Cid Moreira morreu, nesta quinta-feira (3), aos 97 anos. O ícone da televisão brasileira estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. À Globo, o médico responsável pelo jornalista informou que a causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos.
O falecimento de Cid foi confirmado por Fátima Sampaio, esposa do apresentador, à Patrícia Poeta, ao vivo no “Encontro”. Fátima contou que o jornalista vinha tratando de uma pneumonia e estava internado há um mês. Desde 2022, Moreira recorria a sessões de diálise devido ao mau funcionamento renal.
“Não contei para ninguém para manter a privacidade dele, esperando que ele fosse voltar para casa. Fiz meu melhor como ser humano. Temos quase 25 anos juntos, não é brincadeira, é uma história e tanto. Sei da idade dele, mas sempre falava que queria mais um pouquinho. Ele sempre falava que estava cansado, que os últimos anos tinham sido difíceis […] Ele estava lúcido até o fim“, declarou.
Por conta disso, o casal chegou a morar próximo ao hospital. Contudo, o tratamento passou a ser realizado em casa com a ajuda de Fátima e da equipe médica. Segundo a esposa, o desejo de Cid era de ser enterrado junto à primeira esposa, à filha e ao neto, em sua cidade natal, Taubaté.
Dono de uma das vozes mais marcantes da TV, Cid fez história ao apresentar o “Jornal Nacional” durante 26 anos. Ele ancorou o jornalístico cerca de 8 mil vezes. A sua estreia aconteceu em 1969, ao lado de Hilton Gomes, com quem dividiu a bancada por dois anos.
Contudo, a parceria mais lembrada foi com Sérgio Chapelin. Juntos, eles trabalharam por mais de uma década. Nascido na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, o jornalista iniciou a carreira no rádio, em 1944. Naquela época, ele foi incentivado por um amigo a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté.
Cid narrou comerciais até 1949, quando se mudou para São Paulo e passou a trabalhar na Rádio Bandeirantes. Em 1951, o locutor partiu para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Entre 1951 e 1956, ele teve as primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas, como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio.
A estreia de Moreira como locutor em noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, marcando o início de sua carreira no jornalismo de TV. A partir daquele ano, ele consolidou a sua presença na televisão, passando ainda por outras emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental.
Em 1969, o jornalista retornou para a Globo e foi escalado para lançar o “Jornal Nacional”, primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. Na emissora, Cid também participou do “Fantástico” e deixou a sua voz ainda mais famosa com o quadro de Val Valentino, conhecido como Mr. M, em 1999.
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