Semanas atrás, Pedro Scooby e Cintia Dicker tiveram a alegria de voltar para casa com sua filhinha, Aurora. Assim que nasceu, pouco depois do Natal, a bebê precisou passar por várias cirurgias. Em um extenso relato à Vogue, divulgado nesta segunda-feira (23), a nova mamãe deu detalhes da condição médica que a recém-nascida enfrentou, e falou sobre os dias de tensão que a pequena passou na UTI.
Aurora teve gastrosquise, uma condição em que há como um “defeito na formação da parede abdominal, na qual o bebê nasce com o intestino completamente para fora da cavidade abdominal”, segundo o cirurgião que cuidou dela, dr. Gilmar Stulzer. Cintia contou que a descoberta veio logo nos primeiros meses de gestação. “Com doze semanas, descobrimos a gastrosquise no exame morfológico, feito quando ainda estava no Brasil. A partir daí, em uma sequência de testes para checar alterações cromossômicas, descobrimos que era uma menina. O meu feeling nunca me enganou, já sabia desde o início”, disse a modelo.
Pouco depois, Cintia e Scooby foram informados que a filha teria de passar por cirurgias assim que nascesse. “Quando soubemos da existência da gastrosquise, descobrimos também que, para a segurança do bebê, a Aurora deveria nascer entre 37 e 38 semanas e através de uma cesárea. Logo após o nascimento, nossa filha precisaria ser operada, então era necessário que toda a equipe médica estivesse disponível. O período ideal seria na semana do Natal, dias em que muitos estão viajando, mas coincidentemente a equipe dos sonhos havia encontrado uma data”, relatou ela.
Dicker admitiu que ficou temerosa por toda a situação. “Não conhecíamos essa condição e tive muito medo por não saber como seria a cirurgia e também a recuperação dela. Fiquei procurando respostas na internet — algo que não aconselho porque só me assustava mais”, pontuou. “Como toda cirurgia, a dela também tinha riscos. Em muitos casos, não é possível colocar o intestino no lugar de uma só vez, sendo necessário mais de uma cirurgia. Mas os médicos referência em gastrosquise estão no Brasil e me deram muita segurança. Esse foi o motivo de deixarmos a Europa: saber que ela estaria nas melhores mãos e teria os melhores cuidados, e isso já é mais do que o bastante”, acrescentou.
Cintia também agradeceu pelo apoio de Scooby durante todo esse período pré e pós-parto. “Além deles [os profissionais], meu marido, Pedro, foi minha fortaleza. Em todos momentos de desespero, era ele que me acalmava e me confortava de alguma forma. Eram muitas as dúvidas e inseguranças que martelavam minha cabeça: Como seria o parto? Eu veria o intestino dela para fora? Como seria a UTI? A cirurgia daria certo? Eu sabia que precisava ser forte por ela e ele me lembrava disso. E eu fui ou pelo menos tentei ser”, mencionou.
A modelo ainda esclareceu outra questão que deu o que falar: a decisão de ir dirigindo por conta própria até a maternidade no dia do parto. Cintia citou seus aprendizados na terapia holística, e mencionou que buscava focar em outras coisas quando se sentia preocupada – como naquela ocasião. “Quando esse turbilhão de perguntas invadia minha cabeça eu tentava focar em outra questão, para não depositar nenhum nervosismo na Aurora. Esse foi o motivo da minha decisão de dirigir até o hospital e assim ocupar a cabeça”, deixou claro.
Após a emoção de dar à luz, Cintia teve de encarar os receios frente a frente ao ver sua filha ser levada para a cirurgia. “Ela nasceu às 21 horas. Eu pude tê-la nos braços. Aurora chegou ao mundo linda e enorme. Pude dar um beijo antes de encaminhá-la para a cirurgia. Naquele momento, o coração deu um nó e assim ficou durante os trinta minutos que seguiram. O procedimento terminou antes mesmo de finalizarem a minha cesárea. Todos na sala vibravam porque foi um caso de muito sucesso”, recordou.
Felizmente, Aurora passou por uma boa evolução e seguiu se recuperando cada vez mais. “Na UTI ela se saiu muito bem. Passou os cinco primeiros dias apenas se alimentando de soro e isso cortava meu coração ao pensar que ela estava com fome. Aurora evoluiu, dia após dia, até que precisou de uma anestesia geral para conseguir passar a sonda intravenosa. Mais uma vez, um nó no coração, mas ela aguentou forte e dali para frente a vida foi normalizando”, lembrou Dicker.
Agora, com a filha em casa, Cintia só tem a celebrar. “Felizmente ultrapassamos todas as dificuldades e estar em casa com ela é o melhor dos sentimentos”, comemorou a modelo. Após toda essa experiência, a nova mamãe refletiu: “Passei por muitos aprendizados que não caberiam em um texto, mas alguns pontos faço questão de mencionar: viver tem um novo sentido, esse é o maior amor do mundo e eu faço qualquer coisa para minha filha estar bem. Aprendi a valorizar de uma outra forma a minha mãe e todas as mães da UTI pela força inesgotável”.
Leia o relato na íntegra.