Elisabeth Moss se abre sobre crença na cientologia e se posiciona sobre caráter anti-LGBT da polêmica igreja: ‘Só posso falar do meu ponto de vista’

A igreja da Cientologia é um dos assuntos mais controversos em Hollywood, principalmente na última década. Primeiro, as manchetes dos jornais foram tomadas pela saída abrupta de Katie Holmes da igreja em 2012, e sua separação do praticante mais famoso, Tom Cruise. Depois, houve o suposto desaparecimento de Shelly Miscavige, esposa do líder da Cientologia, David Miscavige — um advogado de Shelly disse, em 2018, que sua cliente não estava desaparecida, e que ficou chocada com as notícias.

A campanha da atriz e ex-cientóloga Leah Remini contra a organização, que resultou em um livro, uma série de TV e diversas entrevistas, também arranhou a imagem já abalada da igreja. Outro livro contra a Cientologia que virou documentário e deu o que falar, foi o de Lawrence Wright. “Going Clear: Scientology and the Prison of Belief” lançou um olhar crítico para a organização e o tratamento controverso de seus membros.

Com tanta polêmica, é compreensível por que os praticantes famosos da religião fazem de tudo para evitar o assunto em entrevistas. No entanto, levando em consideração os temas da aclamada e premiada série “The Handmaid’s Tale”, é impossível que sua protagonista, Elisabeth Moss, escape das perguntas sobre a organização da qual faz parte. “Há duas coisas que você nunca deve falar durante um jantar — política ou religião. E, é claro, eu estou fazendo ‘The Handmaid’s Tale, que é política e religião, então é uma situação estranha na qual você vai ser perguntado sobre esses assuntos”, ela explicou ao jornal The Daily Beast.

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“Eu escolhi me expressar através do meu trabalho e da minha arte”, a atriz acrescentou cuidadosamente. “Para mim, é tão difícil me explicar em uma entrevista, mas eu posso dizer que as coisas nas quais eu realmente acredito, são as que eu mencionei, e eu acho que elas são muito importantes. Eu acho que as pessoas deveriam poder falar sobre o que elas querem falar, e acreditar no que querem acreditar, e você não pode tirar isso delas — e quando você começa a tirar, quando você começa a dizer: ‘ você não pode pensar isso’, ‘você não pode acreditar nisso’, ‘você não pode dizer isso’, aí está o problema. Aí você entra em Gilead”, disse, referindo-se ao regime autoritário retratado na série de TV em que atua. “Então, o que quer que aconteça, eu nunca vou lhe tirar o direito de falar sobre algo ou acreditar em algo, e você não pode tirar o meu”, concluiu.

A publicação ainda pediu para a atriz esclarecer sua opinião a respeito de direitos LGBTQ, já que a Cientologia se posiciona contra a homossexualidade. “Essa não é a minha postura. É tipo, muita coisa para se aprofundar e destrinchar, o que eu não posso fazer aqui. Mas, obviamente, eu sou uma grande feminista e grande apoiadora da comunidade LGBTQ, e acredito muito que as pessoas devem fazer o que querem fazer, amar quem querem amar, ser a pessoa que elas querem ser — quem quer que seja. Para mim, é uma das grandes razões pelas quais eu amo fazer [‘The Handmaid’s Tale’]. Isso é tudo que eu posso dizer. Eu não posso falar no que os outros acreditam, eu não posso falar sobre a experiência de outras pessoas. Este é o meu posicionamento, e eu só posso falar do meu ponto de vista”, revelou Elisabeth.

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Essa não é a primeira vez que a atriz é perguntada sobre sua religião e como concilia suas crenças com a série de TV. De acordo com a Vanity Fair, em 2017, um usuário do Instagram perguntou a atriz se “The Handmaid’s Tale” a havia feito pensar duas vezes sobre a Cientologia, já que” tanto Gilead quanto a religião acreditam que a mídia mente e é maldosa”. “Isso não é verdade sobre a Cientologia. Liberdade religiosa, tolerância, entender a verdade e igualdade de direitos para todas as raças, religiões e credos são extremamente importantes para mim. A coisa mais importante para mim, provavelmente. Então, Gilead e ‘The Handmaid’s Tale’ mexem comigo em um nível pessoal”, a atriz explicou na época.