Nesta terça-feira (05), o Brasil se revoltou com a mais recente polêmica de “A Fazenda 11”, em que Sabrina Paiva foi vítima de racismo por um membro da própria equipe do reality. No entanto, os casos de preconceito no programa não são recentes… Após a polêmica de ontem, Léo Áquilla recordou da vez em que também foi vítima de discriminação, e contou como isso a abalou na época.
Léo esteve na quinta temporada da atração da Record, exibida em 2012, quando foi alvo de transfobia por pessoas nos bastidores. “Na ocasião, ouvi claramente pelo headset eles me chamando de traveco e um falando para o outro: ‘olha ai o que você gosta’. Fiquei quieta porque era tão surreal aquilo que você não sabe nem como reagir e deixei passar”, lembrou a jornalista no “A Tarde é Sua”.
Infelizmente, o caso se repetiu mais rápido do que ela imaginava. “No dia seguinte, fui fazer uma obrigação de limpar o cavalo e ouvi uma coisa que eu não posso repetir aqui porque foi tão baixo que foi quando eu explodi”, mencionou Áquilla. “Comecei a gritar lá dentro, não é possível uma coisa dessas na Fazenda”.
Assim como no caso de Sabrina, Léo também recebeu um comunicado de que os funcionários envolvidos teriam sido demitidos. Mas reforçou o quanto isso é doloroso para as vítimas confinadas. “Pra quem está lá dentro, isso tem o triplo de peso do que estar aqui fora, porque é o único lugar que você não imagina que vai sofrer esse tipo de preconceito”, pontuou ela.
Justamente por isso, Áquilla se compadeceu com a história da ex-miss: “As pessoas que estão ali, teoricamente, estão preparadas para isso porque estão lidando com todo o tipo de gente. Como é que alguém tem coragem de falar uma coisa dessa? Me dá vontade de chorar. Sofri essa dor e sei como essa dor pesa lá dentro da gente”. Assista ao comentário aqui:
Relembre o caso
O grave insulto aconteceu ontem (5), enquanto os peões estavam reunidos na sala minutos antes da primeira entrada ao vivo no programa. No momento em que Sabrina se levantava para tomar uma água, é possível ouvir, ao fundo do vídeo abaixo, algo muito parecido com a frase “Vai macaca, senta logo aí” sendo dita. A câmera estava focando a peoa Andréa Nóbrega, que claramente ficou muito desconfortável com o comentário.
“Vocês ouviram isso ou fui só eu?”, questionou Paiva. “Eu não entendi nada”, disse um dos participantes, desconversando. “Eu entendi tudo”, afirmou a modelo. A tensão claramente se instalou entre os confinados. Alguns dos rapazes perguntavam, incessantemente, o que havia sito dito. Hariany confirmou ter escutado também e Sabrina então revelou: “É pesado. Vai macaca, senta aí”. Assista ao trecho abaixo transmitido ao vivo pela plataforma PlayPlus:
Momento que @SabrinaPaivaOFC escuta a produção a chamando de macaca pic.twitter.com/4984umeIeS
— `🕳️ (@myllacomentss) November 6, 2019
“Ele falou: ‘senta aí logo, macaca‘”, confirmou Hariany. “Juro, do vidro. Eu não tô surda, eu tenho certeza, a Hari também ouviu”, prosseguiu a ex-Miss antes das câmeras da transmissão serem cortadas para outro cômodo. Assista:
https://twitter.com/gabimacumbeira/status/1191902641648996352?s=20
Após a polêmica ter tomado conta das redes sociais, com espectadores revoltados com o comentário absurdo, a TV Record confirmou que o insulto é verídico. A emissora também declarou ter demitido o operador de câmera responsável pela fala racista. Leia o comunicado na íntegra, que também foi enviado aos peões na casa:
“A Record TV informa que ontem, 05/11, durante o reality A Fazenda, ao vivo, um operador de câmera, posicionado atrás de um dos espelhos da sala, fez um comentário racista a respeito da participante Sabrina Paiva.
Imediatamente ao fim do programa, a produtora Teleimage (que presta serviços à Record TV e é a contratante do operador de câmera), identificou o ofensor. Ele foi repreendido e teve seu contrato de trabalho rompido sumariamente.
A Record TV repudia veementemente esta atitude e qualquer tipo de preconceito. Como se trata de ofensa racial, será informado à participante Sabrina Paiva que a ela será dado o direito de fazer a representação legal ao ofensor, se assim quiser e no momento que desejar.
A Record TV e a produtora Teleimage lamentam o fato e não admitem que algo dessa natureza aconteça em suas produções.”