Nesta quinta-feira (12), a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco reagiu às acusações feitas por Deolane Bezerra. O órgão emitiu uma nota de repúdio após a influenciadora acusar o delegado Paulo Gondim de “abuso de autoridade”, em uma entrevista não permitida pela Justiça.
No comunicado, divulgado pelo portal Metrópoles, a associação pontuou que as afirmações de Deolane são “inadmissíveis”. Ainda foi mencionado o fato de ela também ser advogada e conhecer os “limites legais e éticos de sua atuação”.
“A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco vem a público expressar seu repúdio às declarações infundadas da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, que acusou o delegado Paulo Gondim de abuso de autoridade no exercício de suas funções. Essas afirmações são inadmissíveis, especialmente vindas de uma profissional que conhece os limites legais e éticos de sua atuação”, declarou.
A Associação dos Delegados também se pronunciou após uma foto no perfil do Instagram de Bezerra, em que ela aparece com a boca coberta por uma fita com um “X” no meio. “Destacamos, ainda, o uso inadequado dos meios de comunicação por parte da advogada, em desrespeito ao termo de liberdade provisória, que proíbe expressamente o uso desses canais para qualquer finalidade que comprometa a ordem pública ou interfira em investigações em andamento. As declarações de Deolane Bezerra não apenas violam essa determinação, como também desrespeitam a autoridade judicial”, concluiu o texto.
Acusações de Deolane
A saída de Bezerra da prisão foi marcada pelo tumulto e por acusações da influencer contra a polícia. “Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada”, disparou ela, aos gritos, no meio da confusão.
A influenciadora seguiu a pé até um carro de luxo, ao lado de advogados e das irmãs. O momento foi acompanhado pela imprensa e por fãs, que fizeram um estardalhaço com a liberdade dela. Assista:
Descumprimento de medida cautelar
Conforme a Justiça, como medida cautelar, Deolane Bezerra não poderia dar entrevistas nem se manifestar sobre o caso. No entanto, assim que colocou a tornozeleira eletrônica e deixou o presídio, na última segunda (9), ela falou com repórteres e fãs na saída. À época, seu primeiro pedido de habeas corpus fora concedido pelas autoridades, previsto na legislação para quem tem filhos até 12 anos.
Mas, com o descumprimento da medida, a influencer teve a prisão domiciliar revogada. Bezerra chegou a entrar com uma segunda solicitação do benefício, mas foi negada. O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão justificou a decisão ao g1.
“A autoridade policial noticiou que a paciente (Deolane), mal pisou fora do estabelecimento prisional, cuidou de se manifestar sobre o processo perante a imprensa e postou mensagem que remete subliminarmente ao processo em rede social, afrontando as medidas cautelares que lhe foram impostas”, declarou Maranhão no documento.
De acordo com o site, a defesa de Deolane argumentou que, ao sair da Colônia Penal Feminina do Recife, sua cliente disse às pessoas presentes que não poderia se manifestar. Entretanto, “o assédio a seu redor” era excessivo e, por isso, ela falou que se sentia injustiçada “sem direcionar a fala a qualquer pessoa”.
Prisão
A empresária estava em uma unidade no Recife e foi transferida para Buíque, no Agreste. Bezerra foi presa em 4 de setembro na Operação Integration, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Segundo a Polícia Civil, a Justiça decretou o sequestro de bens de vários alvos, incluindo carros de luxo, embarcações e até aeronaves, além do bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Com a repercussão do caso, Bezerra se manifestou em uma carta aberta, escrita de próprio punho e publicada em seu perfil do Instagram, horas após ser detida. Além dela, sua mãe, Solange Bezerra também foi detida na operação e teve seu pedido de habeas corpus negado.