A cantora Cassie Ventura prestou depoimento nesta terça-feira (13), no segundo dia do julgamento de seu ex-namorado, Sean “Diddy” Combs, por tráfico sexual. A artista fez várias revelações bombásticas sobre como aconteciam os “freak offs” — festas promovidas pelo magnata do rap com a presença de famosos, marcadas por sexo, drogas e álcool. Além disso, ela ainda contou qual foi a reação assustadora do músico quando ela tentou deixar um desses eventos.
Segundo Cassie, era ela quem recrutava as “acompanhantes” que participavam das festas. Ela usava sites como Craigslist, o Backpage e o Cowboys 4 Angels para encontrar profissionais do sexo que topassem ir ao evento. No entanto, Diddy era quem sempre dava a aprovação final. “Mostrava as fotos ao Sean para ver se ele estava interessado. Se ele não estivesse, eu dizia ‘não’ e pedia para outra pessoa (…) O Sean tinha que aprovar”, disse ela.
Ela também afirmou que as mulheres recebiam entre US$ 1,5 mil e US$ 6 mil – aproximadamente entre R$ 8,4 mil e R$ 33,6 mil. Além disso, a cantora declarou que usava “maconha, cetamina, cogumelos, qualquer que fosse a droga escolhida naquela época” para superar as crises de pânico.
“Eu não conseguiria me imaginar fazendo nada disso sem ter algum tipo de proteção. Eu realmente vomitava (…) “Quando eu ficava doente durante um ‘freak-off’, ele [Diddy] me encorajava a levantar e continuar”, relatou ela ao júri.
Detido desde 2024, Diddy enfrenta diversas acusações, entre elas prostituição, conspiração para extorsão, tráfico sexual mediante força, fraude ou coerção, além de transporte com fins de exploração sexual, entre outros crimes. Cassie é peça chave na investigação, pois manteve um relacionamento de idas e vindas com o músico por 11 anos.
No depoimento, Cassie também descreveu a vez que seu então namorado pediu que ela entrasse em uma piscina cheia de óleo de bebê, dentro de um quarto de hotel. Apesar de estar completamente vestida e dizer que não queria fazer isso, ela temia o que aconteceria caso recusasse.

“Algo que Sean queria que acontecesse, era isso que iria acontecer”, afirmou ela. Na acusação contra Diddy, os promotores alegaram que as autoridades federais encontraram mil frascos de óleo de bebê após as buscas nas casas deles. A defesa, todavia, contesta esse número. “Vocês devem saber do amor dele por óleo de bebê. Isso é crime federal? Não”, disse Teny Geragos, que faz parte da equipe jurídica do músico.
Ainda de acordo com Cassie, ela também foi forçada a participar dos “freak-offs” enquanto estava no período menstrual: “Era esperado que eu participasse dos freak-offs enquanto estava menstruada. O Sean esperava isso. Eu acho que ninguém quer passar por uma situação dessas”. Ela acrescentou que o magnata ou um dos homens contratados para ter relações sexuais com ela durante os eventos urinavam nela.
Questionada sobre se poderia recusar esse ato, a cantora respondeu: “Não. Mas não houve conversa. Foi excitante para (Combs), então aconteceu”. Ela ainda acrescentou que “engasgou” uma vez porque havia muita urina na boca dela vinda de Diddy e do acompanhante ao mesmo tempo. “Não quero que ninguém urine em mim (…) O Sean urinava na minha boca — não com muita frequência, mas com frequência suficiente”, declarou.
Tentativa de fuga
Cassie relatou, ainda, que tentou fugir de uma das festas e a reação de Diddy foi registrada pelas câmeras de segurança. Posteriormente, o vídeo foi vazado. Na gravação, ela aparece sendo espancada pelo músico. “Eu escolhi ir embora. Saí e Sean me seguiu até o corredor, me agarrou, me jogou no chão, me chutou e me arrastou de volta para o quarto e pegou minhas coisas”, descreveu ela.
Depois que o vídeo foi mostrado ao júri, a artista foi questionada sobre quantas outras vezes ela havia sido agredida por Diddy daquele jeito. “Muitas para contar”, afirmou. Cassie contou que o ex-namorado controlava muita coisa em sua vida na época, incluindo a sua carreira e vida sexual. Saiba mais detalhes do depoimento, clicando aqui.
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