Bem no início de sua carreira, na década de 1980, Claudia Raia viveu um romance com Jô Soares. Em uma entrevista inédita para o canal “Téte a Theo”, divulgada nesta terça-feira (15), a atriz recordou o início do affair e abriu o coração sobre a relação. A estrela ainda falou sobre sua sexualidade e as dificuldades que encarou antes de seu primeiro ensaio nu.
Namoro com Jô
Segundo Claudia, ela e o apresentador ficaram mais próximos após uma situação nos bastidores do programa “Viva o Gordo”. “Eu já tava no programa dele há uns quatro, cinco meses, ele sempre muito gentil comigo e tudo. Até que um dia ele viu uma pinta na minha perna – essa história é um absurdo –, e falou assim: ‘Essa pinta é o quê?’. Eu falei: ‘É uma pinta, eu adoro a minha pinta e tal’. Ele falou: ‘Tem que tirar isso'”, contou ela.
O humorista identificou que poderia ter algo de errado naquilo e resolveu ajudá-la. “Ele tinha tido um melanoma cancerígeno, olhou e detectou. Falou que ia me levar num médico, me levou no dr. Dráuzio Varella da época, que tirou a minha pinta. Imediatamente era um melanoma cancerígeno”, lembrou Raia, contando como a ajuda foi fundamental. “Ele me salvou, na verdade. Dali a gente começou uma relação de amizade”, pontuou.
Mas, pouco a pouco, a amizade com Jô evoluiu para algo a mais. “Eu não vislumbrava me apaixonar por ele, até porque eu era namorada de Raul Gazolla… e de repente eu me apaixonei pelo Jô, que era um homem espetacular. Nem eu dava conta daquilo, eu era muito jovem. Apaixonada por um homem esteticamente fora dos padrões que eu estava acostumada. Tipo 30 anos mais velho do que eu. Eu era mais nova que o filho dele. Então, era bizarro”, recordou Claudia, que tinha só 17 anos na época.
A artista também assumiu o quanto ficou mal com o término, já que era apaixonada pelo apresentador. “Eu não queria nada dele, entendeu? Eu não tava nem sabendo porque eu tava ali, eu tava era apaixonada por ele e eu me ferrei um pouco. Me ferrei não, porque foi incrível. Mas ele que terminou comigo a relação. Eu fiquei bem mal”, admitiu Raia.
Dificuldades no primeiro ensaio nu
Alguns meses antes disso, Claudia passou por um grande perrengue quando faria seu primeiro ensaio para a Playboy. As fotos seriam feitas nas dunas de Genipabu, em Natal (RN). Seriam, caso a jovem artista não tivesse “travado” na ocasião. “Eu fui e não consegui fotografar”, recordou ela. “Quando chegamos nas dunas, falaram: ‘Então, Cláudia, vai tirando o roupão’. Menino, me deu um desespero… Eu comecei a chorar. Falei que não quero”, continuou.
Pensamentos difíceis tomaram a cabeça de Raia. “Ali bateu um desespero. Eu vou tá pelada pra todo mundo, vou estar na revista pelada. Dentro dessa mulher liberta que eu sou, tem uma Maria Cláudia que nasceu em Campinas, interior de São Paulo, que veio de uma família tradicional. Tem esse lado”, afirmou. “Eu falei: ‘Eu quero voltar pro hotel, não quero ficar aqui’. Chorava, chorava… Eu, no dia seguinte, continuava chorando, não queria. No terceiro dia, eles resolveram voltar pra São Paulo. A equipe inteira estava e eu não fotografei”, completou.
Foi só com uma sugestão de Walter Clark, que atuava como seu tutor no meio artístico, que o ensaio saiu do papel. “Eles chegaram à conclusão, foi Walter Clark quem deu essa dica: ‘Eu acho que vocês devem levar ela pro habitat dela, pra um estúdio de dança. Aí ela começa a dançar, com collant, e de repente vocês vão conseguir o que vocês querem’. E assim foi”, lembrou.
Sexualidade aflorada
Ao longo da conversa, Claudia também abordou sua sexualidade e até brincou: “Eu sou bem eclética. Eu não tenho tipo, eu tenho pressa”. Para ela, sua sexualidade “aflorada” se deve à postura progressista de sua mãe, Odette Motta Raia. “Uma mãe absolutamente feminista. Minha mãe era da alta sociedade de Campinas, meu avô era barão de café, e minha mãe fazia aula de balé escondido no porão da mansão que eles moravam. Era uma família de mulheres feministas”, contou.
No ensaio para a revista, por exemplo, Odette mostrou todo apoio à filha – apesar das consequências disso. “Minha mãe era totalmente avant-garde. Quando eu fiz essa Playboy, ela já tinha academia de dança em Campinas, e ela perdeu todos os alunos”, disse Claudia. “Ela falou: ‘Vai, faça! É importante pra sua carreira’. E foi”, refletiu a atriz.
Assista à entrevista na íntegra abaixo:
