Uma cuidadora que foi à Justiça, no início do ano, contra o espólio de Mario Jorge Lobo Zagallo pediu em audiência, R$ 190 mil da família do ex-treinador, que morreu em janeiro deste ano. Segundo o colunista Diego Garcia, do UOL, esse é o valor que a enfermeira aceitaria receber em um eventual acordo, por processo trabalhista movido no Rio de Janeiro.
Na audiência, realizada na 42ª Vara do Trabalho do RJ, a família de Zagallo ofereceu apenas R$ 18 mil. No entanto, a quantia foi rejeitada. De acordo com o veículo, que teve acesso à ação judicial, a enfermeira apontou que não tinha condições adequadas para descanso enquanto cuidava do ex-jogador.
Segundo a mulher, ela era obrigada a dormir no mesmo quarto que Zagallo, em um colchão que ficava no chão. A cuidadora disse que era constantemente acordada para ajudar o ex-treinador a ir ao banheiro, já que ele não conseguir realizar sozinho.
A enfermeira afirmou que ficava à disposição 24 horas por dia, mesmo enquanto deveria estar no horário de descanso. Ainda de acordo com a mulher, a dependência do ex-jogador era tanta que ela não podia se ausentar nem para fazer as próprias refeições.
A cuidadora também acusou o filho de Zagallo, Mário César, de “utilizar um tom ríspido e ofensivo“, no que classificou como “um ambiente de trabalho hostil e humilhante“, com uma “conduta abusiva” que configurava assédio moral.
De acordo com o veículo, a enfermeira pedia no processo R$ 328.115,27 da herança deixada por Zagallo e do filho caçula, Mário César, que coordenava diretamente suas funções enquanto ela trabalhava com o ex-jogador.
No processo, ela ainda afirmou que estava no hospital, cuidando do ex-treinador, até o dia de sua morte. A mulher ingressou com a ação em abril, cobrando FGTS, multa, 13º, férias proporcionais e vencidas, diferenças salariais, verbas rescisórias, horas extras e indenização por assédio moral.
Segundo a cuidadora, a funcionária de limpeza deixou de ir ao apartamento durante a pandemia. Ela, então, passou a realizar os serviços, incluindo limpar o banheiro, passar roupas e preparar as refeições de Zagallo. Por enquanto, o filho mais novo do ex-jogador não se pronunciou sobre o assunto.
Em fevereiro, o Tribunal de Justiça do Rio designou oficialmente Mário César de Castro Zagallo como inventariante dos bens de seu pai. Segundo documentos obtidos pelo Notícias da TV, o caçula ficou responsável por administrar todo o espólio e passou a ter o compromisso de cumprir os desígnios deixados pelo pai em testamento, além da listagem dos títulos dos bens.
Mário César foi definido pelo ex-jogador, em testamento, como “o único dos herdeiros que não o decepcionou”. O ex-treinador apontou ainda uma “profunda decepção” com os outros filhos, Paulo Jorge de Castro Zagallo, Maria Emília de Castro Zagallo e Maria Cristina Zagallo Ballester.
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