Digão, do Raimundos, ironiza morte de Juliana Marins e causa revolta na web

Integrante dos Raimundos usou tragédia para fazer provocação política e causou indignação nas redes sociais

Neste domingo (29), o guitarrista e vocalista da banda Raimundos, Digão, causou revolta ao se pronunciar de forma irônica sobre a morte trágica da brasileira Juliana Marins, que caiu em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia.

Nas redes sociais, o músico compartilhou uma imagem da mochila usada por Juliana durante a trilha, que trazia um adesivo com os dizeres “Ele não” — símbolo do movimento contra Jair Bolsonaro, popularizado nas eleições de 2018. Na legenda, Digão fez pouco caso da tragédia e insinuou que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, teria responsabilidade no acidente.

“Quando mundo dá a volta, não adianta chorar e fingir surpresa… #ELESIM mandou o f*da-se pra vocês”, escreveu o artista.

Cantor ironizou morte da brasileira nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Instagram)

A publicação rapidamente viralizou, provocando forte reação nas redes sociais. A maioria dos internautas condenou a atitude de Digão, classificando o post como insensível e desrespeitoso. “Uma vergonha pro cenário musical brasileiro”, criticou um usuário do X (antigo Twitter). “Não há respeito sequer com a família que está num momento difícil. Digão deveria ganhar é um processo nas costas”, acrescentou outro.

“Bolsonarista Digão, da banda Raimundos, atacou Juliana Marins, vítima de um acidente fatal em um vulcão na Indonésia. Um verdadeiro canalha! Lixo humano!”, disparou um terceiro.

O ator e apresentador Felipe Solari também se manifestou, comparando os ex-integrantes da banda: “Quando eu olho pra Digão e Rodolfo do RAIMUNDOS. Fica claro pra mim, quem seguiu um caminho de luz e paz, e quem seguiu um caminho nublado. E não to falando de política não… tô falando de escolha e visão de vida”.

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A tragédia

Natural de Niterói (RJ), Juliana Marins era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ e apaixonada por arte e viagens. Desde fevereiro, ela realizava um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de seguir para a Indonésia, onde sua jornada teve um desfecho trágico.

Juliana adquiriu um pacote de escalada até o cume do Monte Rinjani por 2 milhões de rupias indonésias — o equivalente a cerca de R$ 667 na cotação atual. Ela escolheu a trilha de três dias, considerada uma das menos intensas. O valor incluía alimentação e bebidas.

A jovem desapareceu na última sexta-feira (20), após cair em uma fenda no Monte Rinjani. As buscas duraram quatro dias e foram marcadas por desafios. As equipes de resgate enfrentaram dificuldades para acessar o local, lidaram com condições climáticas adversas, falhas nos equipamentos, como o uso de uma corda curta, e se atrapalharam ao fornecer informações inexatas à família.

O corpo de Juliana foi localizado já sem vida na terça-feira (24), após dias de esforços intensos por parte das equipes de resgate. A operação de retirada contou com o apoio de três grupos de salvamento, incluindo integrantes do esquadrão Rinjani, além de voluntários que auxiliaram nos trabalhos.

Juliana Marins desapareceu na sexta-feira (20), durante trilha na Indonésia. (Foto: Reprodução/Instagram)
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