial às 20h19.

Foi a gestora do prédio quem relatou que a jogadora teria sido encontrada caída na sacada do primeiro andar e comunicou Ricardo sobre a gravidade do ocorrido. “Ela contou tudo o que tinha acontecido com Walewska. [Ricardo afirma] que ficou muito impactado e abalado com a notícia e permaneceu no imóvel”, diz o documento. Uma unidade de resgate foi acionada pela administração do edifício e tentou reanimar a vítima, mas o óbito foi constatado ainda no local.

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As câmeras de segurança da área de lazer, que possui a biometria facial dos moradores, teriam mostrado a jogadora entrando no espaço, no 17º andar, sozinha, às 16h50. Pouco tempo depois, uma auxiliar de limpeza encontrou a ex-atleta. “Conversou rapidamente com a vítima. Ela não chorava e falava normalmente”, diz o trecho.

De acordo com o documento divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, as circunstâncias da morte serão investigadas, mas há hipótese de suicídio. Segundo a polícia, Wal carregava uma garrafa de vinho, uma taça, uma pasta e o celular. “Na pasta, havia uma folha de papel sulfite com uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida”, descreve o boletim.

Walewska Oliveira teve uma carreira vitoriosa. (Foto: Getty)
Walewska Oliveira teve uma carreira vitoriosa. (Foto: Getty)

IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o “Centro de Valorização da Vida” pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.

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Repercussão

A morte de Wal, como era carinhosamente chamada, abalou o mundo do esporte. Personalidades como Paula Pequeno, Sheilla, Gabi, Jaqueline, Fabi e Bernardinho prestaram suas últimas homenagens. Thaisa, companheira da central na conquista das Olimpíadas, chorou em entrevista após a derrota do Brasil para a Turquia, pelo Pré-Olímpico. O Praia Clube, último clube de Walewska, e a Confederação Brasileira de Vôlei também emitiram nota sobre o caso. Clique aqui para saber os detalhes.

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Carreira 

Walewska nasceu em Belo Horizonte e começou a trilhar seu brilhante caminho no esporte pelo Minas, em 1995. Em sua passagem pela Seleção Brasileira, na qual jogou por 10 anos, Waleska conquistou o título de campeã olímpica pelos Jogos de Pequim, em 2008. Foi o primeiro ouro olímpico do vôlei feminino. Ela também foi eleita a melhor bloqueadora do mundo.

Em sua biografia “Outras Redes”, lançada neste ano, Walewska contou como foi convocada pela primeira vez para a Seleção pelo técnico Bernardinho, em 1997. Dois anos depois, ela conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá. Um dia antes do falecimento, Wal esteve em um podcast para falar de sua biografia, “Outras Redes”.

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