O Instituto Médico Legal (IML) revelou detalhes da morte de Djidja Cardoso. Nesta segunda-feira (3), o órgão divulgou um laudo preliminar apontando a causa da morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido. Ela foi encontrada morta dentro da própria casa, em Manaus, no último dia 28.
Segundo informações divulgadas pelo g1, no documento consta que ela faleceu por conta de um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração. A suspeita é de que o uso excessivo de cetamina tenha culminado na complicação, já que a família da jovem tinha a droga aliada aos rituais da seita religiosa que lideravam.
O laudo aponta “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares, congestão e edema cerebral de causa indeterminada”, que é uma condição caracterizada pelo inchaço no cérebro. No entanto, o IML não explicou o que poderia ter desencadeado o problema.
O resultado final da necrópsia e o exame toxicológico deverão ser divulgados até o fim deste mês. A Polícia Civil acredita que a morte de Djidja ainda está relacionada a uma possível overdose de cetamina. A substância anestésica causa efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e tem potencial sedativo quando usada como droga recreativa.
Operação
Cleusimar Cardoso e o filho, Ademar Cardoso, foram presos na última quinta-feira (30), dois dias após o falecimento de Djidja, em Manaus, no Amazonas. A ação foi em cumprimento a mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça do estado. Três funcionários do salão que a família administrava também tiveram a detenção decretada.
Após a morte da ex-sinhazinha, a Polícia Civil deflagrou a Operação Mandrágora, que investiga a seita “Pai, Mãe, Vida”, supostamente liderada pela família dela. De acordo com as investigações, eles forçavam os participantes a usarem a cetamina em rituais. A droga é usada como anestésico em procedimentos cirúrgicos, mas também causa efeitos alucinógenos. Ela é utilizada, principalmente, para a realização de cirurgias em animais de grande porte.
Conforme a Polícia Civil, as investigações sobre a existência da seita e a prática de crimes começaram há 40 dias, antes da morte de Djidja. Nesse tempo, foi descoberto que o grupo obtinha a droga cetamina em uma clínica veterinária, sem qualquer tipo de receita ou controle, e distribuía entre os funcionários da rede de salões de beleza. “Fizemos busca e apreensão hoje no local. Não existia qualquer controle ou receituários para a venda desse material”, afirmou o delegado Cícero Túlio, em entrevista à imprensa.
Cleusimar Cardoso acreditava que a filha ressuscitaria em quatro dias. Neste sábado (1º), o jornal Extra divulgou um áudio atribuído à mãe da empresária que mostra uma suposta conversa entre Cleusimar e sua irmã, Cleomar Cardoso. No trecho, ela ainda dá detalhes sobre os últimos momentos da ex-Sinhazinha do Boi Garantido. Clique aqui para ouvir.