Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo dá entrevista forte e emocionante ao Fantástico: ‘Essa luta vai ser minha’; assista

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Em um dos momentos mais difíceis de sua vida, dona Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, consolou todo o Brasil que segue em luto com a morte do humorista, na semana passada (4), por complicações da Covid-19. Em entrevista ao “Fantástico”, exibida nesse domingo (9) de dia das mães, a musa inspiradora de Dona Hermínia se mostrou forte, mas tão forte que conseguiu tirar sorrisos do telespectador, mesmo em meio a tanta tristeza.

Déa começou falando sobre os dias que antecederam a partida do filho, aos 42 anos. “Eu fiquei durante 53 dias rezando, pedindo a Deus que me desse força. A morte é uma coisa certa na vida da gente, a gente só espera que uma mãe vá na frente. É muito duro”, lamentou, com os olhos marejados. “Não estou bem, mas eu sou capaz de rir. Quando falo dele, eu conto as coisas, eu rio, porque ele detestava quando eu chorava. Então, eu tenho que ter força”, declarou.

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A carioca também aproveitou o momento para agradecer o carinho que Paulo recebeu enquanto esteve internado. “Eu quero agradecer o povo brasileiro, todo esse apoio que eles me deram de oração. Eu não sabia do tamanho que meu filho representava, ele passou que nem um cometa pela vida”, emocionou-se.

Déa ainda comentou sobre a idealização da protagonista de “Minha Mãe É Uma Peça”, que virou fenômeno em todo o país. “Ele falou assim: ‘Eu vou escrever uma peça, eu vou ficar rico, vou falar tudo de você, essas maluquices. Assim nasceu ‘Minha Mãe É Uma Peça’. Mas eu não sabia como seria essa mãe. Quando eu olhei aquilo, eu botei a mão na cabeça e falei: ‘Você é louco?! Isso não vai dar certo, Paulo Gustavo’. Mas era eu, minha mãe, minha avó… as mulheres da família”, lembrou ela.

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Sucesso fenomenal, o longa “Minha Mãe é uma Peça 3” bateu o recorde de maior bilheteria da história do cinema nacional. (Foto: TV Globo/Victor Pollak)

Casado com Thales Bretas, pai de Romeu e Gael, o gigante humorista também serviu como símbolo para pessoas da comunidade LGBTQIA+. “Eu tô triste, muito triste, mas meu filho deixou um exemplo maravilhoso contra o preconceito, meu filho casou, formou família, ele foi muito amado”, afirmou a mãe de Paulo, bastante orgulhosa.

Abalada, Déa disse ter chorado pelas famílias que perderam seus filhos para o Covid-19, sem nem imaginar que um dia sentiria essa dor na própria pele. “Ele, durante um ano, a gente viajando o país até as crianças nascerem e eu terminava o espetáculo falando que é homofobia era crime. A corrupção mata! E roubar na pandemia é assassinato. Eu chorei com cada mãe e choro, vou continuar chorando, mas essa luta vai ser minha. Eu vou lutar agora e vou falar o tempo todo. Na pandemia, cada morte de um filho, eu chorava por essa mãe, sem saber que meu filho ia passar por isso”, desabafou.

Mais tarde, Juliana Amaral, irmã de Paulo, se juntou à conversa e não conseguiu segurar as lágrimas ao falar do companheiro de toda uma vida. “Eu rezei 24 horas por dia, por 54 dias. Ele (Paulo) é minha metade, a gente era melhores amigos. Minha mãe é uma rocha. Eu deveria estar consolando ela, mas ela quem faz isso por mim”, afirmou, aos prantos. “Ela está aqui comigo. Falo pra ela: ‘Chora, reza, mas você vai ter que tomar conta de mim. Seu irmão passou a bola pra você’. Ela tem que ser forte”, avisou Déa, enquanto abraçava a filha.

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A reportagem trouxa ainda imagens de bastidores do show de Paulo com sua mãe. (Foto: Reprodução/Instagram)

O momento de despedida

Antes de encerrar a conversa, dona Déa se juntou ao ex-marido Júlio, e a Penha, a quem Paulo chamava carinhosamente de “mãedrasta”. O trio então falou sobre os últimos momentos ao lado do comediante. “Fomos chamados no hospital, porque ele (Paulo) teve morte cerebral. E nós quatro – Juliana, eu, Júlio e Penha – ficamos ali. Ju segurando uma mão dele, eu a outra, o Thales segurando o pé e Júlio fazendo carinho na cabeça. E eu chamei Penha, porque ela também participou da vida dele”, contou a senhora, com a voz embargada.

“Cantamos a oração de São Francisco porque ele sempre pedia, desde pequeno, para eu cantar, e eu cantava”, revelou ainda. “A frequência (cardíaca) foi caindo, caindo, caindo, até ficar piscando igual, durante a oração. Aí parou, fechamos a cortina e saímos”, completou Júlio, emocionado. “Foi uma despedida bonita”, encerrou Déa, serena. Que Deus possa confortar os corações de todos eles!

Assista à entrevista na íntegra abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=NX-FvGGnuH0

Nesse momento tão difícil, desejamos muita força para todos os familiares, amigos e fãs de Paulo Gustavo, que partiu na última terça-feira (4), após uma árdua batalha contra complicações da Covid-19. O astro da TV e do cinema brasileiro deixou saudade e recebeu muitas homenagens de diversas personalidades. Confira algumas delas e relembre a carreira do ator, clicando aqui e aqui.