Deolane Bezerra teve um novo pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, nesta quarta-feira (11), segundo o g1. O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão justificou a decisão, abordando a declaração que a influenciadora deu para a imprensa logo após deixar o presídio. Ela estava em uma unidade no Recife e foi transferida para Buíque, no Agreste.
Conforme a Justiça, Deolane teve a prisão domiciliar revogada por descumprimento de medidas cautelares. Ela não poderia dar entrevistas nem se manifestar sobre o caso. Bezerra havia sido beneficiada na segunda (9), por um habeas corpus previsto na legislação para quem tem filhos até 12 anos.
Porém, após colocar uma tornozeleira eletrônica e ser liberada da cadeia, Deolane falou com repórteres e fãs na saída do local. Além disso, ela postou em seu Instagram, uma foto com a boca coberta por uma fita com um “X” no meio. Para o desembargador, as atitudes foram vistas como um “afrontamento” à ordem judicial.
“A autoridade policial noticiou que a paciente (Deolane), mal pisou fora do estabelecimento prisional, cuidou de se manifestar sobre o processo perante a imprensa e postou mensagem que remete subliminarmente ao processo em rede social, afrontando as medidas cautelares que lhe foram impostas”, declarou Maranhão no documento.
O magistrado ainda pontuou uma possível tentativa de Deolane em mobilizar a população contra o andamento do processo. “Vejo, especialmente, como gravíssima a tentativa de mobilizar milhões de pessoas contra uma investigação policial em curso, que procura apurar condutas que podem estar na base de crimes de gigantesca monta contra o Estado e a sociedade”, salientou.
De acordo com ele, pessoas receberam dinheiro de parentes da influenciadora para manifestarem na frente do presídio. A ação motivou a transferência dela para outra unidade. “O financiamento de manifestantes, por iniciativa de familiares da paciente (Deolane), para se aglomerarem diante da Colônia Penal Feminina do Recife e realizarem protesto, demonstra a total inconveniência da permanência da paciente em suas instalações, justificando o seu encarceramento em Buíque”, afirmou.
“Se a paciente (Deolane) foi autorizada a deixar o cárcere, foi exclusivamente pensando no bem da sua filha, de tenra idade. […] Lastimo que a paciente (Deolane) não tenha tido para com a sua filha a mesma prioridade, atenção e cuidado que a Justiça brasileira teve. Mas diante da gravidade dos fatos, tenho que agir acertadamente a MM (meritíssima) Juíza quando decretou a prisão preventiva da paciente”, concluiu o desembargador.
Defesa se Deolane se pronuncia
De acordo com o g1, a defesa de Deolane Bezerra argumentou que, ao sair da Colônia Penal Feminina do Recife, sua cliente disse às pessoas presentes que não poderia se manifestar. Entretanto, “o assédio a seu redor” era excessivo e, por isso, ela falou que se sentia injustiçada “sem direcionar a fala a qualquer pessoa”.
A empresária foi presa em 4 de setembro na Operação Integration, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Segundo a Polícia Civil, a Justiça decretou o sequestro de bens de vários alvos, incluindo carros de luxo, embarcações e até aeronaves, além do bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. Com a repercussão do caso, Bezerra se manifestou em uma carta aberta, escrita de próprio punho e publicada em seu perfil do Instagram, horas após ser detida.
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