A$AP Rocky é acusado de violar direitos autorais de artista brasileiro em clipe de “Tailor Swif”

Advogados do artista André Komatsu enviaram uma notificação extrajudicial ao cantor

Na última segunda-feira (11), o rapper norte-americano A$AP Rocky foi acusado de usar, sem a devida autorização, uma obra do artista plástico brasileiro André Komatsu. A acusação tem relação com o clipe de “Tailor Swif”, lançado em agosto deste ano e indicado ao Grammy 2025 na categoria de “Melhor Videoclipe”.

Segundo a Folha de S. Paulo, a produtora, os diretores responsáveis pelo projeto e a agência que gerencia a carreira de Rocky receberam uma notificação extrajudicial dos advogados de Komatsu, informando sobre a violação dos direitos autorais.

No documento, a defesa de Komatsu alega que Rocky teria reproduzido sem permissão e sem dar os devidos créditos à obra “Disseminação Concreta”, uma instalação criada por André em 2006 durante uma residência artística no Museu de Arte da Pampulha.

Obra “Disseminação Concreta”, de André Komatsu. (Foto: Reprodução/Site André Komatsu)

No clipe, A$AP Rocky aparece em um cenário surreal e caótico, no qual se vê a silhueta de um homem formada por pedras que representam cabeça, mãos e pés, com uma camisa e uma calça jeans. Embora o vídeo tenha sido lançado em agosto de 2024, as filmagens ocorreram na Ucrânia, em 2021.

Clipe de “Tailor Swif”, de A$AP Rocky. (Foto: Reprodução/RCA Records/YouTube)

Komatsu acredita que a equipe de Rocky e os criadores do clipe provavelmente tiveram acesso à sua obra por meio da internet. “O ‘Disseminação Concreta’ é um trabalho que foi muito difundido nas mídias sociais e em vários canais de arte do Brasil e do exterior. Até virou meme”, ressaltou o artista.

O artista também afirmou que, caso não receba uma “resposta amigável” dos responsáveis, irá buscar a judicialização do caso. No entanto, ele destacou que sua intenção não é obter lucro. “Não é sobre dinheiro, mas sobre respeito à autoria da obra. Não quero sugar o outro. Eu só quero o que é meu”, declarou.

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A defesa do artista, cujas obras estão expostas em renomadas instituições internacionais, como o Tate Modern de Londres, o MoMA de Nova York e a Pinacoteca de São Paulo, argumenta que a reprodução da obra fere as leis de direitos autorais tanto brasileiras quanto americanas.

Os advogados de Komatsu também destacaram que a obra infringe a Convenção de Berna, acordo internacional sobre direitos autorais. Por isso, a equipe do artista pede que o crédito seja atribuído ao brasileiro e que os responsáveis pelo videoclipe se retratem publicamente nas redes sociais.

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“Os danos decorrentes da falta de licenciamento da obra ‘Disseminação Concreta’ (2006) ou mesmo de menção e créditos pelo uso de obras autorais protegidas são notórios e representam ademais uma forma de enriquecimento com o uso de esforço da pessoa titular da autoria originária”, diz a notificação extrajudicial, a qual a Folha teve acesso.

“Esse impacto ainda é majorado pela recente informação de que o clipe em questão foi selecionado para concorrer como melhor videoclipe do ano no aclamado prêmio Grammy 2025”, acrescenta o documento.

De acordo com o jornal, a produtora e os diretores do projeto foram contatados, mas não se pronunciaram sobre a acusação. A RCA Records, gravadora de A$AP Rocky, também não fez comentários.

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