Será o fim do sonho? Nesta terça-feira (2), a autora Margareth Boury, responsável pela versão brasileira de “Rebelde“, falou sobre a possibilidade de um comeback da banda. A adaptação foi transmitida na Record TV entre 2011 e 2012 e protagonizada por Sophia Abrahão, Micael Borges, Arthur Aguiar, Lua Blanco, Mel Fronckowiak e Chay Suede. Ao Splash, do UOL, a autora afirmou que uma reunião do sexteto é “improvável”.
“Perto do impossível a gente reunir os seis para reviverem alguma coisa. Não consigo imaginar os homens e mulheres maduros de hoje, que aqueles jovens se tornaram, cantando ‘sou rebelde para sempre’. Posso estar enganada, não consigo ver”, disse.
Recentemente, Arthur Aguiar revelou para a revista Quem que os protagonistas discutiram a possibilidade. “O Arthur está falando por aí que vai ter show de Rebelde. Desculpa, mas não vai. Eles podem se reunir quanto Micael, Chay, Arthur, Sophia, Lua e Mel, mas é difícil. O que eles vão cantar?”, questionou. Segundo ela, além de todos os obstáculos, eles ainda precisariam obter o direito do uso da marca para o reencontro.
Margareth Boury também lembrou que o sucesso da novela a pegou de surpresa. “Fui a muitos shows deles. O primeiro deles foi em Porto Alegre. Lembro que falei com o Ivan (Zettel, diretor) no avião: ‘Nossa, que loucura começar em Porto Alegre, a Record não tem entrada na região’. Quando a gente saiu do aeroporto, tinha uma fila de gente para o show que seria de noite. Fiquei assustada com a quantidade de gente, meninas passando mal, gritos. Foi a hora que a ficha caiu”, contou.
Diferente da versão mexicana, exibida em 2003 pelo SBT, a Record TV exigiu mudanças na trama e o corte de “cenas pesadas”. “Não podia ter sexo, drogas, bebidas… Falei: ‘gente, como vou fazer Rebelde assim?’ Os fãs me cobravam na época: ‘Quando eles vão transar?’ Me sugeriram: ‘Mas eles podem sonhar?’ Eu disse que sim e coloquei todos para sonharem com sexo num capítulo”, admitiu.
Segundo Margareth, a dificuldade de adaptar a novela foi tanta que ela e o diretor Ivan Zettel foram até o México para conversar com Pedro Damián, idealizador da versão original da trama. “Esse puritanismo não tinha na mexicana. O personagem do João vendia papelote de cocaína no Elite Way no primeiro capítulo. A gente não podia. A mexicana era mais real. Famílias disfuncionais que criavam filhos rebeldes. O Diego foi difícil de adaptar porque ele bebia. Consegui liberar bebida desde que ele não aparecesse bebendo em cena e a consequência fosse imediata, como o pai descobrir logo ou bater o carro e ficar de castigo”, explicou.
A autora pediu pra sair do projeto quando a Record solicitou a presença de crianças na história. “Me sentia muito cansada porque já estava há 3 anos nesse projeto — antes seria outra adaptação, “Um gancho al corazón”. Teve influência de Carrossel ao colocar crianças, tiveram medo”, lembrou.
“Fui ao Hiran [Silveira, então diretor de dramaturgia do canal] chorando e disse que não ia conseguir criar a versão da Alice criança, a Roberta criança… Ele foi muito legal e me tirou da novela. Não queria nem fazer a supervisão da trama, até porque teve rejeição quando coloquei RPG com vampiros no início da segunda leva de capítulos. Tive que criar uma nova temporada do nada”, continuou.
Na época, a primeira temporada registrou bons índices de audiência para emissora e foi considerada um sucesso. A segunda, ao contrário, foi encurtada após baixos números no Ibope. Atualmente, Margareth foi contratada pelo SBT para roteirizar os realities da emissora.