Diego Hypólito não passou o dia dos namorados sozinho! Em uma entrevista ao programa “Sensacional”, da RedeTV!, que vai ao ar nesta quinta (13), o ginasta revelou que está em um relacionamento há um ano e meio.
“Estou namorando, mas identidade não revelada. O importante é que é alguém que me faz bem”, disse no programa. A declaração vem um mês após ele revelar ser gay em um desabafo emocionante ao UOL. Na época, ele disse que seu primeiro namoro com um homem foi um relacionamento abusivo.
“As pessoas diziam tanto que eu era feio que eu passei a acreditar. Até que eu comecei a namorar um cara que eu achava ser muito mais bonito que eu. Eu tentei de inúmeras maneiras compensar esse desequilíbrio, até aplique no cabelo eu usava para esconder a calvície precoce. Por vários motivos, esse foi um relacionamento abusivo. Até que ele ameaçou terminar o namoro se eu não revelasse que era gay para a minha família”, contou.
Na entrevista para Daniela Albuquerque, Diego também se lembrou do período em que considerou o suicídio ao enfrentar uma depressão, diagnosticada em 2014. “Não sei porque fiz isso, acho que era um período de muito desespero. Quando a gente tem uma crise de ansiedade, a gente não sabe o motivo. Eu tomei remédio durante dois anos e hoje em dia não tomo mais, estou curado”, revelou.
O ginasta contou que foi a profissão que o ajudou na cura. “O esporte me construiu uma fortaleza como pessoa. Se não fosse o esporte não teria me tornado forte, não teria conhecido o mundo todo, não teria tido oportunidades financeiras, e isso precisa ser para todos, não só para o Diego. Muitos talentos se perdem no meio do caminho”, explicou.
Durante o programa, Hypólito se emocionou ao rever cenas de sua conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2016. “Quando eu entrei na Arena [Olímpica], a primeira coisa que pensei foi: ‘O que eu estou fazendo aqui? Por que não desisti? Por que estou me expondo mais uma vez?’. Minha perna estava tremendo muito. E nessa hora me coloquei no meu lugar: ‘Diego, você treinou tanto para estar aqui, levanta a cabeça e compete’. E quando levantei para competir tive a certeza de que daria certo”, contou ele.
O boy também falou sobre a importância de sua fé: “Por isso, falo que a minha história não seria nada se não fosse Deus. Uma pessoa que foi para os Jogos [Olímpicos], caiu; foi para o outro [torneio], caiu. Sofreu todos os preconceitos da negação para estar na outra edição. Ninguém acreditava que iria chegar. Eu tinha o apoio da torcida, que era o que me sustentava nessas horas. Não fui negado por dirigente, mas por pessoas do esporte eu não me sentia apoiado, e não era.”
“Não sou o dono da verdade em nada, mas quando tudo dizia que eu não chegaria onde cheguei, veio uma força interna, algo que eu acho que vem dos brasileiros, que passam por problemas e dificuldades. Se fosse pensar em desistir, eu deveria ter desistido há muito tempo”, finalizou.
Relembre a história de Diego
Ídolo dos esportes e símbolo de persistência e foco, o ginasta Diego Hypolito protagonizou manchetes em todo o país no dia 8 de maio, agora como inspiração de coragem e autenticidade. Em entrevista especial ao UOL, o atleta revelou ser homossexual e desabafou sobre como o processo de descoberta e aceitação foi sempre coberto de incertezas, medo e culpa. “Não escolhi ser gay, porque ser gay não é uma escolha. É simplesmente o que eu sou, e isso não vai mudar os valores que eu tenho!“, disse ele.
Apaixonado pela ginástica artística desde a infância, o medalhista de prata na Rio-2016 contou que só foi entender e identificar sua sexualidade aos 19 anos de idade, mas desde criança já enfrentava o preconceito entre os colegas. “Por mais que todo mundo tenha a impressão de que tem muito gay na ginástica, não tem. Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito. Eu tinha o sonho de conseguir uma medalha olímpica e faria de tudo para chegar lá, até esconder quem eu era. Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada“, contou.
O atleta relembrou que, aos 10 anos de idade, um treinador disse à sua mãe que ela precisava mudar sua educação ou então ele se tornaria gay. “Ela veio falar comigo, preocupada. Eu era muito inocente, nem sabia o que era isso. Mas isso me marcou“, desabafou. Inclusive, a revelação da sexualidade para a mãe aconteceu só em 2014, enquanto ele se preparava para o Mundial da China. “Não tinha coragem de falar por telefone, então, de novo, escrevi uma mensagem. Disse que a amava muito, que esperava que isso não fosse mudar a nossa relação, porque eu continuaria a amando da mesma maneira. Eu era gay. E não um demônio“, revelou.
Criado em uma família evangélica, a família não recebeu bem a notícia, com exceção de sua irmã, a ginasta Daniele Hypolito, que o apoiou incondicionalmente. Diego chegou a se afastar de todos e faltar a um Natal em casa. Hoje, após muita terapia e o próprio processo de amadurecimento, o esportista se sente confortável para falar abertamente sobre sua sexualidade. “Quero que as pessoas saibam que eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso. E não é porque eu sou que outras pessoas vão querer ser. Isso não tem nada a ver. Já vivi muitos anos pensando no julgamento que os outros fariam sobre mim. Hoje só aceito ser julgado por Deus”, afirmou.
Durante a conversa, Hypolito contou que, após se identificar como gay, ele teve problemas para vivenciar coisas comuns na vida de um jovem, como por exemplo, frequentar casas noturnas LGBTQI+. “Eu ia todo disfarçado: boné, óculos escuros, capuz. Isso se repetiria nos anos seguintes, era ridículo. Meus amigos livres, leves e soltos e eu lá, cheio de roupas, suando no calor, virando a cara quando alguém fixava o olhar. Eu sempre morri de medo de me descobrirem“, relembra.
Seu primeiro namoro com homem acabou sendo um relacionamento abusivo pela falta de autoestima que Diego desenvolveu ao longo dos anos com as críticas que eram feitas em relação à sua fisionomia. “Tive mais problemas com relação a estética do que sexualidade. As pessoas diziam tanto que eu era feio que eu passei a acreditar. Até que eu comecei a namorar um cara que eu achava ser muito mais bonito que eu. Eu tentei de inúmeras maneiras compensar esse desequilíbrio, até aplique no cabelo eu usava para esconder a calvície precoce. Por vários motivos, esse foi um relacionamento abusivo. Até que ele ameaçou terminar o namoro se eu não revelasse que era gay para a minha família“, disse.
Estamos na torcida para que todas as coisas tristes tenham ficado no passado e você possa ser muito feliz daqui pra frente, Diego! Para ler a matéria completa, clique aqui.