Atriz escalada para interpretar Mulan, no live-action da Disney, apoia polícia de Hong Kong, e filme vira alvo de boicote

As notícias voam na internet e não foi diferente para Yifei Liu, também conhecida como Crystal Liu, interprete de Mulan no novo live-action da Disney. Esta semana, internautas ficaram descontentes com uma postagem feita pela atriz e decidiram assinar petições para que o filme seja ‘boicotado’.

Liu tem 65 milhões de followers na rede social chinesa de nome Weibo. Em seu perfil, ela “retuitou” uma foto compartilhada pela página de um partido comunista, chamada People’s Daily. A imagem trazia os escritos em chinês: “Eu apoio a polícia de Hong Kong; você pode me bater agora”.

Ainda no post, líamos uma frase, traduzida para o inglês, que dizia: “Que pena para Hong Kong”. Yifei também adicionou, em sequência, a hashtag #EuApoioAPolíciaDeHongKong, junto de um emoji de coração.

https://www.instagram.com/p/BznzYOOp9xF/

Na China, o Facebook, o Twitter e o Instagram são proibidos. Mesmo assim, não demorou para que o assunto tomasse conta das redes em outros países ao redor do mundo. Os internautas levaram aos trending topics, a hashtag #BoicotemMulan, em protesto às alegações da artista.

Uma publicação em específico, ganhou muito destaque, e dizia: “A atriz de Mulan, Liu Yifei, apoia a brutalidade e opressão da polícia de Hong Kong. Liu é naturalizada norte-americana. Deve ser legal. Enquanto isso, ela tira o sarro das pessoas lutando por democracia. Retuítem, por favor. Hong Kong não recebe ajuda o suficiente. #BoicotemMulan”. O post, compartilhado por milhares de pessoas, ainda continha um print que traduzia as palavras compartilhadas por Liu.

https://twitter.com/sdnorton/status/1161971657034125312?s=20

O policiamento tornou-se uma questão fundamental durante a crise política de Hong Kong, onde os policiais vem enfrentando diversas críticas internacionais, por suas violentas repressões contra manifestantes. Eles usavam gás lacrimogêneo, impactando os moradores e empresas locais, além de balas de borracha. Um brutal ataque organizado contra os protestantes também aconteceu no início desse mês e a polícia não se posicionou.

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Entenda o caso de Hong Kong:

Os protestos inicialmente eram focados em um projeto de lei que visava possibilitar a extradição de pessoas de Hong Kong para a China, onde o Partido Comunista controla os tribunais. Os moradores locais temiam que a lei fosse usada pelas autoridades para atacar inimigos políticos e que isso significasse o fim da política de “um país, dois sistemas”, quebrando os direitos civis desfrutados pelos residentes de Hong Kong desde a entrega da soberania do Reino Unido à China em 1997. Milhões de pessoas se juntaram às marchas de rua contra o projeto, paralisando a cidade. Desde então, os protestos acontecem quase que diariamente.

O projeto de extradição foi suspenso pela chefe-executiva do território, Carrie Lam, em meados de junho, mas os manifestantes querem que ele seja oficialmente retirado. Além de exigirem a renúncia de Lam, eles também pedem:

– A retirada completa da proposta de lei de extradição;
– A retirada do uso da palavra “tumulto” pelo governo em relação aos protestos;
– A liberação incondicional de manifestantes presos e acusações contra eles;
– Um inquérito sobre o comportamento policial;
– Implementação do sufrágio universal genuíno.