Leonardo pagou uma indenização de R$ 225 mil aos trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em uma de suas fazendas, localizada em Jussara, Goiás. De acordo com o g1, o acordo foi feito em conjunto com a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o próprio artista. Além da indenização, o cantor foi multado em R$ 94.063,24.
O advogado Paulo Vaz confirmou as informações e explicou como foi feita a concessão. “Nós resolvemos todos os problemas da fazenda, mesmo estando arrendada. Foram pagas todas as indenizações a essas pessoas e nós aceitamos o acordo proposto pelo Ministério Público”, afirmou Vaz.
O caso veio à tona após uma fiscalização realizada na Fazenda Lakanka, que está arrendada a terceiros, ter encontrado trabalhadores em condições degradantes. A investigação levou à inclusão do nome de Leonardo na chamada “lista suja” do Ministério do Trabalho, divulgada no dia 7 de outubro. Embora o cantor tenha sido responsabilizado, ele declarou que não tinha conhecimento da situação até ser notificado.
De acordo com o documento ao qual o portal teve acesso, cinco trabalhadores foram indenizados em R$ 35 mil cada, e um adolescente de 17 anos, encontrado em trabalho proibido, recebeu R$ 50 mil. Ao todo, 18 trabalhadores estavam na propriedade, sendo seis resgatados em situação análoga à escravidão.
Segundo a defesa de Leonardo, o arrendamento da fazenda deveria isentá-lo de responsabilidade. No entanto, a investigação concluiu que, embora o arrendatário fosse responsável pelo plantio, a preparação do solo, como a catação de raízes, ainda era de responsabilidade do cantor, tanto na execução quanto no pagamento aos trabalhadores. Fiscais encontraram alojamento onde funcionários ficavam em situação precária, sem banheiro e com camas improvisadas.
O advogado reafirmou que, embora o contrato de arrendamento tenha sido apresentado à Justiça, o cantor decidiu arcar com as indenizações para evitar mais complicações. “Como a matrícula estava em nome do Leonardo, o Ministério Público do Trabalho propôs a ação. Na audiência, a gente apresentou o contrato de arrendamento e aí tudo foi esclarecido, mas pra que evitasse qualquer tipo de problema, nós pagamos todas as verbas indenizatórias naquele momento mesmo e tudo ficou sanado”, explicou Vaz, acrescentando que “estão sendo tomadas as medidas necessárias para remover o nome de Leonardo da lista mencionada”.
O Ministério do Trabalho afirmou que a inclusão do nome do sertanejo na “lista suja” é resultado de um processo administrativo que investiga trabalho análogo à escravidão. A lista é atualizada semestralmente e mantém o nome de empregadores por dois anos. A defesa de Leonardo informou que está tomando as medidas legais para remover o nome do cantor da lista.
O caso segue repercutindo, e o arrendatário da Fazenda Lakanka ainda não se manifestou sobre as responsabilidades no caso. Já Leonardo gravou um vídeo para comentar as acusações. Assista, clicando aqui.
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