O ator Jeremy Renner relembrou o momento em que ficou entre a vida e a morte, após ser atropelado por um limpa-neve, em janeiro de 2023. O acidente causou 38 fraturas, colapso de um pulmão e até o deslocamento do globo ocular.
Em entrevista ao programa “Lorraine”, nesta sexta-feira (13), o ator compartilhou o que sentiu durante os instantes em que seu coração parou. “Foi difícil de explicar, mas percebi que só existe uma coisa depois da morte: o amor”, disse o artista.
Segundo ele, a percepção sobre o episódio continua se transformando com o tempo: “O diabo não existe quando você morre. Isso me veio à cabeça ontem à noite. O diabo – o ódio – são a mesma coisa. O ódio se esgota, sufoca quando é confrontado com o amor. O amor é a única coisa que você leva com você. E é o lugar mais bonito que existe”.

Mesmo com a gravidade dos ferimentos, Renner revelou que, naquele momento, não queria voltar à vida. “Você consegue imaginar? Meu olho estava lá, em cima do gelo. Minhas pernas, completamente tortas”, disse, aos risos.
Renner prefere se referir ao ocorrido como um “incidente”, e não um “acidente”. Ele havia saído para ajudar um familiar a tirar o carro, que estava preso em cerca de um metro de neve, quando foi atropelado pela máquina de retirar gelo.
Na época, os médicos chegaram a afirmar que ele nunca mais voltaria a andar. Embora Renner tenha recuperado parte da mobilidade, ele reconhece que a reabilitação é um processo contínuo. A experiência também inspirou seu livro “Meu Próximo Suspiro”, título que faz referência ao momento em que ele percebeu que precisava forçar a respiração para não perder a consciência.

Renner contou que os socorristas chegaram cerca de dez minutos após o atropelamento. Mas, nesse intervalo, ele chegou a sofrer uma parada cardíaca: “Eu já tinha morrido e voltado. Quando chegaram, minha frequência cardíaca estava muito baixa e eu estava com hipotermia. Naquele ponto, o maior risco era morrer por causa do frio”.
O ator também compartilhou detalhes dos ferimentos que sofreu e a reação ao perceber que havia perdido um dos olhos. “É curioso conseguir enxergar o meu olho esquerdo com o direito. Ele saiu da minha cabeça”, contou.
O intérprete do Gavião Arqueiro, nos filmes da Marvel, também contou que uma técnica que aprendeu aos 12 anos com a mãe o ajudou a sobreviver: “Eu sabia que não estava respirando e que não iria respirar a menos que me obrigasse. Estava sufocando. Meu pulmão tinha estourado, minhas costelas estavam fraturadas… muita coisa acontecendo. Na hora, achei que era só uma câimbra, mas eu não conseguia puxar ar. Se você desmaia, os órgãos param, e você morre”.

Depois do trauma, Jeremy contou que sua relação com o público também mudou. No livro, ele relembra como vivia de forma mais reservada, evitando qualquer tipo de exposição: “Sempre existiu uma distância entre mim e o público. Eu era famoso pelo personagem, não pela pessoa. Mas agora, as pessoas me reconhecem pelo homem que sou. Não sou mais só um produto na prateleira com quem você merece tirar uma selfie”.
Hoje, segundo ele, os encontros com os fãs são mais calorosos. “As pessoas dizem coisas como ‘ainda bem que você está aqui com a gente’. São palavras cheias de carinho e incentivo. Bem diferente de antes, quando o que mais se ouvia era ‘vamos tirar uma foto'”, concluiu.
Assista ao episódio completo:
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