O segundo dia do julgamento de Daniel Alves aconteceu hoje (6), em Barcelona, e Joana Sanz foi ouvida pela Justiça espanhola. A esposa do jogador brasileiro, acusado de estupro e violência sexual, foi uma de três testemunhas que deram a mesma versão ao Tribunal da Catalunha, reforçando o argumento da defesa de que Daniel estava “embriagado demais” para se lembrar do que aconteceu.
Segundo informações do UOL, o depoimento da modelo durou menos de 10 minutos e não foi transmitido à imprensa devido à queda de sinal no tribunal. De acordo com o GE, 22 testemunhas estavam previstas para serem ouvidas ao longo da audiência de hoje, mas 2 foram dispensadas.
Durante seu relato, a modelo afirmou que o marido chegou em casa visivelmente alterado na noite de 30 de dezembro de 2022. À Justiça, Sanz afirmou que Daniel estava “caindo de bêbado”. “Ele foi comer com seus amigos no restaurante. Passou o dia aí e voltou era quase 4 da manhã. Voltou muito bêbado, fedendo a álcool. Bateu no armário e caiu na cama”, explicou ela.
A fala reforça o que foi dito pelo jogador em sua quinta versão contada às autoridades espanholas. O relato se alinha, também, ao que afirmado por Robert Massanet, gerente da boate Sutton onde tudo aconteceu, e também Bruno Brasil, amigo do ex-atleta e que o acompanhava no dia do incidente.
No segundo dia de julgamento, foi revelado que o grupo de amigos de Daniel se reuniu no início da tarde de 30 de dezembro no restaurante Taberna del Clínic, na cidade catalã. Já na madrugada, eles se dirigiram para o bar Nuba e só depois para a boate Sutton. De acordo com Bruno, o lateral-direito “foi o que mais bebeu” ao longo do dia.
Ulisses, também amigo do futebolista, contou algo similar ao ser questionado pela defesa. “Ficamos desde 14h30 até 1 da manhã, então bebemos muito. Eu diria que pedimos umas cinco garrafas de vinho, uma de uísque. Thiago [Slovinski, que também acompanhava Daniel] não bebe, Bruno bebe pouco, então eu e Daniel bebemos muito. Pedimos quatro drinks de gin tônica. Ele tinha bebido bastante”, revelou.
De acordo com a mídia espanhola, a estratégia dos advogados de Alves é alegar embriaguez para tentar um atenuante de pena, caso o lateral seja condenado.
Relembre o caso
Daniel Alves foi detido no dia 20 de janeiro de 2023, na Espanha, após ser acusado de abuso sexual. Segundo a denúncia, que está na Justiça da Catalunha, uma mulher de 23 anos declarou que foi estuprada pelo jogador durante uma festa em Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022. Clique aqui para saber os detalhes.
Em agosto, a Justiça da Espanha o acusou formalmente pelo crime de agressão sexual. Perante a juíza, ele afirmou que não concordava com seu indiciamento. Daniel, entretanto, comunicou a decisão de não recorrer porque quer “agilizar” o processo para o julgamento acontecer o mais rápido possível.
Desde que foi detido, ele já mudou sua versão dos fatos pelo menos cinco vezes. Na primeira vez em que falou sobre o caso, ele afirmou que não conhecida a denunciante; já em abril do ano passado, ele disse à juíza responsável pelo processo que teve relações sexuais consensuais com a jovem, mas sem penetração. Alves afirmou que negou em um primeiro momento pois queria esconder a infidelidade da esposa, a modelo Joanna Sanz.
Na versão mais recente, Alves admitiu que houve penetração, mas continua reforçando que a relação com a moça foi consensual. A suposta vítima, no entanto, nega qualquer consentimento ao jogador. O julgamento começou nesta segunda, 5 de fevereiro, e o brasileiro segue preso, sem direito a fiança.
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