A batalha judicial entre Angelina Jolie e Brad Pitt ganhou novos contornos nesta quinta-feira (4). Em documentos judiciais apresentados ontem, a equipe da atriz alegou que Brad não permitirá que Angelina venda sua participação na Château Miraval – vinícola que compraram juntos em 2008 – sem assinar um NDA (acordo de não-divulgação). A nova ação deixou implícito que o contrato ocultaria casos de abuso físico do ator contra Jolie que precedem o episódio de 2016.
O imbróglio de Jolie e Pitt se estende há quase uma década, durante a qual ambos trocaram diversas acusações nos tribunais. No ano passado, Jolie detalhou um episódio de abuso durante um voo para Los Angeles, em 2016. A estrela afirmou que Pitt foi verbalmente abusivo com um dos filhos do casal, além de ter tornado o confronto físico com um deles. Ele também teria sido fisicamente abusivo com ela em frente às crianças e causado mais de US$25 mil em danos na aeronave.
Na ação registrada ontem, os advogados da estrela apontam que esta não foi a primeira e única vez que Pitt a agrediu. A moção busca a divulgação de comunicações que, segundo eles, provariam que Pitt não permitiu que Jolie lhe vendesse sua parte da vinícola, a menos que ela assinasse um acordo de não-divulgação que acobertaria tais casos de agressão.
“Embora o histórico de abuso físico de Pitt contra Jolie tenha começado bem antes da viagem de avião da família da França para Los Angeles, em setembro de 2016, este voo marcou a primeira vez que ele voltou seu abuso físico contra as crianças. Jolie então o deixou imediatamente”, destacou o documento obtido pela revista People.
De acordo com o TMZ, os advogados da atriz acreditam que Pitt estaria tentando “calar” Angelina para impedir que informações prejudiciais a ele venham a público. O NDA também seria parte do esforço de Brad para manter em segredo os detalhes da batalha pela custódia dos filhos. O time de Jolie, todavia, diz que o processo da vinícola não teria acontecido se Pitt tivesse comprado a parte da ex-esposa quando ela fez a oferta.
Assim, a insistência do ator pelo contrato de não-divulgação “sugere que Pitt teme que os documentos lacrados incluídos no processo de custódia viessem a público”, afirmou a equipe jurídica. “O arquivo juntado por Jolie, que incluía e-mails, resumos do testemunho esperado da família e outras evidências, fez com que Pitt temesse que a informação pudesse eventualmente se tornar pública”, disseram seus advogados. De acordo com eles, Pitt queria que Jolie “se vinculasse contratualmente a esse silêncio” sobre sua suposta “má conduta pessoal, relacionada a Miraval ou não”.
Com a repercussão do caso, Paul Murphy, que representa Angelina, se manifestou em comunicado à People: “O Sr. Pitt se recusou a comprar a participação da Sra. Jolie quando percebeu que ela não seria silenciada por seu NDA. Ao se recusar a comprar a participação dela, mas depois processá-la, Pitt colocou diretamente em questão por que esse NDA era tão importante para ele e o que ele esperava que isso enterrasse: o abuso que infringiu à Sra. Jolie e à sua família. Após oito meses de atrasos, esta moção pede ao Tribunal que force o Sr. Pitt a finalmente produzir essas provas”.
Uma fonte anônima reforçou que Jolie “não quer trazer à tona nenhum desses fatos, ela está fazendo isso apenas porque o processo de Pitt contra ela a está forçando a se defender”. O contato acrescentou: “Se isso for a julgamento, [Jolie] será forçada a usar essas evidências no julgamento, quer ela queira ou não”.
Um documento de junho de 2023 da equipe de Pitt mostra que Jolie sugeriu uma “cláusula de não depreciação ainda mais ampla” no contrato de não-divulgação. Os advogados de Pitt, por sua vez, apresentaram uma cláusula “mais restrita e destinada a proteger o negócio”, que é uma prática comum nos EUA.
O outro lado
Com a repercussão, os advogados de Pitt foram questionados sobre as alegações, mas se recusaram a comentá-las. Entretanto, uma fonte próxima ao ator negou tudo, afirmando que elas são “enganosas, imprecisas e irrelevantes”. “Este é um padrão de comportamento – sempre que há uma decisão que vai contra o outro lado, eles optam consistentemente por introduzir informações enganosas, imprecisas e/ou irrelevantes como uma distração”, disse o contato da People.
A testemunha deu a entender, ainda, que se os abusos tivessem acontecido, um juiz não teria concedido 50% da guarda dos filhos ao ator. “Houve um longo julgamento de custódia que envolveu toda a história de seu relacionamento e um juiz que ouviu todas as evidências ainda lhe concedeu a custódia 50/50”, destacou. Angelina, por sua vez, quer a custódia total das crianças, e Brad estaria considerando o caso.