Equipe de Rita Ora ofereceu R$ 37 mil a restaurante para quebrar regras da quarentena, diz jornal britânico

A comemoração do aniversário de 30 anos da cantora Rita Ora continua rendendo, mesmo meses após a festa polêmica que aconteceu em novembro de 2020, em plena pandemia. Após causar diversas reações nos fãs, que ficaram desapontados com a atitude da ídola ao quebrar as regras da quarentena, a polícia encontrou novas evidências contra a artista, comprovando que a festança foi muito mais do que uma “pequena falha de comportamento”, como a cantora afirmou na época.

Os novos detalhes sobre o caso vieram à tona durante a revisão de licença de funcionamento do restaurante Casa Cruz, em Notting Hill, onde a celebração aconteceu em novembro.

De acordo com informações divulgadas pelo Daily Mail, a polícia londrina descobriu que o circuito de filmagem de segurança do estabelecimento, que fica na região centro-oeste de Londres, foi desligado na noite do evento. Todas as informações foram concedidas pelo ex-chef do Casa Cruz, Scottie Bhattarai. Em um depoimento prestado à polícia no dia 1 de dezembro do ano passado, o profissional disse ter sido contatado por representantes de Ora no sábado, 28 de novembro, às 17h30, em “relação à realização de um evento dentro das instalações para ‘comes e bebes’”.

A equipe ainda teria, supostamente, oferecido £ 5.000 (cerca de R$ 37 mil) para usar o local. Tudo isso teria acontecido durante o segundo lockdown no Reino Unido, medida que proibiu milhares de britânicos de saírem às ruas ou confraternizarem com familiares e amigos.

Ainda segundo o jornal, um documento que contém as declarações de Battharai afirma que os funcionários do restaurante foram instruídos pela equipe de Rita. “A segurança da comitiva não queria que fossem feitas gravações dos participantes [da festa], Rita Ora, etc., portanto o restaurante decidiu desligar o CCTV (câmeras de segurança) nas instalações entre 18:00 e 18:30”, diz o texto. Em seu depoimento, o chef também afirmou que “o CCTV estava com defeito antes [do evento] e programado para reparo”.

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De acordo com a investigação, o disco rígido das câmeras foi reformatado em 30 de novembro às 15h15, dois dias depois da comemoração, e todas as filmagens do evento e também de um mês antes da festa haviam desaparecido. À polícia, Scottie afirmou que tinha sido dispensado do trabalho e que a maioria dos funcionários estava de licença, mas que “compareceu ao restaurante para facilitar o evento” mesmo assim – em seu depoimento, o chef afirmou ter feito isso pois era ganancioso. Oi?

Bhattarai acrescentou que o grupo compareceu ao local às 19h com o número planejado de 7 a 8 convidados, no entanto, por volta das 21h, havia cerca de 17 pessoas no estabelecimento. Segundo ele, os participantes da festa trouxeram suas próprias bebidas alcoólicas para o restaurante, incluindo garrafas da marca de tequila “Próspero”, criada por Rita Ora.

Rita Ora no lançamento de sua marca de tequila, Próspero. (Foto: Getty)

Entre os convidados da comemoração clandestina estavam a modelo Cara Delevingne, a irmã de Rita, Poppy, e o influencer britânico Vas Morgan. Pouco antes da meia-noite, no dia 28, a polícia foi chamada para encerrar o evento e, horas depois, diversos veículos divulgaram flagras da cantora e seus convidados deixando o local.

O documento acrescenta: “O Sr. Bhattarai estava ciente da violação das leis COVID, assumindo total responsabilidade por facilitar este evento sem o conhecimento do licenciado.” O ex-chef do restaurante recusou-se a divulgar outros detalhes sobre quem organizou o festa e disse que nenhum pagamento foi feito na época.

Também na papelada, a polícia relata que chegou ao local às 23h32, após receber denúncias de violação dos regulamentos da Covid-19. O policial James Larner afirmou que as janelas do restaurante estavam escurecidas, mas que ele e um colega espiaram pelas frestas para ver as pessoas nas mesas com os copos vazios. As portas estavam trancadas, então eles bateram nas janelas, mas não obtiveram resposta de quem estava dentro do estabelecimento.

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Rita Ora acabou se desculpando por “quebrar as regras” em um post do Instagram. A artista também se ofereceu para pagar uma multa de 10 mil libras (aproximadamente R$ 74 mil). Na publicação, Rita escreveu: “Olá a todos, participei de uma pequena reunião com alguns amigos para comemorar meu 30º aniversário. Foi uma decisão repentina tomada com a visão equivocada de que estávamos saindo do bloqueio e que isso seria OK … Lamento profundamente por quebrar as regras e, por sua vez, entendo que isso coloca as pessoas em risco”, escreveu.

Rita Ora se desculpa por quebrar as regras da quarentena. (Foto: Reprodução / Instagram)

“Este foi um erro de julgamento sério e imperdoável. Dadas as restrições, percebo o quão irresponsáveis essas ações foram e assumo total responsabilidade. Sinto-me particularmente envergonhada por saber em primeira mão como as pessoas trabalharam arduamente para combater esta doença terrível e por estar plenamente ciente dos sacrifícios que as pessoas e as empresas fizeram para nos ajudar a manter a segurança de todos nós. Mesmo que isso não corrija, eu quero me desculpar sinceramente”, continuou.

A festa de aniversário não foi a única polêmica da pandemia na qual Rita se envolveu – pouco tempo depois, a artista violou as regras novamente ao voar até o Cairo e não se isolar em seu retorno para o Reino Unido. Para se desculpar sobre a nova gafe, a cantora utilizou seus stories no Instagram. “Recentemente, voei para o Egito para me apresentar em um evento corporativo para uma empresa privada, onde meu grupo de viagem seguiu o protocolo e apresentou testes de Covid negativos na entrada, conforme exigido pelas autoridades egípcias. Ao retornar à Grã-Bretanha, deveria ter seguido o conselho do governo e me isolado pelo período necessário. Como você sabe, não segui os conselhos do governo e … Peço desculpas novamente, sem reservas”, escreveu.

“Embora eu perceba que as palavras de desculpas de uma estrela pop podem não ter muito peso, especialmente alguém que quebrou as regras como eu, eu percebo que alguns podem tentar seguir meu exemplo. Minha mensagem para eles é simples: por favor, não faça isso. A culpa e a vergonha que carreguei esta semana pelo meu erro não valem a pena. Em vez disso, continue a ouvir os conselhos do Governo e as vozes dos heróis do NHS e tome as precauções necessárias”, continuou ela.

No fim do texto, Rita acrescentou: “Espero um dia compensar o público que me deu tanto apoio ao longo dos anos e, em particular, compensar os heróis do NHS (Serviço Nacional de Sáude do Reino Unido) … Enquanto isso, vou doar meu cachê do Egito para instituições de caridade. Seja melhor do que eu tenho sido e aprenda com meus erros para que você não tenha que aprender da maneira mais difícil”, finalizou.

Será que agora ela aprendeu a lição?