Daniel Craig revela maior desafio para interpretar James Bond: “Muitas vezes era até ridículo”

Em entrevista recente ao The New Yorker, o ator destacou que uma de suas principais preocupações era ir além das concepções tradicionais de masculinidade associadas ao famoso espião.

“Eu diria que uma das minhas maiores preocupações ao interpretar [Bond] seria a construção da masculinidade. Muitas vezes era muito risível, mas você não pode zombar disso e esperar que funcione. Você precisa comprar a ideia”, declarou Craig, que estrelou como Bond em “Casino Royale” (2006), “Quantum of Solace” (2008), “Skyfall” (2012), “Spectre” (2015) e “No Time to Die” (2021).

A reflexão surgiu enquanto promovia o filme “Queer”, dirigido por Luca Guadagnino, no qual Craig dá vida ao escritor William S. Burroughs. O ator comparou as masculinidades de Burroughs e Bond, destacando que foi a vulnerabilidade do novo personagem que o atraiu para o projeto.

“Quero dizer, a vulnerabilidade dos seres humanos sempre me interessa. Todos nós somos vulneráveis. Não importa quem você seja. Não importa o quão durão você seja, todo mundo é vulnerável. Mas é assim que os meninos são criados, como os homens são ensinados a se comportar, como alguém como Burroughs era esperado que se comportasse”, comentou.

Craig também afirmou que não escolheu interpretar um personagem tão distinto de Bond como uma forma deliberada de explorar o “outro lado do espectro” da masculinidade.

“Olha, [Bond] foi quase 20 anos da minha vida. Quando eu assumi o papel, eu era uma pessoa. Agora sou uma pessoa completamente diferente. Não estou fazendo este filme como resposta a isso. Não sou tão limitado. Mas eu não poderia ter feito este filme enquanto fazia Bond. Teria parecido algo como: ‘Por quê? O que você está tentando provar?'”, concluiu.

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